… E Ao Segundo Dia, O Regresso Do Senhor Rui Veloso A Faro Marcou A Noite Do Festival F

Reportagem de Paulo Sopa e Ana Horta

À semelhança do primeiro dia do Festival F, em que atuaram os Xutos & Pontapés, Rui Veloso é mais uma das instituições musicais portuguesas que unem gerações, e se havia dúvidas disso, ficou bem provado no segundo dia do Festival em Faro.

Dos 7 aos 70, era ver o público acompanhar o músico em temas incontornáveis da nossa identidade, temas que atravessam gerações e não olham a idades, raças ou credos. E Rui sabe disso. Por isso diverte-se e deixa o público divertir-se, invertendo os papéis: deixa espaços por preencher em inúmeras músicas que estão no nosso subconsciente para que o público as cante, acompanhados por si. Que luxo! “Jura”, “Primeiro Beijo”, “Porto Covo” e tantas outras foram exemplo disso neste fantástico segundo dia de Festival F, com mais uma adesão massiva de público.

E não seria justo se não se fizesse referência aos grandes músicos que estão “atrás” de Rui Veloso, desde os que o acompanham desde sempre como Zé Nabo no baixo, até aos que mais recentemente ou até pontualmente colaboram com o artista, como o grande Rúben Alves nas teclas.

Mas voltemos ao princípio: a noite começou novamente com a orquestra clássica do sul, com direção do maestro Rui Pinheiro, numa igreja da Sé repleta de público. Atuaram ainda S. Pedro, They’re heading West e The Happy Mess, antes do primeiro grande concerto da noite com os The Black Mamba no palco da Sé, recinto que rapidamente encheu para sentir a batida blues e o soul desta banda portuguesa que também dá cartas lá por fora. Pouco depois iniciou no palco principal o concerto de Carminho, que carinhosamente foi recebida por milhares de pessoas no palco Ria, enquanto Carlos Bica também atuava no palco Arco.

Já perto das 23h00 começaram os Mão Morta a atuar, a banda que em 30 anos criou muitas divisões de opiniões mas também construiu uma base sólida e leal de fãs, num concerto em que Adolfo Luxúria Canibal, o músico e também advogado, foi igual a si mesmo e mostrou porque é um dos – senão o principal – pilares da banda.
Até quase às 2 da manhã foi um instante, e milhares de jovens juntaram-se no palco Ria para ver AGIR. Nas primeiras filas e na zona central, os jovens; um pouco mais para as laterais, muitos pais aguardavam pelo término do delírio dos filhos, mas nem por isso se recusaram a pular, cantar e pôr os braços no ar quando AGIR lhes solicitava. De tal forma que, ele, num ato de sinceridade, e indiretamente assumindo quem é o seu público alvo, agradeceu aos pais que ali levaram os filhos. Um concerto enérgico e muito concorrido pela faixa etária mais jovem (mas não só!), que acaba por ser contagiante para todos os que lá estão.

O espetáculo, é isso mesmo: um espetáculo de luz e cor, com bons músicos a secundar o cantor, muitas luzes, fumos, videowalls e confettis no final. Só faltou mesmo o fogo de artifício para finalizar a segunda noite deste grande Festival.

Para finalizar, não podíamos deixar de referenciar o falecimento de Joaquim Guerreiro. Ironicamente (será?) à entrada do último dia do festival F, o seu mentor foi vencido pela doença, mas tem sido já durante este dia massivamente lembrado nas redes sociais e na comunicação social, com o reconhecimento devido pelo Homem que era e pelo que deu à cultura farense e não só.

No terceiro e último dia do festival atuaram Jorge Palma, Miguel Araújo, HMB, Dillaz, Orelha Negra, Frankie Chavez, Noiserv, Júlio Resende & Júlio Machado Vaz e DJ Marfox, You Can’t Win, Charlie Brown, NBC, Riding a MEteor, Diana Martinez & The Crib, Manuel Fúria e os Náufragos.

Para o ano há mais.

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