Cartaz Do Festival Músicas Do Mundo Sines 2017 Já Tem Várias Confirmações Oriundas De Todo O Mundo

A edição de 2017 do Festival Músicas do Mundo, de Sines realiza-se entre 21 a 29 de julho reunindo mais uma vez um naipe diverso de músicas de África, Médio Oriente, Sudeste Asiático, Américas e Europa naquele que é, por excelência, o festival de descobertas.

A edição deste ano conta já com as seguintes confirmações:

A-WA (lê-se ei-uá) é um trio de irmãs nascidas no sul de Israel que funde o folclore iemenita judaico com a música de dança. Descobertas por Tomer Yosef (Balkan Beat Box), com quem trabalharam no disco de estreia, Tair, Liron e Tagel Haim cantam poemas de amor e protesto em dialeto arábico iemenita. São um dos grupos em mais rápida ascensão da música de dança de textura global.

BCUC (por extenso: Bantu Continua Uhuru Consciousness) é uma banda na tradição da música de protesto do Soweto, África do Sul. Fazem música afropsicadélica (a que dão o nome trava-línguas “Africangungungu”), expressa em longas digressões funky movidas por baixo elétrico, voz e percussão. Cantam em zulu, sotho e inglês e não hesitam quando é preciso denunciar o lado menos colorido da Nação Arco-Íris.

Den Sorte Skole é o duo de produtores e compositores dinamarqueses Simon Dokkedal e Martin Højland. Os seus espetáculos são “sinfonias” dançáveis criadas a partir de samples de discos de todos os géneros e de todas as partes do mundo. Mais do que DJ sets, são esculturas sonoras feitas a partir de colagens de fragmentos da herança musical da humanidade. Serão acompanhados pelo artista visual Dark Matters.

ÌFÉ é o projeto musical de Otura Mun, cantor, produtor e percussionista que do estado americano do Indiana voou para Porto Rico, onde está radicado desde os anos 90. Sacerdote do culto de Ifá da religião ioruba, Otura incorpora na sua música de dança de matriz R&B o contributo dos ritmos afrocaribenhos e dos cantos sagrados da sua fé. Depois de vários singles de grande sucesso, o seu álbum de estreia é lançado em 2017.

A cultura de raiz ioruba subjaz à proposta criativa de outro concerto do FMM Sines 2017. Metá Metá (que significa “três ao mesmo tempo” na língua ioruba) é um trio de São Paulo que reúne Juçara Marçal, na voz, Thiago França, no saxofone, e Kiko Dinucci, na guitarra. Música afro-brasileira, jazz e grandes culturas musicais africanas – Marrocos, Etiópia, Níger e Mali – inspiram o seu disco mais recente, MM3.

N3rdistan é um quarteto liderado pelo cantor marroquino Walid BenSelim. A música do grupo recolhe elementos na música eletrónica, no rap e da poesia de grandes autores do Levante. Com a rapper Widad Brocos, Walid dialoga em ritmo sincopado no dialeto darija, que aprendeu nas ruas de Casablanca. A flauta de Benjamin Cucchiara e a bateria de Cyril Canerie dão substância instrumental ao som do grupo.

Em 2017 prossegue com Romperayo a visita anual do FMM Sines à nova música colombiana. Romperayo é um quarteto instrumental que faz regressar a Sines o percussionista Pedro Ojeda, que já cá tinha estado com Los Pirañas. É ele quem marca o ritmo alucinogénico desta incursão pelos sons psicadélicos da cumbia dos anos 70 e por outros ritmos tropicais fundidos com a música eletrónica e com o jazz.

Simply Rockers Sound System é um sistema de som móvel português inspirado nos mestres que construíram os primeiros sound systems na década de 50 do século passado nas ruas de Kingston, na Jamaica. Ativo desde 2012, o Simply Rockers Sound System divulga o passado, o presente e o futuro da música roots rock reggae dub através de sessões de dança com Ernesto Honesto, Natty Fred e Joydan.

The Barberettes é um trio de Seul que recupera a tradição dos grupos de doo-wop dos anos 50 e 60. São uma divertida e despretensiosa viagem no tempo até à idade de ouro dos agrupamentos de harmonias vocais e ao estilo Barbershop (de onde vem o seu nome). A sua principal referência são The Kim Sisters, outro trio sul-coreano de doo-wop, que fez fama e carreira nos EUA há mais de cinco décadas.

CelesteMariposa é um projeto multifacetado que em Sines estará representado pelo seu principal mentor, o DJ Wilson Vilares. O Afro-Baile de CelesteMariposa é uma celebração do património musical dos países africanos onde se fala português. Nascido na vibrante cena afro da região de Lisboa, este projeto condensa oito anos de estudo, recolha e paixão por músicas que merecem ser mais conhecidas e dançadas.

Emicida é um dos rostos do movimento hip hop brasileiro. Nascido nos subúrbios de São Paulo há pouco mais de 30 anos, incorpora nas suas rimas toda a complexidade de ser jovem e negro no Brasil contemporâneo. Estreia-se em Sines com o disco “Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa…”, concebido numa viagem que fez a Angola e Cabo Verde, em busca das suas raízes africanas.

José Mucavele & João Afonso vai ser um concerto duplo em exclusivo para o FMM Sines 2017. Composto por dois solos e um momento de encontro, juntará em palco um histórico da música moçambicana, com quase 50 anos dedicados a compor a partir das músicas tradicionais do seu país, e um dos principais cantautores portugueses, referência da música de raízes desde os anos 90 do século passado.

Mateo Kingman estreia o Equador no Festival Músicas do Mundo. O Equador que nos chega através da sua música é ao mesmo tempo contemporâneo – como a metrópole Quito onde Mateo vive – e ancestral – como a Amazónia andina onde cresceu. O seu primeiro álbum, “Respira”, junta estes dois mundos com uma intersecção de sons eletrónicos e sons concretos recolhidos na selva luxuriante.

O camaronês Richard Bona é um camaleão da música, aclamado por públicos de vários géneros musicais. Cantor, compositor, baixista e multi-instrumentista, traz a Sines uma colaboração com o coletivo Mandekan Cubano. Registado no disco Heritage, este encontro ergue uma ponte entre as músicas da África Ocidental e a música cubana, particularmente a que nasceu nos cabildos, agremiações de escravos africanos.

Thomas de Pourquery é um dos iconoclastas do jazz francês. A sua maior fonte de inspiração é Sun Ra, que homenageou no seu primeiro disco, “Play Sun Ra”, eleito melhor álbum de jazz do ano nos prémios Victoires du Jazz 2014. Acaba de lançar o seu segundo álbum, “Sons of Love”, dedicado aos Supersonic, o quinteto com raízes no rock, música eletrónica e drum & bass que o acompanha em disco e em palco.

O marfinense Tiken Jah Fakoly é a maior figura do reggae francófono. Com uma carreira dedicada a criar reggae original, faz no seu último álbum uma vénia aos grandes clássicos deste género musical. Inspirado numa frase de Bob Marley – “O reggae há de voltar a África” – Tiken Jah lançou “Racines”, um disco gravado entre Kingston e Bamako, onde o melhor que a Jamaica produziu absorve os sons mais autênticos de África.

Waldemar Bastos é o cantautor angolano de maior projeção internacional. Regressa a Sines para apresentar o álbum que vai lançar ainda este ano. Nascido no M’Banza Kongo, junto à fronteira de Angola com a R. D. Congo, Waldemar tem uma carreira traçada entre África, Brasil, Portugal e os inúmeros países do mundo onde a qualidade das suas composições e a intensidade das suas interpretações tem sido reconhecida.

Outros artistas já confirmados:

Cristina Branco (Portugal), Fatoumata Diawara & Hindi Zahra (Mali / Marrocos), Gaye Su Akyol (Turquia), Leyla McCalla (Haiti / EUA), Lura (Cabo Verde), Mercedes Peón (Galiza – Espanha), Oumou Sangaré (Mali), Savina Yannatou & Primavera en Salonico (Grécia), Tulipa Ruiz (Brasil).

Os bilhetes diários custam entre os 10 e os 20 euros, o passe de dois dias custa 30 euros e o passe de 4 dias custa 50 euros. Os concertos no auditório do Centro de Artes têm um custo entre 5 euros e 10 euros e os concertos em espaços públicos, em Porto Covo e das 18h45 no Castelo têm entrada livre. Os bilhetes estão à venda online e nos posto de Turismo locais.

Autor:Texto de Ana Filipa Correia
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