Gulbenkian Inaugura Duas Novas Exposições Com Assinatura De Penelope Curtis

Reportagem de Tânia Fernandes (Texto e Fotos)

Convidados de Verao

Linhas do Tempo e Convidados de Verão são as duas novas exposições que inauguram hoje na Gulbenkian, com a assinatura da nova diretora do Museu. Duas intervenções que refletem a sua orientação de Penelope Curtis no sentido de ligar os dois espaços: a Coleção do Fundador e a Coleção Moderna.

Tendo por base a celebração dos 60 anos da Fundação Gulbenkian, estas duas exposições focam-se nas inúmeras possibilidades de diálogo entre a Coleção constituída por Calouste Sarkis Gulbenkian (1869-1955), e as obras adquiridas posteriormente pela Fundação.

 

 

Linhas do Tempo – As Coleções Gulbenkian. Caminhos Contemporâneos, reúne cerca de 160 obras muitas delas nunca mostradas publicamente, outras deslocadas do seu espaço habitual nas galerias e ocupa a galeria principal do edifício sede.

A exposição gira em torno de uma data – 1956 – recuando e avançando 60 anos de modo a estabelecer uma diferentes linhas de tempo (1896-2016), onde as pontes, os encontros, as datas e as circunstâncias artísticas e históricas das coleções se vão manifestando. Neste arco temporal, as ligações entre as duas coleções conduzem a descobertas surpreendentes, revelando associações inéditas que se vão sucedendo nos vários núcleos temáticos que compõem a exposição.

Num primeiro núcleo, a exposição revela como ambas as coleções, no início, apostaram claramente na pintura de paisagem, mostrando os passos cautelosos em direção a novos estilos pictóricos. Por outro lado, será também realçado o modo como o gosto do Fundador pela arte francesa encontra um paralelo no acervo da Coleção Moderna. Outra ponte sugerida prende-se com testemunhos da vida moderna de Lisboa na década de 1920, em diálogo com o gosto pelas Artes Decorativas de Calouste Gulbenkian, em especial a Art Déco.

As Linhas do Tempo – As Coleções Gulbenkian. Caminhos Contemporâneos encontra-se na galeria principal da sede e tem curadoria de Penelope Curtis, João Carvalho Dias, Patrícia Rosas Prior. Pode ser vista de 24 junho a 2 janeiro 2017. A entrada é gratuita.

 

 

Convidados de Verão

A outra exposição encontra-se no Museu Gulbenkian e põe em diálogo peças da Coleção do Fundador com obras de artistas contemporâneos como Rui Chafes, Vasco Araújo, Francisco Tropa, Miguel Branco, Miguel Palma, Patrícia Garrido, Pedro Cabral Santo, Susanne Themlitz, Bela Silva, Diogo Pimentão e ainda Wiebke Siem, Yael Bartana e Asta Gröting. Todas as obras foram escolhidas da coleção dos autores, à exceção das peças de Fernanda Fragateiro, cuja intervenção no exterior foi feita para a ocasião.

São nove bancos de cimento do jardim, revestidos por chapas de aço coladas sobre o assento e laterais, num percurso que vai do edifício sede à zona de piqueniques, passando pelos roseirais, pelo pinhal em frente do edifício da Coleção Moderna, seguindo as margens do lago que domina o Jardim Gulbenkian.

Peças de escultura, instalações, multimedia vão certamente causar estranheza aos visitantes do Museu, fazendo-os certamente procurar identificar o autor da obra. É o caso do monumental batedor de tapetes de Wiebke Siem que paira sobre os tapetes expostos na Galeria de Arte do Oriente Islâmico, ou logo à entrada do Museu, a peça de Francisco Tropa que substitui o habitual Apolo de Jean-Antoine Houdon. Desconcertante é também a figura pré-colombiana de Miguel Branco na Galeria de Arte Egípcia, bem como a surpreendente “Instabilidade” de Miguel Palma na galeria de Artes Decorativas.

Convidados de Verão pode ser vista no Museu Calouste Gulbenkian – Coleção do Fundador e Jardim Gulbenkian, entre 24 junho a 3 outubro. Tem curadoria de Penelope Curtis e Leonor Nazaré.

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