Hollywood Vampires Ressuscitam O Rock No Parque Da Bela Vista

Reportagem de Tânia Fernandes e António Silva

Rock in Rio - Lisboa 2016: Palco Mundo - Hollywood Vampires na Cidade do Rock no Parque da Belavista em Lisboa, Portugal a 27 de Maio de 2016. Foto: AgenciaZero.net

O Rock in Rio Lisboa regressou com a noite de som mais pesado. O Palco Mundo aqueceu com uma entrada forte do rock da Califórnia dos Rival Sons para de seguida arrefecer com “o concerto mais pequeno do mundo” dos Korn. A noite é salva pelas estrelas da Sunset Boulevard. Os Hollywood Vampires entusiasmam a plateia de 57 mil pessoas, de acordo com a organização, com uma boa reciclagem de antigos temas do rock.

Um ambiente mais sombrio cobriu o recinto, nesta segunda volta de Rock in Rio em Lisboa. Novas tribos a circular no recinto, entre o metal mais pesado (identificados por badges de Pantera, Dead Kennedys ou Rammstein, entre outros) e muitos alinhados com a estética visual dos Korn, mas também os motards que neste dia marcaram presença, assinalados pela respetiva indumentária do clube. Em geral, menor afluência, com as promotoras a sair dos espaços para entregar brindes. Ainda assim, a corrida aos sofás ou às atrações manteve-se extensa.

A noite acabou por ser atribulada com a interrupção brusca do concerto dos Korn, para muitos, a razão da vinda ao recinto. Entraram com quase vinte minutos de atraso, com a descarga elétrica de “Blind”, mas nem dois minutos depois o som falha. O vocalista Jonathan Davis baixa os polegares e a banda sai de palco. Voltam com vontade, 10 minutos depois, com o grito de guerra “You ready again?”. A plateia está eufórica, mas segundos depois a cena repete-se e a banda volta a sair, para visível desespero dos músicos e da assistência. Desta vez, a espera é mais prolongada, com a organização a dar uma breve explicação, remetendo para a resolução de “um pequeno problema técnico”. A banda regressa já depois das 23h00, com todos dispostos a esquecer o sucedido e a agitar bem braços e longos cabelos. Entram desta vez com o tema “Here to Stay”. Com o vocalista a incitar o público a acompanhá-lo “façam mais barulho, Lisboa, não vos oiço”. Mas foi mesmo o público quem os voltou a deixar de ouvir, alguns temas depois, a meio de “Shoots and Ladders”, que combinaram com “One”, uma cover dos Metallica, para grande revolta dos presentes. A banda não voltou mesmo, e a fila para assinar o livro de reclamações passou a fazer concorrência aos restantes stands de atracões.

De forma a não empolar o descontentamento, a organização rapidamente avançou para o fogo-de-artifício e pouco tempo depois da meia noite entram em palco os Hollywood Vampires para prestar homenagem aos grandes nomes da música que, de acordo com eles, vieram a este mundo, beberam e já morreram. E a festa vingou, sem problemas de som e com muito rock carregado de boas versões. Alice Cooper, na sua figura característica de olhos negros, entra em palco de bengala, que agita freneticamente. Tem a camisa manchada de “sangue”, como quem acabou de sugar as veias dos grandes mestres e vai mesmo agitar as almas vivas com o que de melhor se fez na história da música. Arrancam com “Raise de Dead” e no melhor momento do concerto fazem uma sequência memorável com “Whole Lot Of Love” dos Led Zeppelin, “5 to 1/ Break on Though” dos The Doors, “Rebel Rebel” e “Suffragette City” de uma das mais recentes entradas no além, David Bowie.

A acompanhar Alice Cooper, vem Johnny Depp, cuja localização em palco se identifica pelos gritos histéricos da claque feminina. A ocupar manchetes com pormenores dos ressaltos da sua vida privada, o músico não deixou transparecer emoções e foi com entusiasmo que se manteve em palco de guitarra em punho e cigarros sucessivos no canto da boca.

Joe Perry, guitarrista dos Aerosmith e outro dos bad boys, deu o ar do seu feito ao destruir uma guitarra em palco no final de “My generation”, dos The Who. Tocaram “Sweet Emotion” dos Aerosmith, antes de um pequeno encore,  de “Train Kept Rollin” (também Aerosmith) e uma combinação de “Schools Out” (Alice Cooper) com “The Wall (Pink Floyd).

Concerto seguro, que deixou boa impressão e permitiu, a quem não vinha propositadamente para ver Korn, ultrapassar o desconforto da situação anterior.

Antes, atuaram no palco Mundo os Rival Sons, banda da Califórnia, que deu o seu melhor e trouxe bom rock, conseguindo captar a atenção do público. Abriram o concerto com “Electric Man” do álbum Great Western Valkyrie, passaram por “Secret”, abrandaram o ritmo em “Where I’ve Been”, um tema que fala de perdão e que o vocalista pede a todos para praticarem. Continuam para  “Tell me Something”, “Get What’s Coming”, “Open My Eyes” e “Keep on Swinging” antes de saírem de palco.

No palco Vodafone o punk rock também se instalou neste dia com os Glockenwise, Metz e antes os Cave Story.

Cada vez mais animadas estão as Pool Parties, junto à Eletrónica ao final do dia. Encontrámos, desta voz, uma boa multidão aos saltos, frente aos  Grognation, que deram um bom espetáculo.

Ciro Cruz traz para a Rock Street a sonoridade do Nordeste Brasileiro. Abriu ontem com o baião do funk e continuou para um forro mais pesado, a rimar com o ambiente. Entre os seus convidados, encontrava-se o acordeonista português João Barradas.

A tentar que o S.Pedro não estrague hoje a festa, o Rock in Rio volta a abrir portas às 16h00. Ao palco mundo hoje sobem os D.A.M.A. com Gabriel o Pensador, Ivete Sangalo e os Maroon 5.

Os bilhetes diários de acesso ao Rock in Rio Lisboa encontram-se à venda nos locais habituais e têm um custo de 69 euros.

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