Aposta No Hip Hop Dita Sucesso De Sumol Summer Fest

Reportagem de Tânia Fernandes e António Silva

Brockhampton
Brockhampton no Sumol Summer Fest

Foi um fim de semana “wild”, alinhado com as preferências musicais dos mais jovens. O hip hop tomou conta do cartaz do Sumol Summer Fest, trazendo muita gente à Ericeira.

They, Young Thug e Brockhampton foram os nomes que vieram de fora, mas que em nada ofuscaram as estrelas nacionais. O público aderiu aos headliners mas sentiu-se que vibrou com os nomes da casa: Kappa Jota, Sam The Kid, Grognation, Deejay Telio e Holly Hood deram provas do bom estado de saúde do hip hop tuga.

Primeiro Dia

Jeffery Lamar Williams, mais conhecido como Young Thug era o mais esperado da primeira noite.  Estrela em ascensão, impulsionada pela participação em hits como “Havana”, com Camila Cabello, ou “Heatstroke”, com Calvin Harrisacabou por fazer uma atuação curta, sem grande iteração com o público e com um registo um pouco repetitivo.

A sua entrada, antecedida por um dj, trouxe grande agitação na frente de palco, obrigando os seguranças a retirar muitas pessoas aflitas (outras atordoadas) do meio da multidão. Claramente, uma noite de excessos, preocupante, dado a faixa etária muito jovem, dominante. Fechou com “The London”, um dos seus temas mais recentes, conhecido e cantado por todos.

Antes, Sam The Kid trouxe um espetáculo único ao Sumol Summer Fest. “Mechelas” foi a apresentação do seu novo trabalho, que conta com um número grande de convidados e que foi possível reunir aqui em palco. Boss Ac foi o primeiro de muitos, a que se juntaram também Bispo, Blasph, Bob da Rage Sense, Boss AC, Classe Crua (Bware Jack), Daddy-o-Pop, Ferry, Francis Dale, GROGNation, Karlon Krioulo, Lancelot, Maze, Muleca XIII, Nameless, Phoenix RDC, Sir Scratch e Zuka.

Esta festa entre amigos, permitiu ainda cantar os parabéns ao aniversariante da noite,  DJ Cruzfader, que o acompanhou em todo o concerto.
Com todos os participantes em palco, Sam The Kid fechou a atuação com “Poetas de Karaoke”.

Ao início da noite, a dupla, THEY, construída por Dante Jones e Drew Love conseguiu agarrar o público. Com uma sonoridade mais transversal, cruzam o hip hop com r&b e até alguma pop. Não faltaram os temas “Thrive”e “U-RITE” nesta atuação.

Segunda Noite

No segundo dia de festival, ainda com maior adesão da parte do público, o recinto revelou-se já muito composto, quando os Grognation subiram ao palco. A banda de Mem Martins, que junta NastyFactor (António), Tem-P (Harold), Prizko (Tiago), Neck (André) e Papillon (Rui) mostrou que já tem uma posição consolidada no hip hop português. A dança de moshpit foi incentivada pelo coletivo, que não hesitou em participar também. “Na Via”, “Chama-me Nomes” e “Barman” agitaram as massas.

A noite continuou com o hip hop em língua portuguesa por Deejay Telio. O músico e compositor angolano já conquistou o público português e temas como “Esfrega Esfrega”, “Não Atendo” ou “Que Safoda” estão na ponta da língua de quem assistia. O português Bispo foi a surpresa da noite, que se juntou a Deejay Telio no tema “Com Licença”. Elementos de pirotecnia e um par de bailarinas ajudaram a aquecer o ambiente.

Holly Hood, o rapper da linha da Azambuja, deu continuidade à noite. Carregado de versos duros, o cantou, entre outros temas, “Cala a Boca”. Dá destaque à sua label, Superbad e convida mesmo L-Ali, um dos mais recentes membros da editora, a cantar um tema consigo. E tudo fez para agradar ao público, incluindo distribuir garrafas de água, que lhe pediram!

Os Brockhampton foram o nome de destaque deste segundo dia de festival Sumol Summer Fest. Assumem-se como uma “boy band”, sem receio da possível conotação negativa e apresentam-se em palco com uma produção interessante e postura de tirar o fôlego. É constituído por um número generoso de elementos, liderada por Kevin Abstract e são a voz de uma nova geração. Trouxeram uma energia contagiante e uma mostra do que poderá vir a ser o futuro do hip hop. Música com energia, vibrante e carregada de vida. Esta foi a estreia da banda no nosso país e percebe-se que há interesse no seu regresso, em nome próprio.

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