Aquela que é considerada a fundadora do cantar melancólico acompanhado à guitarra terá tido a sua residência nesta, casa em plena Mouraria, depois de ter passado pela Madragoa – bairro onde nasceu em 1820 – pelo Campo Grande e pelo Bairro Alto.
Durante a sua curta vida de apenas 26 anos, Maria Severa Onofriana privou com intelectuais como Luís Palmeirim e Bulhão Pato e, para além de cantar acompanhada à guitarra, ainda escreveu versos. Tida como a mãe deste género melancólico típico de Lisboa, a fadista tornou-se ainda mais célebre com a estreia de uma peça de Júlio Dantas onde é contada a sua vida. Palmira Bastos, Estela Alves ou Amália Rodrigues foram alguns grandes nomes que encarnaram Severa no espetáculo que passou pelos teatros até meados do séc. XX.
Foi também esta peça que deu origem a A Severa, o primeiro filme sonoro português. Realizada por Leitão de Barros, a película estreou em 1931, na capital, sendo protagonizado por Dina Tereza.
O horário de funcionamento é de terça-feira a domingo, das 16h00 às 20h00 e a programação, que inclui tertúlias, fado ao vivo e exibição de filmes está a cargo do fadista Hélder Moutinho
A recuperação da Casa da Severa é parte integrante do programa que está a ser levado pela Câmara Municipal de Lisboa no bairro da Mouraria .
Texto de Alexandra Gil Fotos de Jorge Rodrigues