Vários são também os livros publicados e reeditados pela Leya na rentrée, entre os vários títulos destacamos da Dom Quixote lança Sua Excelência de Corpo Presente, do escritor angolano Pepetela,distinguido com o Prémio Camões; a 2ª edição do livro de Mário Cláudio, O Pórtico da Glória; O Caso Sparsholt, do escritor britânico Alan Hollinghurst, com tradução de Tânia Ganho e A Menina na Floresta, de Camilla Läckberg, com tradução de Ricardo Gonçalves; da Casa das Letras destacamos Os Fios, de Sandra Catarino.
O livro Sua Excelência de Corpo Presente, uma crítica mordaz ao abuso de poder e aos sistemas de governo totalitários disfarçados de democracias, de Pepetela, chegou agora às livrarias.
Num enorme salão deitado num caixão jaz um ditador africano. Está morto, mas vê, ouve e pensa. Assim estirado, aprisionado num corpo sem vida, mas na posse das suas faculdades intelectuais, só lhe resta entreter-se a recordar as peripécias vividas com muitos dos que lhe vieram dizer adeus, entre os quais se encontram diversos familiares, a primeira-dama (e as outras mulheres e namoradas), os numerosos filhos e as altas dignidades do Estado. Ao relembrar a sua vida, o percurso que o levou a presidente e os muitos anos como chefe de Estado, vai-nos revelando os meandros do poder político, o nepotismo que o corrói e os vários abusos permitidos a quem o detém.
E, como percebe tudo o que se passa à sua volta, e é muito difícil a um ditador deixar de o ser, Sua Excelência não só vai tecendo considerações sobre os presentes e os seus interesses políticos, como tenta adivinhar os seus pensamentos e maquinações. Pois, mesmo morto, não deixará a sua sucessão em mãos alheias, e nela tentará imiscuir-se através do seu espião-de-um-olho-só, que lhe é tão fiel na morte como era em vida.
O novo romance do escritor angolano tem 272 páginas e custa 16,90 euros.
Às livrarias chegou este mês a 2ª edição de O Pórtico da Glória, do vencedor do Prémio PEN Clube Português de Narrativa em 1997 e do Prémio Eça de Queiroz em 1998, Mário Cláudio. Esta obra, cuja acção decorre entre os finais do século XIX e o início do século XX, é também exemplar na apresentação da cidade do Porto como pioneira da inovação industrial no nosso país, bem como no retrato de uma certa forma de estar e de viver em acelerado declínio.
Depois de A Quinta das Virtudes e Tocata para Dois Clarins, o presente romance encerra o tríptico para o qual Mário Cláudio elegeu como motivo o sangue da tribo, tornando personagens alguns parentes singulares, e desse modo cruzando de forma magistral realidade e ficção. Em O Pórtico da Glória, conheceremos então o cavalheiro da indústria Diego Hernández Bueno, bisavô do narrador, castelhano imigrado no Porto e protegido de um rico proprietário têxtil, e assistiremos ao seu encontro com Hermínia de Azevedo Mavigné, a jovem e sonhadora herdeira que virá a tornar-se sua mulher.
O romance, de 144 páginas, tem um preço de 13,90 euros.
A obra-prima de um dos mais brilhantes escritores de língua inglesa da atualidade, O Caso Sparsholt, já está nos escaparates das livrarias nacionais. O autor Alan Hollinghurs faz um retrato magistral de um grupo de amigos unidos durante três gerações pela arte, pela literatura e pelo amor.
Em outubro de 1940, o jovem David Sparsholt chega a Oxford. Elegante, atlético e carismático, parece não ter noção do efeito que provoca nos outros, particularmente em Evert Dax, filho solitário de um escritor célebre. Enquanto Londres é devastada pelo Blitz, Oxford como que paira numa névoa de alheamento e incerteza, e as noites de blackout parecem encorajar e encobrir encontros que, em tempos normais, seriam impossíveis. Ao longo deste período conturbado, David e Evert forjam uma amizade improvável que vai uni-los ao longo de décadas.
O romance, com tradução de Tânia Ganho, tem 544 páginas e um preço de 20,90 euros.
O thriller A Menina na Floresta, de Camilla Läckberg, com tradução de Ricardo Gonçalves, também já chegou às livrarias.
Quando Nea, uma menina de quatro anos, desaparece, a comunidade fica em choque. Trinta anos antes, Stella, também de quatro anos, que vivia com os pais na mesma quinta, desaparecera e viria a ser encontrada morta na floresta que rodeia Fjällbacka. Nessa altura a culpa foi atribuída a duas adolescentes, Marie e Helen, hoje mulheres.
Poderá ser um acaso o desaparecimento de Nea ter coincidido com o regresso a Fjällbacka de Marie, agora uma famosa atriz de cinema…para interpretar o papel de Ingrid Bergman? Patrik Hedström começa a investigar e, como sempre, conta com a ajuda de Erica, que pretende escrever um livro inspirado na morte da pequena Stella.
Mas à medida que vão desfiando os intricados fios da meada, tudo se torna mais confuso. Como se tal não bastasse, têm ainda de lidar com a perturbação que a presença de refugiados sírios causa na pequena comunidade e com as consequências de um fogo posto no centro comunitário que os acolhe.
Uma sucessão de acontecimentos que abala os habitantes da pacata vila, e acabará por levar o nome de Fjällbacka aos quatro cantos do mundo… sem ser pelas melhores razões.
Uma criança desaparecida; um assassínio e uma comunidade em choque são o mote deste policial de 712 páginas. O livro custa 24,90 euros.
Da chancela Casa das Letras chega o livro de estreia Os Fios, da autora Sandra Catarino.
Uma noite de lobos em que todos rezam a Santa Bárbara e os mais velhos recordam uma tragédia antiga, chega misteriosamente à aldeia um estrangeiro e a sua filha Madalena, de três anos, cujos olhos cinzentos tão depressa atraem como assustam.
Nessa mesma noite, a criada do solar vem chamar Violeta para que acuda à sua senhora – pois a hora do parto chegou intempestiva – e Celeste nascerá pouco depois, ignorando que a solidão rodeará grande parte da sua vida. No Fundo do Lugar, onde a água da chuva irrompe em ondas pelas casas mais pobres, é a vez de Samuel – o que desenha bichos no chão dos quintais e imita o canto das aves – temer, como sempre, pela vida da mãe.
Madalena, Celeste e Samuel são os lados desiguais do triângulo donde brotam os fios desta história, contada por três mulheres que se assemelham a fiandeiras do tempo: Antónia, a viúva que tricota camisolas e mantas, acrescentando dias à vida de cada um; Violeta, a que apara nas mãos os filhos da terra e guarda segredos tristes numa gaveta; e Emília, a que ouve em sonhos o afiar de facas e calcula os caminhos que a morte escolhe percorrer.
O romance combina de forma magistral a crueza do meio rural com um lirismo inesperado e bem-vindo que torna esta narrativa mágica e poderosamente empática.
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