Belém Art Fest – António Zambujo e Mimicat à Noite no Museu

Belém Art Fest
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Reportagem de Tânia Fernandes e António Silva

A festa regressou ao quarteirão histórico de Belém, ontem à noite, com os museus a abrir portas à música. O claustro dos Jerónimos, o Museu de Arqueologia e o Museu Berardo alojaram os palcos que receberam a primeira noite do Belém Art Fest.

A festa começou ao final do dia, no jardim da Praça do Império. Esta zona, aberta ao público em geral, teria acolhido muito mais gente, não fosse o forte vendaval que se fazia sentir. O palco animado por Dj, sentre uma street food e um mercado de rua, acabou por ter apenas alguns destemidos arrepiados, cuja curiosidade (ou fome) se fez sentir com maior veemência.

Às 21h30 Nobody’s Bizness faziam-se ouvir no palco The Famous Grouse do Museu de Arqueologia. Um público sereno, sentado no chão da belíssima sala, à laia de espalhados na relva, seguia com atenção os blues desta banda. Petra Pais, Luís Ferreira, Pedro Ferreira e Luís Oliveira formam os Nobody’s Bizness, banda que conta já com duas edições discográficas: “It’s Everybody’s Bizness Now” e o mais recente “Donkey”, que levaram a Belém.  Esta sala dá também acesso à mais cobiçada varanda do Festival. Com vista para a Praça do Império e cenário manuelino, foi um dos spots mais procurados da noite.

Belém Art Fest
Belém Art Fest

Nem só de música se faz o Belém Art Fest que faz também uma ligação à comunidade científica. Assim, o visitante que vai na direção do espetáculo é convidado a mergulhar noutro ambiente, dominado por seres vivos, moléculas e células onde jovens cientistas partilham um pouco do entusiasmo pelo seu trabalho. No primeiro piso do Museu da Arqueologia há uma sala ocupada pelo Instituto Gulbenkian de Ciência, onde se pode ter contacto com determinados aspetos da biologia e biomedicina através de pequenas ações de interação. É explorado o fenómeno da Fluorescência, com todos os seus efeitos dignos de cinema, e transmitido o entusiasmo pelo conhecimento da vida.

Abrigado do vento que se faz sentir na rua, o claustro do Mosteiro dos Jerónimos é um verdadeiro abrigo para os veraneantes. Joana Alegre impõe a sua voz forte e faz ouvir uma sonoridade indie/soul. “E Agora?” foi a mais esperada da noite, em conjunto com Mikkel Solnado, entoada em coro com os que começavam a encher um dos mais belos espaços de Lisboa.

No Museu Coleção Berardo encontra-se o espaço mais irreverente do evento: o Palco Mini que acolhem os muito energéticos Wack. Este espaço é também dividido com outras intervenções: na entrada, há uma exposição de pequenas replicas do automóvel que sofreram a intervenção de jovens artistas. É também possível levar para casa uma caricatura, feita no momento, por um artista, a viajar no carro da moda!

A Ciência Viva, outro dos parceiros deste Festival tem aqui um espaço onde os visitantes podem ter algumas experiências sensoriais. Aguçar o interesse, de forma a incutir a vontade de continuar o percurso, numa outra oportunidade, no Pavilhão do Conhecimento é um dos objetivos desta participação.

António Zambujo é o destaque na noite. A solo, no Palco Montepio do Mosteiro dos Jerónimos, foi dialogando com o público, procurando, de certa forma, quebrar a imponência do espaço. Cantou e encantou num ambiente místico e facilmente criou empatia com os presentes.  Levou músicas de Rua da Emenda, o seu mais recente trabalho.
“Fatalidade” e “Valsa Do Vai Não Vás” foram dois dos temas do último álbum do cantor que se ouviram, assim como “Pica do 7”. Falou da viagem à Madeira no dia seguinte e de um dos seus compositores preferidos que lá nasceu: Max. Aproveitou a deixa para entrar num conjunto de músicas antigas que admira. Convidada especial deste momento foi Cristina Magdaleno, contadora de histórias de Beja e responsável por um evento que se organiza há 13 anos, durante um fim de semana, nesta localidade Alentejana. Trouxe as suas palavras a um palco que até então apenas tinha recebido música.

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Mimicat é a diva do palco Mini e mostra-se entusiasmada com a reação do público que vai chegando. “De 1 a 5, quantas estrelas dão ao Belém Art Fest?”. “Dez” grita alguém do público! “Tell me Why”é um dos temas fortes que desta cantora cuja sonoridade se aproxima de um “jazzy, cabaret”, como refere a própria.

O Belém Art Fest continua hoje com, entre outros, First Breath After Coma, Dead Combo, Selma Uamusse, Gospel Collective + Marta Pereira da Costa. Os bilhetes de acesso a este dia custam 15 euros.

 

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