Durante muitos séculos, os Monges Jerónimos que habitavam o Convento do Espinheiro em Évora coziam o seu próprio pão em forno de lenha.
Com a ajuda do chef do hotel, cada cliente vai, literalmente, meter a mão na massa e tal como faziam os monjes vai transformar o pó de farinha branca numa massa fofa. Nesse momento, o alguidar de barro é colocado junto ao forno para que a temperatura emitida pelas brasas ajude as leveduras a ‘fintar’ a massa.
O chef vai ainda aproveitar para levar os convivas à sua horta de aromáticos, onde verdejam coentros, poejos, segurelha, e inclusive a mítica Escorsioneira de Évora. Aí se vão escolher os temperos que vão dar ao almoço aquele gostinho tão especial.
De volta ao forno é hora de pegar na massa já pronta e tender-se os pães de cabeça que se colocam nos ladrilhos quentes um a um e aí ficam até adquirirem um tom dourado. Enquanto não fica pronto, todos se juntam na cozinha e sobre as ordens do chef preparam-se uns petiscos Alentejanos que vão das migas aos doces Conventuais. Depois é só tirar o pão quente do forno e acompanhar com um vinho tinto da região.
Tendo também a gastronomia regional como mote, o Hotel Convento do Espinheiro organiza no último sábado do mês, dia 29 de Janeiro, um almoço no Celeiros do Trigo, que será elaborado pelos membros do Grupo de Cantares de Évora, que se vão inspirar nas receitas das nossas avós. Durante e após o repasto o principal “tempero” são as modas dos Catares de Évora.
Texto de Cristina Alves