D. Estefânia não é das rainha portuguesas mais conhecidas, não viveu entre nós muito tempo, nem deixou grande obra, mas durante os poucos anos em que foi rainha de Portugal, não deixou indiferente nenhuma das pessoas que viviam à sua volta pelas suas acções, bondade e espírito humanitário.
Foi no seguimento desse espírito que Estefânia abdicou do seu dote de casamento a favor da construção de um hospital infantil, numa altura em que não havia hospitais, nem condições sanitárias e o progresso (como se falava então) era algo que só existia lá fora e que não tinha data para chegar ao nosso pequeno e humilde Portugal.
D. Estefânia viveu entre nós durante 14 meses, foi rainha amada dos portugueses e esposa extremosa do jovem rei D. Pedro V, também ele muito amado pelo seu povo, mas a sua forma de ser, a preocupação com os outros e a falta de condições de saúde da época, fizeram com que ela não vivesse muito tempo e partisse antes de ver o seu sonho concretizado.
Um sonho que D. Pedro fez questão de realizar e inaugurado por D. Luís I (após a morte do seu irmão), e que preserva a memória da rainha até aos dias de hoje, uma memória agora reavivada com o lançamento de D. Estefânia – Um Trágico Amor, de Sara Rodi, recentemente editado pela Esfera dos Livros.
Escrito de forma fluída e acessível, a autora dá-nos a conhecer o lado mais humano e pessoal de uma rainha, que ficou conhecida pela sua preocupação e dedicação com os outros, numa narrativa que tem início no momento da sua partida do mundo dos vivos e contada na primeira pessoa.
Um bom livro para quem quer ficar a conhecer e a saber um pouco mais sobre a jovem e romântica Estefânia – rainha de Portugal e esposa de D. Pedro V.
Por Elsa Furtado