A exposição mostra réplicas dos baralhos de cartas mais famosos impressos na Real Fábrica de Cartas de Jogar, documentos do arquivo histórico da INCM e baralhos originais cedidos por colecionadores. Estão também em mostra alguns dos componentes originais da produção dos baralhos, como o bloco xilográfico, as chapas calcográficas e folhas de prova de estampa, e um raro exemplar de uma pedra litográfica da Litografia Maia, dos anos 30, pertencente a um coleccionador.
O destaque vai para a exibição de dois baralhos originais, um baralho do tipo espanhol de Lourenço Solésio, fabricado em final do século XVIII, e um baralho de cartas para truques de ilusionismo fabricado no século XIX, ambos produzidos na Real Fábrica de Lisboa. A maqueta do edifício da Impressão Régia, criada em 1768 pelo Marquês de Pombal, à qual foi anexada a Real Fábrica de Cartas de Jogar, também está exibida, onde são visíveis as zonas de trabalho. O livro O Fabricante de Cartas de Jogar, de 1802, revela, detalhadamente, um atelier de fabrico de cartas, com os diversos moldes, padrões e utensílios usados.
Como curiosidade acrescenta-se que ao fim de 32 anos de laboração, a Real Fábrica tinha produzido entre 192 mil a 240 mil baralhos, e o negócio constituía dois terços das receitas da Impressão Régia. As cartas eram produzidas de forma artesanal, cada carta era constituída por três folhas (duas para a frente e para o verso e uma, de um papel escuro, para que não se pudesse perceber o outro lado da carta) unidas com uma cola feita com farinha peneirada, à qual se adicionava goma e água morna. Em 1800, aReal Fábrica de Cartas de Jogar contava com vinte e nove trabalhadores que produziam 200 000 baralhos por ano.
A Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM) é uma sociedade anónima, de capitais públicos. Produz bens e serviços fundamentais ao funcionamento do Estado português, como a cunhagem de moeda metálica, a edição de publicações oficiais e a produção de documentos de segurança, como o cartão de cidadão e o passaporte.
A exposição tem entrada livre e pode ser visitada de segunda a sexta-feira, entre as 9h00 e as 19h0o, no átrio da Casa da Moeda, na Avenida António José de Almeida.
Texto de Clara Inácio