Delta Tejo 2011: “O melhor de sempre”

Reportagem de Elsa Furtado (texto) e Natacha Brigham (fotos)

“O melhor Delta Tejo de sempre” foi como Rui Miguel Nabeiro, responsável da Delta Cafés resumiu ao C&H a 5ª edição do festival, que decorreu este fim-de-semana no Alto da Ajuda em Lisboa, e por onde passaram cerca de 54 mil festivaleiros.

Domingo, o último dia de festival, foi o que teve uma maior afluência de público, cerca de 20 000 pessoas (segundo a organização), naquele que é tradicionalmente dedicado à música brasileira e à “nação brasileira”, que não se fez rogada à chamada e fazia filas para entrar desde cedo.

Neste último dia de festival as hostes abriram a horas, com os portugueses Expensive Soul a animar o recinto, no palco Delta, que interpretaram alguns temas do álbum homónimo e outros mais antigos, e que tiveram direito a acompanhamento do público como em “Eu Não Sei”, fazendo prever a noite de boa onda e animação que por aí vinha.

No Palco Santa Casa a animação também começou cedo, cerca das 20h30, com os alentejanos Virgem Suta e que tiveram como convidadas especiais Manuela Azevedo e as duas filhas. Temas como “A Mula”, “A Ressaca”, “Absolutamente”, “Tomo Conta Desta Tua Casa”, animaram toda a gente e puseram o público a dançar, terminando o concerto com um palco cheio de gente (público inclusive) muito animada e bem-disposta.

Na verdade, este palco foi uma das maiores surpresas desta edição, estando sempre cheio e com o público muito animado e a aderir em pleno. Depois destes alentejanos bem-dispostos passaram por aqui ainda os ritmos quentes de Cabo Verde, com os Ferro Gaita, que do funaná às mornas, puseram o público a dançar, e terminou com os sons sensuais e brincalhões do angolano Matias Damásio, que apelou aos valores nacionalistas de cada um dos presentes, quer fossem angolanos, cabo verdianos, brasileiros ou portugueses. No fim, uma bandeira angolana surgiu em palco, e o público fez coro no tema “Querida Angola”.

Mais tarde, também aqui, já no “Beck Stage” também o Puto Português encheu a tenda e pôs todo o mundo a dançar, ao som dos ritmos quentes de África.

No palco principal era tempo de Brasil, primeiro a jovem Maria Gadú, com o seu timbre suave e ar descontraído trouxe o calor de terras de Vera Cruz, e o público fez coro nos temas mais conhecidos, como “Encontro”, ou “Bela Flor”, fazendo deste concerto um momento musical muito agradável para todos os festivaleiros.

Seguiu-se um dos principais nomes de cartaz deste festival, o “lendário” Ney Matogrosso, com o seu “Show Bandido”. Temas como “Fascinação”, “Tango para Teresa”, “Da Cor do Pecado”, entre outros fizeram as alegrias do público presente.

Mas a verdadeira festa estava marcada para a meia-noite e meia, com os baianos Parangolé. Foi a vez de tirar o pé do chão, levantar as bandeiras no ar e o pó do chão e matar a saudade do terra longínqua, ao som de “Rebolation”, depois foi um desfilar dos vários sucessos da banda, que teve ainda tempo para apresentar “Amor”, o seu tema novo.

Terminando em grande mais uma edição de Delta Teja, o festival dedicado à música dos países produtores de café. Uma aposta para continuar, segundo revelou ao C&H Rui Nabeiro, uma vez que Angola e Brasil são muito importantes para a marca.

Uma marca que este ano completou 50 anos de existência e que aposta agora fortemente na consolidação do mercado externo, como França, com a colocação no mercado da Delta Q, especialmente junto da comunidade emigrante e no Brasil.

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