Culturgest Apresenta Arquivo De Destruição De Pedro Lagoa

A Culturgest apresenta um novo projeto online intitulado Arquivo de Destruição: Departamento de IEC, do artista Pedro Lagoa, com curadoria do novo programador de artes visuais, Bruno Marchand.

Este novo projeto ficará disponível online amanhã, contando com dois momentos: o primeiro pelas 11h00, com o lançamento da página www.arquivodedestruicao.culturgest.pt, e, o segundo, às 22h00, com a exibição do vídeo a cut through the archive of destruction, em streaming, no YouTube da Culturgest (disponível apenas até às 23h59 do mesmo dia).

Este novo projeto, Arquivo de Destruição: Departamento de IEC, “é o lado virtual em formato website da obra arquivo de destruição que Pedro Lagoa tem vindo a desenvolver desde 2007, ano em que foi apresentado, pela primeira vez ao público, numa instalação, em Londres”.

Como o título indica, o Arquivo de Destruição é um repositório de textos, imagens, filmes ou sons, de natureza documental e ficcional, que sinalizam gestos de destruição na forma física, ideológica ou simbólica, com conteúdos da autoria de Walter Benjamin, Le Corbusier, François Reisz, Stephen Hawking, Henry Adams, Giorgio Agamben, Georges Bataille, Pierre Bourdieu, João Vasco Paiva, Mike Leigh, entre outros.

Pedro Lagoa continua a trabalhar na pesquisa de conteúdos e o site será atualizado com novos conteúdos todas as semanas, um convite a visitas regulares por parte do público, que pode viajar livremente e ao seu gosto não havendo uma ordem definida de consulta.

Estrutura sem morada fixa, o arquivo de destruição é dedicado à recolha de documentos referentes a ações e ideias que representam uma negação da sua função básica: a preservação da memória.
O tópico da destruição presta-se a questões éticas particularmente sensíveis. O arquivo lida com esta inevitabilidade da única forma possível: trabalhando o volume crescente de existências que o integram de modo a que entre elas se construa um campo isento do mais ínfimo sinal de moralismo. Isso implica, por um lado, protegê-las de tudo o que lhes possa aplicar um juízo ou atribuir-lhes um valor e, por outro, consagrar-lhes condições de apresentação que possibilitem que, no intervalo entre elas, se abra espaço para a subjetividade do espectador – o mesmo espaço de liberdade e extrapolação onde se funda o verdadeiro sentido desta obra.

Será apresentado ainda o vídeo a Cut Through the Archive of Destruction, de Pedro Lagoa, que faz parte do Serviço Educativo do Arquivo de Destruição, e consiste numa colagem e edição de diversos materiais – imagens, textos, sons – que fazem parte da coleção do arquivo. Através de linhas associativas subjetivas, efetua um corte – no sentido geológico do termo – através de algumas das principais ideias contidas no arquivo.

O vídeo tem sido apresentado em conjunto com instalações do arquivo de destruição e, da mesma forma que o arquivo, tem-se desenvolvido num processo de contínua mudança e re-edição, nunca tendo a mesma versão do vídeo sido apresentada mais do que uma vez.

Autor:Texto de Ana Francisca Bragança
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