O prémio em causa, no valor de 100 mil euros – quantia resultante das contribuições dos dois países, fixada anualmente de comum acordo –, foi criado pelos governos do Brasil e de Portugal em 1989.
A estrutura do prémio permite que este seja atribuído anualmente, alternando as cerimónias entre os dois países de expressão portuguesa, cabendo a decisão a um júri especialmente constituído para o efeito. Este ano a atribuição foi feita em Lisboa.
O jurí reunido para o efeito, constituído por Edla van Steen (presidente do júri), António Carlos Secchim (pela parte brasileira), Helena Buescu e José Carlos Seabra Pereira (pela parte portuguesa), Inocência Mata e Luís Carlos Patraquim (em representação dos países africanos de língua ofícial portuguesa), decidiu por maioria premiar Gullar. Foi tomada em conta “a alta relevância estética da sua obra, em especial a poesia, incorporando com maestria tanto a nota pessoal do lirismo quanto a defesa de valores éticos universais”.
Ferreira Gullar, pseudónimo de José Ribamar Ferreira, nasceu em ao São Luís, em Setembro de 1930 e é um dos fundadores do neoconcretismo e é agora o 9º escritor brasileiro a ser distinguido com este prémio, que anteriormente já teve como vencedores alguns dos mais conceituados escritores portugueses, como Miguel Torga, Virgílio Ferreira, José Saramago, Sophia de Mello Breyner, Eugénio de Andrade, Agustina Bessa-Luís, António Lobo Antunes ou até mesmo o brasileiro Jorge Amado ou o angolano Pepetela.
Por Cristina Alves