Festival Músicas do Mundo Tem Novas Confirmações

O Festival Músicas do Mundo, que se realiza entre 22 e 30 de julho, em Porto Covo e Sines confirmou mais nomes, que vão do Haiti à China: David Murray Infinity Quartet feat. Saul Williams, Paulo Flores, DJ Satelite, Mo Laudi, Fumaça Preta, Wesli Band, Germán López, 1982 e Nine Treasures, e ainda presenças portuguesas ou com ligações a Portugal.

A banda A Jigsaw, formada em Coimbra, faz música independente com influências de folk, country e blues. O núcleo do grupo é formado pelo duo de multi-instrumentistas João Rui e Jorri, acompanhado pela banda The Great Moonshiners Band. Lançaram recentemente o seu quarto álbum conceptual, No True Magic.

Jenifer Solidade & Carlos MartinsCarlos Martins, um dos mais conceituados saxofonistas portugueses, apresenta-se com o seu quarteto e dois músicos cabo-verdianos convidados: a cantora Jenifer Solidade e o pianista Khaly Angel. O quarteto de Carlos Martins integra três grandes músicos portugueses: Mário Delgado (guitarras), Carlos Barretto (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria).

Criatura é um grupo de renovação da música tradicional, em que adufes convivem com sintetizadores e gaitas com eletricidade. Começou por ser o projeto de uma residência artística do jovem músico Edgar Valente, mas cresceu para se tornar um dos maiores grupos da música de raízes em Portugal: 11 músicos a quem se juntam outros criativos e o cante alentejano do Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa, que os acompanhará no concerto de Sines.

Filho da Mãe é o projeto a solo do guitarrista português  Rui Carvalho. Esta é a sua aventura individual num instrumento que é um manancial de possibilidades. No seu primeiro álbum, Palácio (2011), ouviam-se já as referências que permeiam a sua obra: portugalidade, folk, rock, Mali, entre outras. Seguiram-se Cabeça (2013) e Mergulho (2016), este último gravado no Mosteiro de Rendufe, em Amares.

Hearts and Bones são Petra Pais e Luís Ferreira, fundadores de uma das mais reconhecidas bandas de blues nacionais, a Nobody’s Bizness, juntos em dueto e em visita ao blues e à folk norte-americana.

Jibóia é o nome pelo qual o multi-instrumentista português Óscar Silva é conhecido no seu projeto a solo. Com percursos em bandas como Adorno, Suchi Rukara, I Had Plans, entre outras, este jovem músico tem uma predileção por ritmos do outro lado do mundo. Lisboa enquanto cidade de diáspora estará bem presente.

Norberto Lobo é um guitarrista e compositor português com um idioma que transcende géneros e tradições musicais. Nascido em Lisboa em 1982, estreou-se a solo com o álbum Mudar de Bina (2007) e conta com cinco álbuns na sua discografia individual.

OliveTreeDance é um trio portuense criado em torno do som do didgeridoo, instrumento de sopro do povo aborígene da Austrália. Formado por Renato Oliveira (didgeridoo), Pedro Vasconcelos (bateria) e Márcio Pinto (percussão), junta raízes dos quatro continentes, abraçando vários ramos da world music e da corrente eletrónica tribal.

Retimbrar é um coletivo musical do Porto que se propõe como desígnio “conhecer e dar a conhecer a herança popular e cultural portuguesa”. Foi fundado em 2008 por Andrés ‘Pancho’ Tarabbia, percussionista uruguaio radicado em Portugal, a quem se juntou António Serginho, que entretanto co-assumiu a coordenação e a liderança do grupo. Retimbrar explora ritmos, canções e instrumentos tradicionais portugueses num repertório misto de originais e reinterpretações.

Sebastião Antunes & Quadrilha, juntos desde 1991, fazem parte do clube dos clássicos da música com raízes em Portugal. Trazem ao público canções de formas simples, com uma influência celta de base, letras que contam histórias e grande eficácia rítmica. Ultimamente, assumiram uma componente mais urbana e eletrónica.

Segue-me à Capela é um coletivo de sete mulheres que trabalha a música tradicional portuguesa numa perspetiva contemporânea, usando a voz como principal instrumento. Formado em Aveiro, em 1999, o grupo reinventa os arranjos vocais registados nas recolhas e acrescenta modernidade ao sabor ancestral das versões originais. A percussão, em especial o adufe, e alguns elementos cénicos reforçam os climas gerados a partir do canto, que se desdobra para recriar cenas de trabalho, romaria e folia.

Karyna Gomes é uma cantora e compositora guineense que mostra o lado mais urbano da Guiné-Bissau, com influências de jazz, soul e música latina. Nascida em Bissau, em 1976, cresceu rodeada das músicas do seu país. Começou a cantar gospel em 1997, em São Paulo, Brasil, quando tinha 21 anos e estudava jornalismo. De regresso à Guiné, iniciou uma carreira a solo, a par de uma participação nos Super Mama Djombo. Mudou-se para Portugal e foi já neste país que, em 2014, lançou o seu álbum de estreia, Mindjer.

David Murray Infinity Quartet feat Saul Williams é o encontro entre um mestre do jazz e um poeta da cena hip hop nova-iorquina. Considerado um dos maiores saxofonistas da sua geração, David Murray detém uma discografia com mais de 130 discos editados em 40 anos de carreira. Nos últimos anos, tem apostado em criações colaborativas com músicos africanos, latinos e afro-americanos. Neste concerto o convidado é Saul Williams, poeta, ator e cantor que se tem notabilizado nas slams de poesia de Nova Iorque.

Paulo Flores, autor, compositor e intérprete, é uma referência da música urbana de Angola. Conta com 28 anos de carreira pontuados por mais de uma quinzena de discos. Com apenas 16 anos, gravou uma canção, “Cherry”, que esteve na origem de um novo género musical, a kizomba. Será porém noutro estilo, o semba, que mais se destacará. Hoje inscreve o seu trabalho na valorização do património musical angolano, com abertura aos blues, à soul e a outros géneros da música afro-americana.

DJ Satelite, natural de Luanda, é um dos principais impulsionadores do afro-house e do kuduro nos países de língua portuguesa e na cena internacional. Tem gravações na Boiler Room e na Enchufada e criou a sua própria etiqueta, a Seres Produções, onde divulga novos nomes da música angolana. A sua produção para 2016 chama-se “Malembe na Soukouse”, lançada pela Offering Recordings. Já atuou em alguns dos maiores eventos de música de dança. É um pioneiro da música eletrónica made in África.

fumaca1Mo Laudi é um DJ, MC e produtor sul-africano que tem contribuído para divulgar música de dança onde a eletrónica se cruza com os ritmos tradicionais africanos. Especializou-se em dj sets cheios de energia que juntam house sul-africano, deep house, kwaito e afrobeat. A interação com o público é uma forma de arte que aperfeiçoou como parte dos projetos Radioclit, The Very Best, The Weapons e da banda Smadj. As suas festas de kwaito marcaram a noite de Londres no início dos anos 2000. Atualmente, vive em Paris.

Fumaça Preta é uma aventura tropical psicadélica iniciada num estúdio de Amesterdão mas com fundo essencialmente latino e africano. O grupo é liderado pelo produtor e percussionista luso-venezuelano Alex Figueira, acompanhado por dois músicos britânicos: Stuart Carter (guitarras, Moog e orgão) e James Porch (baixo). Lançaram dois discos na Soundway Records – um disco homónimo em 2014 e Impuros Fanáticos em 2016 -, mas é nos espetáculos ao vivo que a banda revela toda a sua potência.

Wesli Band é um grupo de afro-reggae liderado pelo multi-instrumentista, cantor e compositor haitiano Wesli. Baseado em Montréal desde 2001, emana um som festivo que combina dance hall, afrobeat, rara, kompa, funk, merengue e jazz. Começou a carreira no coro gospel da sua igreja local e depois adotou a guitarra com instrumento de eleição. No Canadá, tem sabido conduzir uma carreira reconhecida, com vários prémios para os quatro álbuns que já lançou.

Germán López é um intérprete de cordofone timple e um divulgador da música instrumental das Canárias. Acompanhado pelo guitarrista Antonio Toledo, combina flamenco, estruturas rítmicas da África Ocidental, o espírito do jazz e uma aproximação moderna às músicas das ilhas. Nasceu na Gran Canaria em 1982 e estudou piano, teoria musical e jazz. Aos 10 anos, começou a atuar em público e a colaborar com José Antonio Ramos, um virtuoso do timple, instrumento da família do cavaquinho.

1982 é um trio de música improvisada contemporânea com um fundo de música tradicional norueguesa. Apresenta um alinhamento incomum: harmónio, bateria e hardingfele, um instrumento parecido com o violino usado no folclore norueguês. É Nils Økland quem o toca, um músico inovador versado em tradição, autor de discos a solo na editora ECM. O harmónio está nas mãos de Sigbjørn Apeland, especialista neste instrumento e em órgão de igreja, e a bateria está a cargo de Øyvind Skarbø, músico de jazz conceituado.

Nine Treasures é uma banda de folk metal com origens na região chinesa da Mongólia Interior. O grupo é formado por Tsog (morin khuur), Ding Kai (bateria), Askhan (voz e guitarras), Aoger (baixo e voz) e Wiils (balalaika), que começaram a tocar juntos em Pequim no final de 2010. Lançaram o álbum de estreia, “Arvan Ald Guulin Honshoor”, em 2012, e em 2013 ficaram em 2.º lugar e foram os preferidos do júri nas batalhas do festival alemão Wacken Open Air, um dos mais importantes festivais de heavy metal do mundo.

Estão já confirmadas as presenças de: Alaverdi (Geórgia), Alibombo (Colômbia), Bachar Mar-Khalifé (Líbano / França), Bamba Wassoulou Groove (Mali), Billy Bragg (Reino Unido), Bitori (Cabo Verde), Bixiga 70 (Brasil), BNegão & Seletores de Frequência (Brasil), Danyèl Waro (Reunião – França), Dakh Daughters (Ucrânia), Graveola (Brasil), Imed Alibi (Tunísia), Islam Chipsy & E.E.K. (Egito), Juana Molina (Argentina), Khaira Arby (Mali), Konono n.º 1 (RD Congo), Los Pirañas (Colômbia), Mbongwana Star (RD Congo), Moh! Kouyaté (Guiné-Conacri), Pat Thomas & Kwashibu Area Band (Gana), Speed Caravan (Argélia / Senegal), Systema Solar (Colômbia), The Comet is Coming (Reino Unido), The Unthanks (Reino Unido), Trad.Attack! (Estónia) e Vardan Hovanissian & Emre Gültekin (Arménia / Turquia).

Os bilhetes estão à venda em Sines, online e outros locais habituais e custam para os concertos noturnos no Castelo (a partir das 22h00) 10 euros para dia 27, 15 euros para os dias 28 e 29, e 20 euros para o dia 30. Os passes de 2 dias (29 e 30 julho) custam 30 euros e de 4 dias – 50 euros.

Os bilhetes para os concertos no auditório do Centro de Artes custam 10 euros para os dias 25 e 26 de julho e nos dias 28, 29 e 30 de julho – 5 euros.

Todos os concertos em Porto Covo, no palco da Avenida Vasco da Gama (ou da Praia), no Largo Poeta Bocage e noutros espaços públicos, e das das 19h00 no Castelo, são de entrada livre.

 

 

 

Autor:Texto de Ana Filipa Correia
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