António Dacosta em Exposição no CAM da Gulbenkian

Antonio DacostaA pressa do Coelho da Alice no País das Maravilhas, que ornamenta a estação de metro do Cais do Sodré impele-nos a entrar na exposição António Dacosta 1914 | 2014 que inaugura hoje no CAM da Gulbenkian. Aquela que é, talvez, a obra mais visual do artista constitui o ponto de partida para a homenagem, nesta exposição evocativa do centenário do seu nascimento.

Com curadoria de José Luís Porfírio, a exposição apresenta obras relevantes da sua carreira, bem como trabalhos menos conhecidos. As peças encontram-se organizadas em núcleos que refletem as características da obra de Dacosta. Cena Aberta e Crise Mitológica são os dois primeiros momentos, cronológicos. O primeiro define o universo surrealista do pintor, com obras como “Diálogo”, “Gasogénio”, “O Usurário” ou “Antítese da Calma”. Crise Mitológica é sobre o período que se seguiu e que parte de “A Festa”, maior sinal dessa mudança. Também aqui encontramos trabalhos que mostram influências do cubismo e outras tendências.

Os outros três núcleos da exposição são temáticos: Sul, Séries e Alfa e Ômega. Sul reúne obras com uma espécie de geografia sentimental, poética que combina memória com imaginário. É a zona de presença das mulheres com “meninas”, retrato de Miriam” e “Imagem Perdida”.
Séries revela trabalhos do pintor organizados em núcleos temáticos como “Fontes”, “Memórias”, “Tau” ou “Assinaturas”. Alfa e Ómega é um acentuado contraponto entre obras de tempos diferentes. Tanto abarca a convulsão do pintor no início dos anos 40 – “Cena com um Pêndulo”, “Encontro do Poeta com a Morte” ou “O Filósofo”) como trabalhos feitos durante a segunda metade dos anos 80, que remetem para presságios, melancolias e enigmas que habitam a obra de Dacosta – “Presságio”, “Caça ao Anjo” ou “Não há sim sem não – O Eremita”.

António Dacosta 1914 | 2014 pode ser vista no Centro de Arte Moderna da Gulbenkian, até ao dia 25 de janeiro de 2015, de terça-feira a domingo das 10hoo às 17h45. A entrada na exposição tem um custo de 5 euros (descontos para jovens). A entrada é gratuita aos domingos.

Reportagem de Tânia Fernandes
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