Lídia está intimamente ligada a Ricardo Reis e é um pretexto para fazer ouvir a sua própria voz. Uma mulher sem direito a resposta, mas a quem ele aconselha o usufruir do tempo como o correr de um rio.
Com um tom sereno, como quem deve ensinar, ele convida: Vem sentar-te comigo, Lídia (…)/depois pensemos (…) que a vida passa e não fica, nada deixa e nunca regressa (…).
Lídia é a sua companheira de viagem, uma viagem que se deseja sem dor e direcionada para o futuro do tempo, como o que a dança, simbolicamente, sempre percorre com os seus passos.
É este futuro que é criado por Paulo Ribeiro e Luís Tinoco e que celebrará em Lídia “o rio que, malgré tout, correrá sempre em direção ao mar”.
Tendo como elementos base a mulher, a sua sensualidade e determinação, a sua força interna e aquilo que a move, a sua alma e coração, o coreógrafo Paulo Ribeiro leva a palco treze bailarinas que, dançando com o coração, revelam a individualidade de cada mulher. Uma mulher sensual, determinada, onde a fragilidade e a indecisão não têm espaço.
A fidelidade, a responsabilidade e inspiração criativa para com a identidade de cada um, a convicção que cada um tem sobre o que deve e quer fazer, são questões essenciais que o coreógrafo quis trabalhar com as bailarinas fazendo com que cada uma delas deixasse um pouco de si, da sua própria verdade, da sua convicção nesta nova criação.
Luís Tinoco compôs a partitura original de Lídia que será interpretada ao vivo pela Orquestra Metropolitana de Lisboa sob a direção do maestro Pedro Neves.
A não perder, os bilhetes estão disponíveis nos locais habituais, com preços entre os 5 e os 25 euros.
Texto de Marta Plácido