BoCA – Biennial Of Contemporary Arts 2019 Arranca A 15 De Março

A BoCA – Biennial of Contemporary Arts está de volta entre os dias 15 de março e 30 de abril de 2019 e vai reforçar o seu carácter de transversalidade através de uma extensa programação que coloca em diálogo as artes visuais, a performance, as artes cénicas e a música. Promovendo a sinergia entre territórios artísticos, entre instituições culturais, entre públicos e entre cidades a programação deste ano apresenta 22 estreias mundiais e 15 estreias nacionais de obras que apresentam escalas e formatos diversos.

“Sinergias novas, diálogos estimulantes e valorização de diferentes espaços e territórios artísticos” Nas palavras do diretor artístico John Romão, tudo isto é e será a segunda edição da BoCA – Biennial of Contemporary Arts.

Nesta 2ª edição da BoCA, às cidades de Lisboa e do Porto junta-se Braga, como cidade convidada, num gesto que propõe a descentralização da oferta cultural através da expansão da representatividade e visibilidade dos artistas e dos seus projetos a nível local, nacional e internacional.

São 52 artistas contemporâneos nacionais e internacionais que vão marcar presença na BoCA, entre os quais se destacam a coreógrafa Marlene Monteiro Freitas, que estreia mundialmente a sua primeira instalação (Mosteiro de São Bento da Vitória / Teatro Nacional São João, Porto), o artista plástico Pedro Barateiro, que estreia a sua primeira criação de palco (Teatro Nacional D. Maria II, Lisboa), a dramaturga e encenadora Angélica Liddell, que estreia uma nova criação para um espaço não convencional (Mosteiro de Tibães, Braga), o baterista Gabriel Ferrandini que se aventura na sua primeira criação de palco com texto e encenação sua (Teatro Municipal do Porto e Teatro Nacional D. Maria II) e Marina Abromovic com a instalação Spirit House.

Teatros, museus, galerias, discotecas e outros espaços culturais das três cidades vão receber maioritariamente projetos em estreia mundial e nacional. Vai ser possível descobrir novas perspetivas de estéticas e linguagens, tanto de artistas que se lançam a novos contextos de criação e de apresentação, como de artistas que dão a conhecer o seu trabalho pela primeira vez em Portugal.

A BoCA teve a primeira edição em 2017 e contou com a participação de 59 artistas nacionais e internacionais, 22 instituições culturais, 52 atividades – 37 em estreia, das quais 19 são mundiais e 18 nacionais. Tal como aconteceu no período entre edições – que levou as atividades da primeira BoCA às cidades de Castelo Branco, Viseu, Braga, Évora, Loulé, Montemor-o-Novo, Paris, Bruxelas, Hamburgo, Lausanne, Valência, Santiago do Chile e Buenos Aires – também na segunda edição está prevista a circulação nacional e internacional que reflete o interesse em contribuir, de forma continuada, para uma abrangente visibilidade dos diferentes criadores e formatos artísticos produzidos e apresentados.

Em cada edição da BoCA, é apresentada novamente em Portugal uma obra que tenha uma relação histórica, longínqua, com o país. Este ano, a proposta é repor em Lisboa uma obra que nasceu há 22 anos, num matadouro municipal das Caldas da Rainha.

Em estreia nacional, Beyoncé Mass, de Yolanda Norton, celebração religiosa de adoração feminina que usa a música e a vida pessoal de Beyoncé como uma ferramenta que promove um discurso de empoderamento sobre os marginalizados e esquecidos, particularmente as mulheres negras – as suas vidas, os seus corpos e as suas vozes; o escritor Gonçalo M. Tavares & Os Espacialistas partem do título Os Animais e o Dinheiro para apresentar três performances sobre as potencialidades artísticas do quotidiano; o conceituado fotógrafo Wolfgang Tillmans arrisca o seu primeiro live-act em Portugal; Jonathan Uriel Saldanha estreia uma nova criação em parceria com a Universidade Católica do Porto; as INMUNE estarão, pela primeira vez no Porto, na mala voadora e Maus Hábitos; Tania Bruguera apresenta o seu trabalho pela primeira vez em Lisboa: uma nova instalação pensada para o espaço público; o Coro Gulbenkian irá interpretar uma peça de Stockhausen no Lux.

Este evento estrutura uma série de atividades, continuadas ao longo de cada dois anos, compostas por residências artísticas, programação, produção, circulação nacional e internacional, e programa educativo.

Artistas Residentes

A BoCA a cada biénio estabelece uma relação com quatro artistas que desenvolvem trabalho em diferentes territórios artísticos ou pelo menos em suportes bastante diferentes, e com quem se pretende uma relação de longa duração. Pensando em conjunto, conhecendo em maior detalhe as suas motivações criativas, ajudando a produzir novas criações em estreia em Portugal, promovendo a circulação nacional e internacional das suas obras e facilitando o contacto entre as suas práticas artísticas e os contextos académicos.

Os artistas residentes da BoCA no biénio 2019-2020 são Marlene Monteiro Freitas, Horácio Frutuoso, Diana Policarpo e Gerard & Kelly.

Programa Educativo

O programa educativo da BoCA 2019 tem várias atividades com destaque para a que teve início em dezembro de 2018 e estende-se ao longo de 2019, através de projetos de diferentes escalas e com impacto em diferentes cidades. Concebido por John Romão, o projeto Sente-me, Ouve-me, Vê-me parte da série homónima de Helena Almeida, de 1978-1979, e visa homenagear através da música contemporânea uma das maiores artistas do século XX e XXI.

Em parceria com 3 universidades de música, de 3 cidades (Lisboa, Porto e Braga) e reunindo 3 curadores (Ana Cristina Cachola, Delfim Sardo, Filipa Oliveira) e 2 compositores (Dimitrios Andrikopoulos e Diogo Alvim) que assinam a tutoria do projeto, Sente-me, Ouve-me, Vê-me tem como objetivo apoiar e promover a nova criação contemporânea portuguesa, centrada na relação entre as artes visuais e a música contemporânea, e permitindo tecer novas relações entre ambas.

No final de abril de 2019, será apresentado o concerto concebido pelos alunos de composição das 3 universidades de música.

Previstos estão ainda vários workshops, a Videoteca BoCA – onde se pode tomar contacto com registos integrais de obras anteriores dos artistas apresentados durante a bienal e outros artistas visuais e das artes performativas relacionados com a programação – continuará no foyer do TNDMII estende-se este ano ao Centro de Documentação do Mosteiro S. Bento da Vitória / TNSJ (Porto).

Ainda as atividades do BoCA Sub21, um grupo constituído por jovens entre os 16-21 anos, que consiste num laboratório artístico onde se vive a construção de uma bienal e das obras dos artistas que a integram. Em 2019, este grupo continua a ter lugar na cidade de Lisboa, mas também se irá expandir para as cidades do Porto e de Braga, trabalhando com jovens dessas cidades.

Para mais informações sobre a programação e preços pode ver aqui.

Autor:Texto de Ana Francisca Bragança
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