Exposição Jóias de Goa prolongada até 28 de Setembro

Reportagem de Elsa Furtado

expo_esplendores_oriente_mnaa 15 May 2014 13-029Peças de arte, lembranças de família, “moeda” de troca ou memórias de uma História ainda recente, são algumas das palavras que podemos usar para caracterizar as Jóias de Goa, atualmente na exposição do Museu Nacional de Arte Antiga – Esplendores do Oriente. Joias de Ouro da Antiga Goa.

A mostra reúne 392 peças de joalharia dos séculos XVIII e XIX, encerradas em cofres durante 50 anos, e que combinam características da arte hindú com a ourivesaria portuguesa e ocidental, como por exemplo um Menino Jesus, e ainda outras peças exclusivamente características da região de Goa e das suas tradições, fazendo delas exemplares únicos no mundo.

A sala que acolhe a exposição Esplendores do Oriente. Joias de Ouro da Antiga Goa fica no piso térreo do MNAA e torna-se pequena para tantas visitas. Colares, pendentes, pentes-tiaras e outros ornamentos para o cabelo, anéis, pulseiras, escapulários, fivelas e outros objectos em ouro, alguns com funções mais fáceis de identificar do que outras, ocupam as vitrines dispostas em elipse e encantam o visitante com a sua beleza e delicadeza.

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A história desta exposição remonta a 12 de dezembro de 1961, altura em que perante a iminente invasão de Goa pelas tropas indianas, (que teve lugar poucos dias depois), o gerente do Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Goa, Jorge Esteves Anastácio, decidiu preservar um conjunto de bens guardados no banco, enviando-o de barco para Lisboa.

No meio dos bens enviados estavam jóias depositadas por particulares, apreensões de contrabando e cauções de pequenos empréstimos concedidos pelo BNU, a maior parte do espólio viria a ser entregue ao Estado indiano, em 1991, após o restabelecimento das relações diplomáticas com Portugal, e foi estabelecido um contrato entre o BNU e o State Bank od India, que recebeu cerca de meia tonelada do que se encontrava nos cofres, o restante espólio, nunca reclamado até à data, e ficou para o Banco.

Após a incorporação do BNU na Caixa Geral de Depósitos (CGD), foram analisados os bens que se encontravam na instituição bancária e, passados 50 anos, em 2011, um grupo de trabalho abriu as caixas numa cerimónia pública e ficou a ser conhecido o seu conteúdo.

expo_esplendores_oriente_mnaa 15 May 2014 13-40Um conteúdo de valor inestimável, a vários níveis, que levou dois anos a ser restaurado, e integra agora a colecção do MNAA, que as apresenta ao público pela primeira vez nesta exposição, que teve como responsáveis Anísio Franco e Luísa Penalva, da equipa do Museu.

A mostra pode ser visitada até 28 de setembro, às terças-feiras, das 14h00 às 18h00, e de quartas a domingo das 10h00-18h00, em visitas livres ou guiadas (mediante inscrição prévia). O bilhete de acesso é o bilhete normal do museu e custa 6 euros. Para os clientes da CGD (mecenas da exposição) a entrada é gratuita mediante a apresentação do cartão de cliente.

Continuando o sucesso desta mostra e das duas últimas grandes exposições temporárias vindas do exterior o MNAA apresenta a partir de amanhã e até 11 de janeiro de 2015 a Obra Convidada São Tiago Maior, de José de Ribera, do Museo de Bellas Artes de Sevilla; e de 24 de setembro a 4 de janeiro apresenta a exposição Splendor et Gloria. Cinco Joias Setecentistas de Exceção.

 

 

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