Festival O Sol da Caparica Dançou Kizomba Na Primeira Noite

Reportagem de Tânia Fernandes e António Silva

Anselmo Ralph
Anselmo Ralph

A temperatura aproximou-se da sonoridade e o verão, que este ano se tem revelado tímido, chegou a tempo do festival O Sol da Caparica. Os ritmos de África marcaram o primeiro dia de festival, que contou com alguns dos seus grandes embaixadores: Matias Damásio, Anselmo Ralph e Mayra Andrade.

A conversa fácil e direta com o público, o “jeitinho malandro”  e as canções românticas, fazem com que o números de fãs de Matias Damásio continue a crescer. “Loucos”, “Teu Olhar”, “Voltei Com Ela”, “Matemática do Amor” e “Só Para Te Abraçar” são já bem conhecidas do público, e não faltaram numa noite em que a produção ajudou a criar um cenário especial, ao espalhar confettis no ar.  O cantor angolano, de 37 anos, espalhou o seu charme, como é habitual, de casaco vermelho aos quadrados. Apresentou alguns temas do seu mais recente disco Augusta e revisitou a discografia antiga.

Antes, o ambiente já havia aquecido com o seu compatriota Anselmo Ralph. A grande adesão do público, apesar da heterogeneidade de idades, aponta para a forma como o artista conduz o espetáculo. Marcado pela constante interação com o público, Anselmo Ralph contou apenas com cerca de uma hora para fazer vibrar ao som de sucessos como “Única Mulher”, “Não me Toca”, “Por favor DJ”, mas também de algumas músicas novas como, por exemplo, “Um em Um Milhão”.

Mayra Andrade, outro dos nomes grandes da lusofonia surpreendeu com um look branco, arrojado. A cantora Cabo Verdiana deu a conhecer Manga, o seu quinto disco que está agora a chegar ao público. Um conjunto de temas cheios de luz, com uma boa vibração, que Mayra conseguiu fazer chegar à multidão que se encontrava frente ao palco.

Outro concerto de produção generosa foi David Carreira, que tem as mais novas gerações do seu lado. Apoiado por bailarinas torneadas e músicos competentes, o membro do clã Carreira, canta e dança, durante todo o espetáculo, sem dar tréguas. Sara Carreira foi a surpresa da noite, num dueto com o irmão em “Gosto de Ti”. Para a reta final, o público dançou ao som de “Taki Taki”, “Esta Noite”, “Ficamos Por Aqui” e “Problema Final”.

O palco principal abriu, neste primeiro dia de festival O Sol da Caparica com os D.A.M.A. Também estes, com um alinhamento curto, recheado dos temas que todos queriam ouvir e sabem cantar. A popularidade da banda portuguesa, cujo núcleo central é formado por Francisco M. Pereira (Kasha), Miguel Coimbra e Miguel Cristovinho, confirmou-se no número de pessoas que já se encontravam junto do palco, antes do início do concerto. Com uma mensagem positiva, a pop desta banda tem a capacidade de abraçar várias gerações que, de braços no ar, cantaram, entre outras, “Não Dá”, “Era Eu” ou “Às vezes”. E à calorosa receção do pública, reagiam com um “Que energia incrível. Vocês são top!”.

Enquanto isso, uma das novidades deste festival revelou-se um sucesso: o Palco Comédia. Com o anfiteatro cheio, Eduardo Madeira fez soltar gargalhadas, com grande facilidade, revelando a boa disposição que atravessava o recinto. Antes, Dário Guerreiro, algarvio de gema e sem travo na língua também cantou e fez rir, com a pronuncia acentuada do sul.

O palco secundário começou com os ritmos africanos de Kyaku Kyadaff e continuou para as baladas de Rui Orlando. Depois, a música evoluiu para o rock, mas aparentemente esvaziou de interesse para o público que não se fixou mais por este espaço. Mary N, é uma cara bonita com talento.  Canta em inglês e fez uma incursão nos temas de Linkin Park, certamente uma inspiração. Multi instrumentista, deu-nos a entender que a guitarra é uma paixão.

Seguiu-se Benjamin, cantor e produtor. Muita presença em palco, quase uma festa. Identidade muito própria de quem gosta de fazer e tocar música.

Continuou em palco, para o concerto seguinte, de Flak, para que produz e toca. Flak é uma das figuras maiores do rock português, conhecido por ter sido um dos membros fundadores dos Rádio Macau. E não faltaram aqueles acordes mágicos de “Amanhã é sempre longe demais”.

Os palco fechou com a intensidade que caracteriza as atuações ao vivo dos Linda Martini. Muita raiva e grande proximidade com o público, com o Sol aqui a soar de forma selvagem.

O Sol da Caparica volta a abrir portas hoje, com os concertos a começar às 17h00. Do cartaz, nesta sexta-feira, fazem parte Carlão, Jafumega, Luís Represas, Luísa Sobral, Mariza, Seu Jorge e The Happy Mess, entre outros.

Os bilhetes encontram-se à venda nos locais habituais e custam 19 euros. Estão também disponíveis passes pelo valor de 45 euros.

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