Abraços Desfeitos, o mais recente filme do realizador espanhol Pedro Almodôvar retrata a vida do argumentista cego Henri Caine (Lluis Hormas) que “matou” a sua verdadeira identidade Mateo Blanco após um acidente 14 anos antes, em que perdeu o seu grande amor Lena (Penélope Cruz).
A partir desse dia, o realizador Mateo Blanco assume o seu pseudónimo Henri Caine, decidido a esquecer toda a sua existência anterior. No filme a imagem mais marcante da decisão da personagem são as fotografias rasgadas, testemunhas dos momentos de felicidade do casal Mateo e Lena passados em Lanzarote.
No presente, Henri Caine goza a vida na base da ironia e vive isolado no seu mundo de escuridão, contando com a amizade de Judit (Blanca Portillo) e do filho desta, Diego (Tamar Novas), que também é o seu secretário.
Uma noite, Diego sofre um acidente e é Henri Caine quem toma conta dele, na ausência da mãe, acabando por criar uma relação mais próxima com o rapaz que o leva a abrir o seu coração e contar a sua história passada.
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O filme do realizador espanhol, que volta a contar com a sua musa Penélope Cruz, que aqui interpreta o papel de uma mulher cujo maior sonho é tornar-se actriz, apesar da falta de talento, está aquém do Tudo sobre a minha mãe mas consegue uma história que prende e mexe com o espectador.
O drama de Almodôvar explora os sentimentos do amor sem limites, a obsessão cega, o ciúme, a violência psicológica, o abuso do poder, a traição que termina em tragédia, do triângulo amoroso Ernesto Martel, Lena e Mateo.
Almodôvar mesmo tendo evoluído para um patamar dramático, que já explora há vários filmes, não deixa de por em Abraços Desfeitos, pormenores e personagens caricatas tão ao seu gosto.
A marca está lá. O tipo de música e a espontaneidade da linguagem são reconhecíveis. Apesar do drama, o filme está salpicado de momentos de humor, que arrancam gargalhadas ao público, não faltando cenas que lembram outras de outros filmes do autor.
Site oficial: Abrazos Rotos
fotos: Prisvideo