Al Lusitano – Sabores De Portugal No Médio Oriente

Reportagem de Tânia Fernandes e António Silva

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Bacalhau, polvo ou cabrito são alguns dos pratos que os visitantes do pavilhão de Portugal, na Expo 2020, podem saborear no restaurante Al Lusitano. A gastronomia portuguesa tem feito sucesso no Dubai e é referência habitual nas listas de melhores restaurantes da exposição.

Com uma localização privilegiada, para quem procura os espetáculos no Jubilee Park, o maior palco do recinto, o Al Lusitano funciona quase como uma bancada VIP. O seu amplo terraço é o espaço ideal para, ao final do dia, descansar as pernas, refrescar com um cocktail e repor energias com uma refeição reconfortante.

A aposta do Al Lusitano é mesmo de apresentar pratos generosos de comida. Bem exibidos, em loiça portuguesa – quem resiste a um arroz aconchegado numa tigela de barro de Bisalhães? – mas sem grandes malabarismos estéticos.

Proporciona refeições descontraídas com todo o melhor cenário: talheres, loiça e copos e acessórios com estilo e de marcas lusitanas.

A carta foi apresentada antes da inauguração da Expo já a pensar na duração de seis meses da expo e as novidades vão sendo apresentadas ao longo do tempo, de forma a que os visitantes possam voltar e conseguir ter experiências diferentes.

O rigor dos costumes locais é respeitado e nesta cozinha não entra nem porco, nem álcool. Houve necessidade de adaptar algumas receitas, de forma a poder receber todos os clientes. Já imaginaram o desafio de preparar pratos tradicionais portugueses sem recorrer à banha ou a uma simples marinada de vinho branco? A verdade é que esta equipa conseguiu chegar aos sabores de Portugal por outros atalhos. Bernardo Cruz, Gerente do Restaurante, explicou-nos que, por uma questão de estabilidade, grande parte dos ingredientes vêm diretamente da origem.

Começámos com um conjunto de entradas (que pode muito bem fazer uma deliciosa refeição!): pão, azeitona portuguesa, croquetes de vitela e pastéis bacalhau (um sucesso por aqui), salada de polvo, salada de bacalhau com grão, gambas ao alho e pica-pau de vaca. A lista estende-se por outras sugestões de fazer crescer água na boca, como peixinhos da horta, ovos mexidos com alheira de aves, mini empada de galinha, bolinhas de alheira de aves, petinga frita ou carpaccio de bacalhau, entre outros.

Ainda que o álcool não entre na confecção de pratos, pode ser pedido para acompanhar a refeição. O Al Lusitano dispõe de uma carta que inclui mais de duzentas referências, representativas do que melhor se produz nas diferentes regiões. Outra opção são os cocktails, elaborados por Denis Campo, o responsável do bar. Sugerimos o Adamastor, inspirado nas viagens marítimas dos portugueses, que é uma combinação de lima, malaguetas e rum. Ou o Cherry Punch, mais doce, inspirado na cereja do Fundão.

Nas sugestões de peixe e marisco vingam o Polvo à Lagareiro, o Arroz de Marisco, o Bacalhau à Lagareiro ou com broa e puré de grão. Há também Peixe do dia e sempre que possível, Sardinhas assadas.

Nos pratos de carnes, é muito popular a Costela da vazia com molho de manteiga ou o Frango Piri-Piri. Na mesa ao lado, uma visitante recebia, com grande espanto, o seu meio frango de refeição (é semelhante ao frango da Guia, de pequenas dimensões, ainda assim a causar impacto). Da lista de slow food destacamos o Cabrito à padeiro, um resultado interessante de paladares já próximos do médio oriente.

De sobremesa, o fresco Carpaccio de ananás com xarope de coentros é sempre uma boa forma de rematar a refeição. Os mais gulosos, podem-se deixar tentar pelo Leite creme (servido em taça de olaria de Bisalhães) ou o surpreendente Bolo Dona Amélia. Esta especialidade da Ilha Terceira, nos Acores, é uma adaptação do “Bolo das Índias“, que se tornou famoso graças às especiarias muito comuns na época, trazidas pelos marinheiros em expedições vindas da Índia. O bolo é feito com milho, noz moscada e canela.

Conhecer a cultura de outro país é também entrar pela sua Gastronomia e, neste aspeto, o Pavilhão de Portugal não poderia estar mais bem representado, com o Al Lusitano. O Restaurante do Pavilhão de Portugal é fruto de uma parceria entre o Chefe Chakall e o empresário Pedro Rodrigues. Quisemos saber, junto do Executive Chairman da PLM Global, mais sobre a atividade e sucesso desta parceria.

C&H – Como tem estado a correr a participação gastronómica lusitana na expo Dubai?

[PR: ] A participação gastronómica está a correr bastante bem e o restaurante é uma das referências na Expo, não obstante termos concorrência em quantidade e qualidade. O que podemos concluir é que a gastronomia portuguesa, quando confecionada de forma fiel aos seus sabores, é sempre bastante apreciada.

C&H – O restaurante é mais solicitado ao almoço, ou ao jantar?

[PR: ] Funciona bem em ambas as fases, sendo que o jantar permite rodar mais as mesas, pois a disponibilidade de quem nos visita é maior e em período mais alargado. Para colmatar alargámos a ementa de forma a preencher as solicitações entre essas duas fases.

C&H – Quais os pratos mais escolhidos? E dos escolhidos quais os que fazem
maior sucesso?

[PR: ] O nosso bacalhau e as migas são os pratos de eleição, sendo que o cabrito à padeiro e o polvo também são muito solicitados.

C&H – – Que nacionalidades predominam nos visitantes que procuram as propostas gastronómicas portuguesas?

[PR: ] Somos procurados por todas as nacionalidades de uma forma em geral, sendo que os Portugueses e Árabes são as nacionalidades mais frequentes. Temos sentido um crescendo na afluência sendo vários os clientes que repetem a visita.

C&H – Procuram pratos tradicionais ou novas tendências?

[PR: ] Pratos tradicionais. Estamos no pavilhão de Portugal e o nosso compromisso é servir o que temos de mais tradicional. Sendo também que os pratos estão a ser confecionados com produtos preferencialmente de origem em empresas portuguesas.

C&H – A carta mantém-se durante todo o evento, ou haverá ajustamentos sazonais?

[PR: ] Terá ajustamentos, mais no sentido de acrescentar novos pratos. Não só para ajustar à crescente procura entre os períodos tradicionais das refeições, como os que vão sendo possíveis face à chegada de novos produtos portugueses.

C&H – Tem algum momento, que gostasse de partilhar com os leitores em Portugal? Por exemplo, alguma visita relevante?

[PR: ] As visitas têm sido muitas e de referência, entre estrelas de futebol, artistas, empresários de renome e membros da família real.

C&H – Em termos gerais, a gastronomia portuguesa é conhecida nos Emirados Árabes Unidos? É bem recebida pelos locais? Há pontos comuns com a gastronomia local ou são sabores e formas de confeção totalmente
distintas?

[PR: ] É um potencial a explorar, dado que é bem recebida. São culinárias diferentes, embora haja sempre sempre particularidades que se tocam.

C&H – Poderá esta experiência transitar para um restaurante físico de gastronomia portuguesa, no Dubai, no final da Expo?

[PR: ] Já é um restaurante físico. Nunca se vira as costas a analisar hipóteses de futuro, sendo que neste momento toda a nossa atenção e foco está na operação do pavilhão de Portugal .

 

Quer saber o que pode visitar na Expo 2020, quais as principais atrações e os pavilhões mais interessantes? Encontra todas as informações aqui no C&H

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