Exposição Os Ballets Russes: Modernidade Após Diaghilev Para Ver Em Lisboa

Os Ballets Russes: Modernidade Após Diaghilev é o nome da exposição que pode ser vista até dia 19 de setembro, em Lisboa, dividida por três espaços: Galeria Millennium bcp, Palácio Foz e Museu Nacional do Teatro e da Dança. A mostra “assinala o centenário da saison de Lisboa, problematizando a modernidade artística do projeto de Sergei Diaghilev e convocando os artistas contemporâneos”.

A chegada dos Ballets Russes a Portugal foi um dos grandes acontecimentos artísticos do início do século passado: entre o escândalo e a admiração, a exaltação e a rejeição, os espectáculos de Sergei Diaghilev constituíram uma das das mais inovadoras experiências de criação artística das primeiras décadas do século XX, e são agora relembrados, numa mostra em três atos.

Na Galeria Millennium podemos ver o núcleo Modernismos e Modernidade dos Ballets Russes, de forma transversal e a partir de seis coreografias emblemáticas (Les Sylphides, Carnaval, L’après midi d’un faune, Le sacre du printemps, Parade, Le train bleu), este núcleo aborda a modernidade e o impacto dos Ballets Russes nas diferentes formas de arte, da música às artes plásticas, do design de moda à literatura, à escultura e às artes decorativas.

O piso térreo da Galeria Millennium apresenta um texto introdutório à exposição, uma cronologia que remete para alguns dos momentos mais relevantes da companhia de bailado de Sergei Diaghilev e uma instalação em vídeo, projetada em quatro paredes, que ajuda os visitantes a mergulharem no contexto epocal dos Ballets Russes. Prolongando-se para o piso 2, este núcleo conta também com a exposição de espólio privado, dando a conhecer diversas peças originais da companhia, como os trajes originais do Dansemuseet (inéditos em Portugal), as porcelanas Meissen, desenhos de Nijinsky, aguarelas de Rodin, além de uma forte componente documental com recurso a fotos, programas da época, textos e demais documentos. Numa lógica de interatividade com o visitante, além dos objetos físicos constam também documentos partilhados em formato digital, que podem ser explorados via ecrã tátil. Vídeos com coreografias e outros pequenos filmes fazem também parte deste núcleo.

Ballets Russes After Hours – este núcleo centra-se na comissão a dois artistas contemporâneos portugueses de obras que continuam o diálogo incompleto da modernidade na contemporaneidade. No piso 1 da Galeria Millennium está exposta a instalação “Interpretation is an interpretation is an interpretation”, de Vasco Araújo, com cerca 150 desenhos de 3 sistemas de notação e textos a partir de livros de Sontag, Fernando Pessoa, Almada Negreiros e Baldwin.

A entrada é gratuita.

Este núcleo tem uma extensão no Palácio Foz, e onde André E. Teodósio apresentou a coreografia/performance 2018.

No Museu Nacional do Teatro e da Dança encontra-se o núcleo Os Ballets Russes em Portugal, que congregará os materiais (cartazes, folhetos, notícias, fotos, gravuras de Almada Negreiros, textos poéticos, reflexões diarísticas, etc.) relativos à presença dos Ballets Russes em Portugal, entre 2 de dezembro de 1917 e abril de 1918. Esta mostra fica patente ao público até 18 de novembro.

Este projeto expositivo surge no âmbito do The Lisbon Consortium e resulta do trabalho de investigação com colaboração dos estudantes dos Programas de Mestrado e Doutoramento em Estudos de Cultura da UCP e conta com o envolvimento de diversas entidades emprestadoras nacionais e internacionais, como o DanseMuseet (Suécia), o Meissen Museum (Alemanha), a Maison de la Danse (França), o Museu do Chiado ou o Museu Nacional do Teatro e da Dança.

Autor:Texto de Elsa Furtado
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