O Parque Mayer faz anos, mais concretamente 100 anos, para celebrar a data a Câmara Municipal de Lisboa, em conjunto com Junta de Freguesia de Santo António, preparou uma programação especial, repleta de espetáculos, exposições, sessões de cinema, tertúlias, itinerários, entre outras atividades, a decorrer de 1 a 31 de julho, no Parque Mayer, e ainda uma exposição na Praça dos Restauradores.
Aos sábados, às 21h30, no Capitólio, vão atuar Sara Correia, Black Mamba convida Adelaide Ferreira, Pedro Moutinho e Real Combo Lisbonense.
Realizam-se também itinerários que abordam a história do Parque Mayer ao longo dos anos, desde a sua génese até se transformar num polo cultural, e itinerários sobre a temática do Cinema em Portugal, da sua relação com o Parque Mayer e com as grandes salas de exibição vizinhas, os cinemas da Avenida da Liberdade.
Nas sessões de cinema serão exibidos diversos programas de A Paródia: Comédia à Portugueza, uma série documental e recreativa, realizada em 1987, dedicada a grandes figuras de comédia, do cinema e do teatro portugueses, onde se incluem entrevistas a António Silva, Maria Matos, Humberto Madeira, Laura Alves, Eugénio Salvador, Vasco Santana, Beatriz Costa, Costinha, Ribeirinho, Mirita Casimiro, Barroso Lopes, entre outros.
Nas tertúlias, pretende-se descobrir como era afinal a vida no Parque Mayer. Convidam-se as pessoas, aquelas que ali viveram e conhecem o Parque Mayer por dentro, para partilharem as suas histórias na primeira pessoa. Artistas, trabalhadores, espetadores e conhecedores das vivências do Parque Mayer partilham as suas memórias e experiências neste lugar.
Atualmente, “o Parque Mayer está a ser reabilitado pela Câmara Municipal de Lisboa, com o intuito de recuperar os Teatros e voltar a posicionar o Parque Mayer como um espaço de cultura de referência na cidade de Lisboa”.
O Parque Mayer
O Parque Mayer foi implantado num espaço que pertenceu antes aos jardins e espaços adjacentes do Palácio Mayer (Prémio Valmor 1902), construído em 1901 por Nicola Bigaglia e pertença de Adolfo de Lima Mayer. Em 1920, este espaço foi adquirido por Artur Brandão e vendido no ano seguinte a Luís Galhardo, personalidade ligada ao meio teatral, que sonhava criar um espaço dedicado ao divertimento. Tendo fundado a Sociedade Avenida Parque, assim iniciou neste recinto grandes momentos de diversão, espectáculo e representação, que o veio a tornar muito popular.
A 15 de junho de 1922, foi criado o Teatro Maria Vitória, (em homenagem à atriz e fadista). Inaugurado em 1 de Julho de 1922 com a revista Lua Nova, nunca parou de funcionar. Em 1926 (8 de julho), com a revista Pó de Arroz, abriu o Teatro Variedades (atualmente em remodelação) e em 1931 (a 10 de julho), Campos Figueira, à altura administrador da Avenida Parque, inaugurou o Capitólio, segundo um projecto do arquitecto Luís Cristino da Silva. O recinto, além dos teatros, teve ainda restaurantes, carrosséis, esplanadas, pavilhões, casas de fado, barracas de tiro e outras, cinema ao ar livre, luta livre e boxe.