Quinto é, precisamente, o quinto disco da carreira do cantor e, à semelhança de todos os outros, “é o registo do momento”: “Apesar de todas as influências se manterem, há sempre outras coisas que acabam por influenciar, por isso, e pelos temas originais, todos os discos são diferentes uns dos outros, apesar de sempre haver qualquer coisa que os une”, explica.
Além de originais de António Zambujo, este disco conta também com composições de Pedro Silva Martins dos Deolinda, Márcio Faraco, Rodrigo Maranhão e Miguel Araújo Jorge, dos Azeitonas, e letras de João Monge, Nuno Júdice, Maria do Rosário Pedreira e José Eduardo Agualusa, entre outros, tudo produzido sob a coordenação de Ricardo Cruz (produtor e músico). “A maior parte das parcerias já vinham de discos anteriores, com excepção do Pedro da Silva Martins, todos os outros já são parceiros antigos, que admiro muito e com quem gosto muito de fazer musica”, disse António.
Sucesso além-fronteiras
As suas escolhas surgem após ouvir muita música, aliás, é o próprio que confessa que é na música que ouve que vai buscar a sua inspiração: “É sempre a musica que me dá tudo. Por exemplo, em relação à musica brasileira apaixonei-me quando ouvi o João Gilberto a primeira vez – curiosamente, Caetano Veloso considerou António Zambujo o João Gilberto de Portugal –, em relação à musica de Cabo Verde foi quando ouvi a Cesária, e ao jazz o Chet Baker”, refere. No entanto, e apesar das influências internacionais, António Zambujo garante que é “fundamental” cantar em português: “Não me imagino a cantar noutra língua”, afirma.
Os próximos meses serão de concertos e António regressa este mês aos Estados Unidos para a sua segunda digressão em território norte-americano. Brasil, França, Itália e Holanda serão outros dos destinos do músico, que realizará uma tournée em Portugal no final do Verão.
Para o cantor, o reconhecimento do seu trabalho além-fronteiras é uma coisa que não o preocupa muito e que considera uma questão de geografia. “Para mim é igual cantar em Portugal ou em qualquer outra parte do mundo. O concerto é sempre o mesmo, o publico felizmente é sempre muito generoso também e isso deixa-me muito feliz”, explica.
Entrevista por Cristina Alves
Fotos gentimente fornecidas pela Universal Music