Chico Buarque, 12 Anos Depois: Foi Bonita A Festa, Pá!

Reportagem de Madalena Travisco (Texto) e Joice Fernandes (Fotos)

Foi bonita a festa, pá! Chico Buarque encerrava assim o segundo encore na noite de 8 de junho no Coliseu dos Recreios em Lisboa.

… Sei que há léguas a nos separar/Tanto mar, tanto mar/Sei, também, como é preciso/ Navegar, navegar…

Foram 12 anos de ausência, Chico tem agora 73 anos, e trouxe a Portugal Caravanas – também o nome do último trabalho – o trigéééésimo oitavo álbum.

“Minha Embaixada Chegou” abriu e fechou a caravana que passou navegando, sob um cenário de cabos suspensos da autoria de Hélio Eichbauer. Das Caravanas aos clássicos, Chico Buarque de Holanda rendeu-se às ovações e silêncios respeitosos de quem se arregalou com “Partido Alto” (diz que deu/diz que dá), “Iolanda” e “Casualmente”.

Entre a “Moça de Sonho” e o “Retrato em Branco e Preto” uma referência a Edu Lobo, a Tom Jobim e aos grandes parceiros. “Essas parcerias são as letras que escrevi para as músicas que gostaria de ter composto”. E seguiu cantando “(…) trago o peito tão marcado/por lembranças do passado/ que você sabe a razão (…)”, “Desaforos”, “Injuriado” e “Dueto” (aqui com Bia Paes Leme).

Da Ópera do Malandro trouxe a “A Volta do Malandro” (… “deixa balançar a maré …”), “Homenagem ao Malandro” e prossegue com “Palavra de Mulher”. Tempo depois para “As Vitrines”, “Jogo de Bola” e “Massarandupió”. Se houvesse glossário para este título, saber-se-ia que é o nome da praia onde os netos pequeninos brincavam e onde a filha enterrou o cordão umbilical do neto Chiquinho (agora Chico Brown, que tem com o avô – Chico Buarque – este tema em Caravanas).

“Outros Sonhos” e “Blues para Bia” antecederam “A História de Lily Braun”, “A Bela e a Fera” e “Todo o Sentimento”. Em a “Tua Cantiga” e “Sabiá”, Chico Buarque esteve de pé na frente do palco, para depois surpreender, ainda mais, com chapéu e uns passos dançados, numa homenagem a Wilson das Neves em “Grande Hotel”. Trocando o chapéu pelo violão, veio a “Gota d’água”

Depois de “As Caravanas” (…A culpa deve ser do sol que bate na moleira…), a “Estação Derradeira” trouxe de volta os acordes de “Minha Embaixada Chegou” com que Chico Buarque e a banda encerrariam o concerto.

O mesmo público – que escutou respeitosamente e aplaudiu veementemente – fez abanar o Coliseu.  Chico Buarque,  o maestro Luiz Cláudio Ramos (violão), João Rebouças (piano), Bia Paes Leme (voz e teclados), Chico Batera (percussão), Jorge Helder (contrabaixo), Marcelo Bernardes (sopros) e Jurim Moreira (bateria) regressaram por duas vezes.

No primeiro encore com “Geni e Zepelim” e “Futuros Amantes” (não se afobe, não). Para um Coliseu literalmente de pé, houve um segundo regresso: “Para Todos” (de Dorival Caymmi) e “Tanto Mar”:

Foi bonita a festa, pá /Fiquei contente
Ainda guardo renitente um velho cravo para mim
Já murcharam tua festa, pá/ Mas certamente
Esqueceram uma semente n’algum canto de jardim
Sei que há léguas a nos separar /Tanto mar, tanto mar
Sei, também, como é preciso, Navegar, navegar

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