Neste romance cruzam-se os temas do amor e morte, da esperança e exaspero. Situada numa aldeia alentejana do século XX, a intriga gira em torno de Álvaro Cobra, uma raridade da natureza, tido ora por santo, ora por bruxo. As alegrias e contrariedades vividas por Álvaro, pela família Cobra e por demais habitantes da aldeia intercalam-se, apegam-se. O retrato de um Alentejo intemporal e do inusitado carácter de um povo que se inventa a si mesmo é feito num ritmo invulgarmente ágil e num tom airoso, que equilibra peripécias risíveis, violentas e de uma imensa ternura.
Este ano o Prémio Literário Cidade de Almada teve 51 obras literárias originais a concurso, tendo o romance de Carlos Campaniço recebido a maioria dos votos do júri, constituído por Luísa Costa Gomes, em representação da Câmara Municipal de Almada, José Correia Tavares, em representação da Associação Portuguesa de Escritores, e Violante de Magalhães, em representação da Associação Portuguesa dos Críticos Literários.
Este Prémio, no valor de cinco mil euros, foi instituído pela Câmara Municipal de Almada em 1989 e visa promover a criação literária em língua portuguesa.