Reportagem de Ana Rodrigues (Texto e Fotos)
“Este ano dançam-se 20 Andanças”, começou assim o Programa do Festival Andanças 2015.
Com mais de 400 artistas de várias origens e estilos imagináveis e dezenas de oficinas e workshops, este é, com certeza, um festival a não perder, arriscando mesmo dizer que conhecer o Andanças é a experiência de uma vida.
Entre danças e sorrisos, este é um lugar absolutamente mágico. Partilha, amizade, amor, fraternidade, alegria – muita, muita alegria – se vivem em Castelo de Vide durante os dias de festival.
Tudo aqui vale a pena. O lugar, que faz lembrar um jardim sagrado, com riachos escondidos e árvores centenárias que quase parecem tocar os céus; a vista, com a fantástica barragem de Castelo de Vide com água cristalina a convidar ao banho; a missão do Festival, de um respeito profundo pelo Planeta, com postos de reciclagem espalhados por todo o lado, cinzeiros, pontos de água natural e o intuito de eliminar quase por completo a presença de plásticos no recinto, no qual se inclui a criativa tradição da caneca em que se apela a que cada visitante se faça acompanhar de uma caneca individual de forma a evitar os copos de e plástico; a comida, preferencialmente vegetariana ou macrobiótica, sendo que tudo o resto também tem aqui lugar, mas confeccionado de forma mais caseira; e as pessoas, claro, sobretudo as pessoas.
Um enorme grupo de voluntários estão disponíveis para nos ajudar no que quer que precisemos, sempre com um sorriso e dedicação ao seu papel. São eles o grande motor do Andanças e é impressionante perceber como sentem já este espaço como seu e o tornam tão acolhedor. Mas também as restantes pessoas, todos sem exceção merecem destaque. É como se os estereótipos, preconceitos e dificuldades do Mundo caíssem por terra durante esta semana e assim nos tornamos uma grande rede de pessoas de mãos dadas, uma grande casa, uma grande família.
Que bom ainda descobrir lugares como este, em que o tempo parece parar, em que a carruagem da vida tem espaço para abrandar. São curtos os dias quando se tem tanta coisa fantástica com que dar vida à vida. E até as coisas menos boas como o pó e a água fria dos banhos ganham uma dimensão positiva, quando encarados com o humor e felicidade que cada um emana de si.
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Enfim, que mais haverá a dizer, a não ser, no próximo ano não deixe de ver isto com os seus próprios olhos, na primeira semana de agosto? Não se vai arrepender.