Entrou sozinha no palco, de guitarra na mão e abriu com “So Sad to be Alone” de Janis Joplin, referencia que foi várias vezes mencionada ao longo do concerto. Saltou para uma versão de “People are Strange” dos Doors já na companhia dos músicos: Luis Figueiredo no piano, José Pedro Leitão no contrabaixo e baixo, Marcos Cavaleiro na bateria e Mário Delgado na Guitarra. Numa espécie de viagem ao mundo da música, Ana Bacalhau partilhou com o público pequenos episódios do quotidiano que a levaram a escolher determinadas músicas. Como quando, depois de tanto ouvir música anglo-saxonica, ficou fascinada com Amália Rodrigues. Prestou homenagem à fadista com “Fria Claridade”, acompanhada só pelo piano. Da secção de música portuguesa apresentou também “As 7 Mulheres do Minho” de Zeca Afonso que cantou sozinha replicando a voz com a ajuda de equipamento, “Estou Além” de António Variações em ritmo bossa nova e, de cavaquinho em riste, “Navegar, Navegar” de Fausto. Desdobrou-se em vários papéis em “Preto e Branco” de Maria João e Mário Laginha e surpreendeu quando mudou radicalmente para uma abordagem dura do tema “Go “ dos Pearl Jam.
Nesta noite que foi uma espécie viagem de montanha-russa pela jukebox da Ana Bacalhau saíram ainda à cena a versão disco de “You Can’t Hurry Love”, a seriedade de “Khawuleza” e a melancolia de “Lilac Wine”, um original de Nina Simone que foi também alvo da atenção de dois dos seus ídolos: Joplin e Jeff Buckley. Se calhar porque é Natal, o último tema antes do encore veio do filme da Disney Rei Leão: “The Lion Sleeps Tonight”.
Ana Bacalhau apresentou ainda um tema seu. “Não sou escritora de canções, mas como tenho para dizer…” e anunciou “Chorei”, em jeito de pedido de desculpas. Limpas as lágrimas, avançou com toda a energia e alegria que a caracterizam para um inacreditável “I Fought the Law”. Se muitos dos presentes achavam que em matéria de versões já tinham ouvido de tudo, certamente que acrescentaram esta versão dos Clash ao som do cavaquinho!
Pelo sucesso, acreditamos que esta experiencia tenha sequela!