Décima edição do DocLisboa, decorre de 18 a 28 de outubro na Culturgest

A décima edição do DocLisboa, Festival Internacional de Cinema, que acontece de 18 a 28 de outubro na Culturgest traz este ano algumas novidades. Propõe-se pensar o cinema como campo artístico e político, abordando também os acontecimentos atuais e reais em Portugal e no mundo, querendo que exista uma verdadeira troca com o público. De destacar o crescente número de obras portuguesas neste festival que este ano chegam aos sessenta oito filmes.

O Festival abre com um filme português A Última Vez que Vi Macau, de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra e encerra com um filme italiano Cesare Deve Morire de Paolo e Vittorio Taviani, vencedor do Urso de Ouro na 62.ª edição da Berlinale e candidato aos Óscares, aqui em ante-estreia.

Surgem três novas secções: Cinema de Urgência, direcionada para a captação da realidade social e política aparecendo aqui a idéia de cinema como ação direta. Destaca-se assim os documentários Es.Col.A da Fontinha – Espaço Coletivo Autogestionado, da Viva Filmes, São Lázaro 94, CLAP – Cinema Libertário Ação Projeção e The Suffering Grasses: When Elephants Fight, it is the Grass that Suffers de Iara Lee, Turquia e Síria.

A nova secção Verdes Anos apresenta filmes produzidos em escolas de vídeo, cinema, audiovisuais e comunicação pretendendo facilitar a entrada no mercado de trabalho destes futuros cineastas. Os espetadores poderão assistir a Aqui e Agora de Carla Fonseca, Heterotopia de Tiago Siopa, Santa Maria dos Olivais de Susanne Malorny entre muitos outros.

A secção Passagens prende-se com as relações entre o cinema e a arte privilegiando este ano Chantal Akerman, proporcionando a retrospetiva integral da filmografia desta cineasta belga (quarenta e dois filmes) em exibição na Cinemateca Portuguesa, parceira habitual deste festival, assim como algumas instalações suas acolhidas na Carpe Diem Arte e Pesquisa e na Galeria Palácio Galveias. Esta cineasta apresenta uma obra singular mas representativa da modernidade do cinema. Realizar-se-á ainda um colóquio internacional sobre a mesma temática nos dias 25, 26 e 27 de outubro.

Poder-se-á também apreciar a retrospetiva United We Stand, Divided We Fall sobre filmes coletivos que normalmente se identificam com atitudes e responsabilidades políticas; assim é feita uma profunda investigação histórica tendo como ponto de partida os acontecimentos do Maio de 68 passando depois pelos anos setenta e oitenta; haverá filmes sobre os movimentos operários, feministas, estudantis, das minorias, entre outros.

As competições mantêm-se: as internacionais nas longas e curtas-metragens que este ano são de origem muito diversificada: Tunísia, China, Bulgária, França, entre outros países; as portuguesas também nas longas e curtas-metragens que dão a ver alguns dos melhores documentários portugueses concluídos no último ano.

O festival conta ainda com as habituais secções Investigações (filmes que se relacionam com questões contemporâneas, propondo o cinema como modo de investigação sobre uma realidade), Riscos (secção comissariada por Augusto Seabra que se desenha a partir de propostas que desafiam as categorias e formatos habituais do documentário) e Heart Beat que inclui documentários que se constroem na relação com a música e artes performativas; exemplo disso é o documentário Visões de Madredeus, de Edgar Pêra, que é o filme de abertura desta secção. O realizador mostra cine-diários de concertos, bastidores, gravações de discos e viagens com os Madredeus, desde os primeiros ensaios, em 1987, até ao último concerto da tournée “Amor Infinito”, em Tóquio, em 2006. De destacar a presença de cinco filmes portugueses; nunca tinha existido nenhum filme português nesta secção ao longo de seis anos! A exibição do filme Shut Up and Play The Hits de Dylan Southern e Will Lovelace do Reino Unido e que relata a história do grupo LCD Soundsystem que anunciaram agora a sua dissolução, terá lugar na discoteca Lux Frágil.

De destacar também as masterclasses e os workshops assim como as mesas redondas com temas tão diversos como A RTP e o Serviço Público de Televisão e Laboratórios de Cinema Independentes, entre outros. Os ateliers para crianças e as atividades pedagógicas continuam assim como as sessões especiais para escolas e famílias.

O programa pode ser consultado no site da Culturgest e os bilhetes já se encontram à venda nos locais habituais; têm o preço de 4 euros existindo alguns descontos especiais e a possibilidade de comprar vouchers de dez ou vinte bilhetes de 30 e 55 euros respetivamente.

Texto de Joana Resende

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