Falcoaria em Queluz

Reportagem de Tânia Fernandes.

falcoaria_04Nesta feira de vaidades, as estrelas têm penas e visão de longo alcance. A Escadaria dos Leões, dos jardins do Palácio de Queluz é a passarela das aves de rapina para caça que fazem parte da nova atividade do espaço: a Falcoaria.

O programa inclui exibições de voo, visita guiada às instalações das aves e à exposição sobre falcoaria. Entre o encanto de estar olhos nos olhos com estes raros exemplares, recebe-se muita informação sobre uma atividade que foi o desporto da aristocracia e teve o seu momento áureo, neste espaço, na segunda metade do século XVIII. Falcões, águias, mochos e outras espécies de rapinas noturnas eram animais cobiçados, muitas vezes trazidos de lugares longínquos e oferecidos como presentes de luxo, de forma a impressionar a família real. “Pelo seu valor, estes pássaros chegaram a servir de moeda de troca de prisoneiros de guerra ou presente de casamento” explica Carlos Crespo, o tratador.

A Falcoaria, arte de criar, treinar e cuidar de falcões e outras aves de rapina para caça, foi classificada como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2010. Pela sua importância no contexto da atividade do Palácio de Queluz, a Parques Sintra iniciou este contacto de aproximação ao público.

São aves muito jovens, as que constituem este núcleo de Falcoaria. “Estão muito socializadas e habituadas à presença humana” refere o tratador “mas não deixam de ser animais selvagens” esclarece.

Todos os acessórios da falcoaria podem ser admirados na exposição ou mesmo no animal em si, como é o caso do falcão com capacete, que passeia na luva do tratador. “É a forma de transportar os animais” explica.

O fascínio é grande e entre dados sobre a morfologia dos animais, há espaço para um momento de interação. “O treino é feito com base no estímulo positivo. Numa ave não se bate. Recompensa-se muito ou recompensa-se pouco” explica Carlos Crespo. E lá vêm elas em voo rasante, diretas à luva para receber a cobiçada gratificação!

A Falcoaria tem lugar nos Jardins do Palácio de Queluz, de terça feira a domingo, às 12h00. O acesso faz-se mediante o pagamento de um suplementos ao bilhete para o Palácio ou Jardins no valor de 7 euros para adultos e 3,50 euros para jovens.

Artigo anteriorMercado de Vinhos regressa ao Campo Pequeno em Lisboa em Novembro
Próximo artigoBalla ao vivo no Teatro do Bairro

Leave a Reply