Fundação Calouste Gulbenkian Dedica Exposição A Almada Negreiros

De 3 de fevereiro a 5 de junho, a Fundação Calouste Gulbenkian  apresenta uma ampla retrospetiva dedicada a Almada Negreiros. José de Almada Negreiros – Uma Maneira de Ser Moderno reúne mais de quatro centenas de trabalhos do artista, muitos deles inéditos e propõe um olhar inovador sobre a sua obra.

Artista plástico, escritor, ator, performer, cenógrafo e bailarino, José de Almada Negreiros experimentou uma imensidade de linguagens artísticas ao longo da sua vida, realizando também grandes pinturas murais, vitrais e cerâmicas na sequência de encomendas públicas e privadas.

A exposição vai ocupar as duas salas de Exposições Temporárias da Sede da Fundação. Organiza-se em oito núcleos temáticos com vários fios condutores de modo a revelar os vários rostos deste artista da “modernidade total” que marcou a arte portuguesa do século XX. Almada defendia uma modernidade presente em todo o lado, nos edifícios públicos, nas ruas, no teatro, no cinema, na dança, no grafismo e nas ilustrações dos jornais e entendia o artista como o agente principal deste movimento plural.

Com curadoria de Mariana Pinto dos Santos, historiadora de Arte e investigadora integrada do Instituto de História de Arte da Faculdade de Ciência Sociais e Humanas, em colaboração com Ana Vasconcelos, conservadora do Museu Calouste Gulbenkian, a exposição põe em relevo as pesquisas matemáticas e geométricas de Almada em pintura, as obras em espaço público na cidade de Lisboa, o carácter de narrativa gráfica que se encontra em vários dos seus trabalhos, o diálogo com o cinema e a extraordinária importância do autorretrato na sua obra, entre muitos outros aspetos do seu trabalho.

 

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Na Galeria Principal da Fundação a pintura e o desenho mostram-se em estreita ligação com os trabalhos que o artista fez em colaboração com arquitetos, escritores, editores, músicos, cenógrafos ou encenadores. Na sala do piso inferior é destacada a presença do cinema e da narrativa gráfica. Juntam-se ainda obras e estudos inéditos que darão a conhecer diferentes facetas do processo de trabalho artístico de Almada Negreiros.

Uma programação complementar dará uma dimensão mais completa da versatilidade da obra de Almada: a peça de teatro Antes de Começar pelo Teatro da Esquina, a exibição da obra multimédia Almada, Um Nome de Guerra, realizado por Ernesto de Sousa, visitas às Gares Marítimas de Alcântara e da Rocha do Conde de Óbidos, mesas-redondas com vários investigadores de diferentes áreas e ainda um ciclo de cinema na Cinemateca Portuguesa.

No âmbito da temporada Gulbenkian Música, será também recriado o espetáculo La Tragedia de Doña Ajada, estreado em Madrid, em 1929, com a projeção da lanterna mágica desenhada por Almada, composta por seis quadros criados para acompanhar a música de Salvador Bacarisse e o libreto do poeta Manuel Abril. A partitura orquestral completa perdeu-se, sendo tocada em versão de suite pela Orquestra Gulbenkian dirigida por Nuno Coelho Silva, vencedor, este ano, do primeiro Prémio Jovens Músico em Direção de Orquestra.

Foi também publicado um catálogo que reproduz as obras do artista presentes na exposição, reunindo ensaios historiográficos e críticos de referência para os estudos sobre modernismo e modernidade, partindo do lugar que neles ocupa Almada Negreiros.

A exposição pode ser visitada de quarta a segunda-feira, das 10h00 às 18h00. O bilhete tem um custo de 5 euros e está à venda no local. Há descontos para jovens e seniores, entre outros. Aos domingos depois das 14h00 a entrada é gratuita.

Atualizado a 2 de fevereiro

Autor:Texto de Tânia Fernandes
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