Este ciclo marca um encontro singular entre passado e presente, entre a paisagem idílica e paisagem real, que eleva a “Paisagem da Madeira” a obra de arte, ao reunir a maior exposição retrospectiva de Max Römer, um artista de origem alemã que viveu durante quatro décadas na Madeira. A sua vasta e multifacetada obra constitui um espólio de elevada riqueza, onde o autor revela grande sensibilidade ao retratar a beleza e o romantismo dos miradouros, as encostas íngremes e recortadas, as quintas apalaçadas, o mar e elementos do património construído. Em postais, ilustrações, vinhetas, capas de livros e revistas, cartazes, publicidade, pintura sacra e até cunhagem em medalhas, quase todos os seus motivos artísticos são identificativos da cultura madeirense.
A Duas Velocidades entra como contraste com aprimeira exposição já que se desafiaram 9 artisitas plásticos como Bernardo Mendonça & Tiago Miranda, Hugo Olim, Lucília Monteiro, Luísa Cunha, Miguel Palma, Ricardo Barbeito, Rigo e Yonamine a serem os protagonistas, da exposição que materializa o desafio de (re)interpretar a paisagem contemporânea da Madeira sob múltiplos olhares, visões e expressões.
Inspirado no estudo homónimo “A duas velocidades: Paisagem e Turismo na Madeira, entre a via rápida e os miradouros” (2011) do arquitecto e paisagista madeirense Duarte Santo, o projecto curatorial A2V integra uma exposição e a edição de uma publicação, comissariados por Duarte Santo e Sílvia Escórcio, suportes onde a dupla reúne um cartaz alargado de criadores e peritos de áreas como a arquitectura, urbanismo, filosofia, literatura, curadoria e artes plásticas.
Texto de Margarida Vieira Louro