Confeitaria Arcádia: A Casa Mais Doce da Invicta

Arcádia_Catarina Costa_29.05.2013 (14)Reportagem de Sandra Mesquita (texto) e Catarina Costa (Fotos)

Em pleno coração da cidade do Porto, no número 63 da Rua do Almada, está a casa mais doce da Invicta. Por cima da porta de entrada da loja-mãe da Confeitaria Arcádia, a mensagem “Arca Doce” dá as boas vindas aos visitantes e faz crescer água na boca dos mais gulosos.

Tudo começou em 1933, quando Manuel Bastos fundou a Confeitaria Arcádia, na Praça da Liberdade, com bombons e amêndoas artesanais e uma técnica trazida de Paris. Frequentada pela alta sociedade portuense, a Arcádia rapidamente se tornou numa referência da cidade. “Naquela altura, quem partia de São Bento levava sempre, como lembrança do Porto, uma caixinha de bombons ou línguas-de-gato de chocolate da Arcádia”, lembra Margarida Bastos, neta do fundador.

Oitenta anos passaram, a Praça da Liberdade foi trocada por uma loja acolhedora no local da fábrica, o filho de Manuel Bastos assumiu o negócio – que passou depois para os netos – e novas lojas abriram mas as receitas e o fabrico tradicional mantiveram-se inalterados. Atualmente, a Arcádia continua a ser procurada pelos seus bombons, línguas-de-gato de chocolate, drageias e amêndoas, fazendo as delícias de miúdos e graúdos.

Dentro da pequena loja, a mistura de cores e aromas adocicados lembram um conto de fadas onde o cacau é a personagem principal. Bombons de todas as formas e cores enchem as várias prateleiras do local acolhedor mas é na fábrica, situada nas traseiras da loja, que a magia acontece. Por entre tachos, moldes e diversas variedades de chocolate, cerca de uma dezena de funcionários confecionam os doces um a um, garantindo que em cada bombom sejam saboreadas várias décadas de tradição.

Arcádia_Catarina Costa_29.05.2013 (29)“Todos os bombons são feitos com produtos naturais”, garante a proprietária. A matéria-prima é o chocolate importado da Bélgica que depois é derretido e arrefecido até ficar no ponto ideal para conservar as suas qualidades.“Há uns anos, no tempo do meu avô, os chocolates eram arrefecidos em tachos mas hoje em dia, com a quantidade de produção que temos, somos obrigados a recorrer a máquinas, mas o restante processo mantém-se igual”, conta Margarida Bastos. “Qualidade e conhecimento” são os ingredientes da casa para a confeção “do melhor chocolate do mundo”, dizem os proprietários.

Apesar de o chocolate da fábrica ser entregue nas outras lojas da Arcádia no Porto, em Lisboa e nos centros comerciais, os consumidores fazem questão de comprar na Rua do Almada “só porque vêm o chocolate sair daqui”, explica Margarida Bastos.

Para além dos produtos tradicionais vendidos na loja, a Arcádia aposta na inovação, apresentando várias novidades ao longo do ano. Recentemente, a marca de chocolates lançou os bombons de Vinho do Porto e a edição especial Clerigus, em celebração dos 250 anos da Torre dos Clérigos, ambos considerados Porto Official Product. “Somos quase como um ex-libris do Porto, estamos muito ligados à história da cidade”, diz a administradora.

Para as festas dos Santos Populares que se aproximam, as novidades da Arcádia são os manjericos de chocolate acompanhados das tradicionais quadras populares e sardinhas, também de chocolate, em canastras de palha, opções doces à altura das celebrações que todos os anos enchem as ruas portuguesas de festa e tradição.

O chocolate da Arcádia faz parte das memórias de infância há três gerações mas também de histórias românticas com um final feliz. “Uma vez recebemos um pedido de um egípcio para entregarmos uma elevada quantia de chocolates em casa da sua namorada aqui no Porto”, conta Margarida. “Ficámos aflitos pois eram quilos e quilos de chocolate mas, no final, conseguimos fazer a entrega e deixá-los felizes”, acrescenta.

 

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