Como não estar Atento aos sinais de Ney Matogrosso?

NReportagem de Madalena Travisco e Joice Fernandes
 

“Todo o mundo tem direito à vida/ e todo o mundo tem direito igual” apregoado na “Rua da Passagem” abre o primeiro dos dois concertos agendados para o Coliseu dos Recreios em Lisboa. No álbum e tournée “Atento aos Sinais” Ney Matogrosso assinala não só os 40 anos de carreira, como sinaliza os problemas do quotidiano brasileiro/mundial. Neste trabalho, 8 dos 14 temas são de músicos menos conhecidos que ganham eco na voz e presença deste invulgar artista brasileiro.

De bota alta preta e plumas arranca os primeiros urros e aplausos com temas do novo trabalho. Sem as plumas, exibe um top de alsa assimétrica, e mais tarde volta a mudar de indumentária. Mais devagar e ao som de apupos; descalça uma bota alta, uuuh!, depois a outra, uuuh! tira o cinto, uh! tira a licra que cobria as calças prateadas, uuuuuh! tira  o top de alsa assimétrica, uh!, tira a touca, uh!, veste um top de alsa brilhante, põe um lenço turbante, uauu! calça uma bota cinza prata, depois a outra, e posa. Sempre com ar malandreco. Chovem aplausos.

Por mais de uma vez, desceu do palco recebendo toques e flores. Com poses e danças ousadas foi cantando e encantando, indo a cada canto do palco receber intensos e calorosos aplausos. Depois do alegre “Samba do blackberry” um anúncio a contrastar: “Obrigado. Muito obrigado. Á-qui nós co-me-ça-mos a encerrar os nossos trabalhos”.

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“Todo o mundo o tempo todo” seria o tema de encerramento que não saciaria o Coliseu que se levantou. No primeiro regresso, apresentou dois temas em nova indumentária.
Teve que voltar, desta vez fora do “Atento aos sinais”, com o “Poema” maravilhoso de Cazuza, para terminar em alegria com um tema imortalizado pelo Martinho da Vila: “Ex-amor”
“Sempre sonhamos
Com o mais eterno amor.
Infelizmente,
Eu lamento, mas não deu…
Nos desgastamos
Transformando tudo em dor,
Mas mesmo assim
Eu acredito que valeu (…)

Valeu mesmo esta hora e meia de espetáculo. Um enorme cartaz com “40 anos a amar-te” sobressaía num dos camarotes ilustrando o efeito de Ney no pico dos seus 72 anos. Sempre em forma, sempre sensual. E sempre “Atento aos Sinais”.

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