Chico Buarque venceu prémio Portugal Telecom de Literatura

Chico Buarque foi o grande vencedor da oitava edição do Prémio Portugal Telecom de Literatura, anunciado na passada segunda-feira, num evento apresentado por Jô Soares, em São Paulo, Brasil.

“Não li todos, não sei se mereço o prémio, mas merecia estar entre os primeiros, talvez”, disse Chico Buarque, ontem, após ganhar um dos prémios mais importantes para obras em língua portuguesa, por Leite Derramado (editado pela Companhia das Letras, e pela Dom Quixote em Portugal). “O livro não é mau”, acabou por confessar o cantor-escritor.

O resultado, anunciado numa cerimónia apresentada por Jô Soares, já era esperado entre os presentes na Casa Fasano desde que, no início da noite, se soube que o músico confirmara presença.

O livro Leite Derramado já havia sido reconhecido com o Prémio Jabuti na categoria livro do ano, na semana passada, e Chico Buarque destaca-se por ter vencido três vezes esta distinção. Ele recebeu o prémio das mãos de Pilar del Rio, viúva do escritor português José Saramago. A distinção de Buarque foi na modalidade ficção e foi reconhecido nas categorias escolha do júri oficial e escolha do júri popular, uma novidade desta edição.

Pela Portugal Telecom, representada por Zeinal Bava, Chico Buarque recebeu 100 mil reais (cerca de 50 mil euros). Em segundo lugar, ficou o romance Outra Vida (Alfaguara), de Rodrigo Lacerda, que levou 35 mil reais (ceca de 15 mil euros), e, em terceiro, o volume de poemas Lar (Companhia das Letras), de Armando Freitas Filho, que ganhou 15 mil reais (cerca de 6,500 euros).

Além dos vencedores, estavam indicados AvóDezanove e o Segredo do Soviético, do angolano Ondjaki (único não brasileiro entre os concorrentes), A Passagem Tensa dos Corpos, de Carlos de Brito e Mello, O Filho da Mãe, de Bernardo Carvalho, Pornopopeia, de Reinaldo Moraes, Olhos Secos, de Bernardo Ajzenberg, e Monodrama, de Carlito Azevedo.

O romance Caim, de José Saramago, foi retirado da disputa na semana passada a pedido da Fundação Saramago e da Companhia das Letras, que decidiram desta forma dar a hipótese a outros escritores, atitude também defendida por Sarmago algumas vezes depois de ter recebido o Nobel de Literatura e disse que não iria mais concorrer a nenhum prémio. A organização optou por uma homenagem, com a presença de Pilar del Río. Ao lado da escritora Nélida Piñon, ela foi chamada ao palco no início da noite para falar sobre o autor e a fundação antes da exibição de trechos do documentário José & Pilar.

Texto de Cristina Alves
Foto gabinete de imprensa PT
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