Delaunay, Casas da Coleção, Hein Semke e Willie Dohertie as Novas Exposição da Gulbenkian

Círculo Delaunay

Reportagem de Tânia Fernandes (Texto e Fotos)

Círculo Delaunay
Círculo Delaunay

[dropcap]O[/dropcap] Círculo Delaunay, As Casas na Coleção do CAM, Hein Semke. Um Alemão em Lisboa e Willie Doherty. Uma e Outra Vez são as exposições que abrem ao público esta sexta-feita, em simultâneo, no CAM (Centro de Arte Moderna) da Gulbenkian.

O Círculo Delaunay

Tem curadoria de Ana Vasconcelos esta mostra que explora o contexto criativo que surgiu à volta do curto exílio de Robert e Sonia Delaunay em Vila do Conde, entre junho de 1915 e janeiro de 1917.  Juntou artistas como Amadeo de Souza-Cardoso, Almada Negreiros, Eduardo Viana, José Pacheco e o pintor americano Samuel Halper. Esse intercambio de experiências e contactos ficaram registados nas suas obras, que foram agora reunidas na exposição O Círculo Delaunay.

A cor forte e intensa e a ligação cromática entre os trabalhos expostos é o que mais sobressai desta exposição, que permite ainda comparar, lado a lado, trabalhos dos autores, subordinados ao mesmo tema, mas com intervalos temporais de poucos anos. Destaque ainda para a encomenda a Sonia Delaunay de uma pintura para uma fachada de um edifício em Valença do Minho, que acabou por não se concretizar, subsistindo apenas  o estudo agora em exposição. O projeto destinava-se à fachada de um orfanato e deveria seguir um tema tradicional: a “homenagem ao doador”, neste caso Apolinário da Fonseca, um benemérito local.

Círculo Delaunay
Círculo Delaunay

Os mercados tradicionais, o artesanato e o folclore foram apreciados por estes artistas cuja perceção deixaram retratada nos seus trabalhos. “A melhor época da minha vida, as férias grandes… porque pude trabalhar nas melhores condições que se possam sonhar: a luminosidade violenta deste país, a animação da rua que me recordava a Rússia da minha infância, as festas, os mercados, os cantos, as danças populares”  Sonia Delaunay

O Círculo Delaunay pode ser visto até ao dia 22 de fevereiro na Galeria 1 do CAM.

 

AS CASAS na Coleção do CAM

O CAM reuniu nesta exposição peças que fazem parte da sua coleção e relacionam arte e arquitetura, o corpo e a casa. Numa época caracterizada pela mobilidade, desorganização do espaço e vivência num mundo virtual, as casas continuam a distinguir-se por serem lugares de intimidade, abrigo e segurança, repletas de memórias.

A exposição percorre o século XX, com trabalhos de escultura, pintura, vídeo, fotografia e instalação de artistas como Ana Vieira, Rachel Whiteread ou José Pedro Croft, incluindo também um considerável número de obras produzidas recentemente de Heimo Zobernig, Thomas Weinberger, Gil Heitor Cortesão ou Leonor Antunes, entre outros. Desta última artista, que trabalha no universo da arquitetura e do design é apresentada uma instalação recentemente adquirida pelo CAM.

AS CASAS na Coleção do CAM tem curadoria de Isabel Carlos e Patrícia Rosas Prior e vai estar no Hall e Nave do CAM até ao dia 31 de outubro de 2016.

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Hein Semke. Um Alemão em Lisboa

Esta exposição apresenta aspetos pouco conhecidos da produção artística do artista alemão Hein Semke (1899-1995) ao mesmo tempo que atualiza o conhecimento sobre a sua obra e o seu contexto criativo.  Artista quase autodidata, a sua vasta atividade artística abarca várias linguagens, da escultura à gravura, pintura, colagens, tendo produzido 34 livros de artista entre 1958 e 1986. A exposição incide sobre as obras de arte que integraram a doação feita ao CAM, em 2013, e os livros de artista entretanto doados à Biblioteca de Arte da Fundação.

A exposição Hein Semke. Um Alemão em Lisboa tem curadoria de Ana Vasconcelos e pode ser vista até ao dia 22 de fevereiro de 2016 na Galeria -1 do CAM.

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Willie Doherty. Uma e Outra Vez

Duas vezes selecionado para o Prémio Turner (1994 e 2003), Willie Doherty (Derry,1959) é um artista da contemporaneidade. Trabalha sobretudo com vídeo e fotografia e o seu universo é  dominado pela tensão entre indivíduo e sociedade e entre natureza e espaço urbano.

A exposição Uma e Outra Vez assume um carácter antológico, focando-se sobretudo no trabalho mais recente e tendo como fio condutor a presença da figura humana. O trabalho do artista remete para uma reflexão sobre a Irlanda, mais precisamente, sobre a tensão entre Sul e Norte, entre Este e Oeste, entre república e reino, entre protestantes e católicos, entre vítimas e agressores. A força da sua obra está em levantar questões incómodas que nos retiram de qualquer zona de conforto.

A exposição tem curadoria de Isabel Carlos e pode ser vista na Galeria de Exposições Temporárias do CAM e Sala Polivalente até ao dia 22 de fevereiro.

O bilhete de acesso ao CAM – Centro de Arte Moderna da Gulbenkian custa 5 euros e permite visitar todas as exposições. Há descontos para jovens e séniores. Aos domingos a entrada é gratuita e as crianças até aos 12 anos não pagam.

As exposições podem ser vistas de quarta a segunda-feira, das 10h00 às 17h45. O CAM encerra nos dias 24 e 25 de dezembro, 1 de janeiro, domingo de Páscoa e 1 de maio.

 

 

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