A segunda edição do Festival Caixa Alfama provou que o festival de fado veio para ficar

Festival Caixa Alfama 2014Reportagem de Madalena Travisco e Joice Fernandes 

Por “ruas estreitinhas, becos e escadinhas” Alfama revelou que em cada esquina  mora o fado. Na segunda edição do festival Caixa Alfama, mais de 40 fadistas em 10 palcos, ampliaram o frenesim do bairro de Alfama com gente que calcorreava as vielas com pulseira no braço e mapa do festival na mão. Seria preciso ter o dom da ubiquidade para chegar a todos concertos. As opções, grande parte das vezes, ficavam pelo chamamento do fado que ecoava, ora das janelas, ora de becos com palcos improvisados, ora de portas de sociedades recreativas ou culturais ou ainda dos reportórios especiais preparados para atuação nas Igrejas de Santo Estevão e de São Miguel.

Sem surpresas a concentração maior ocorreu em torno do palco Caixa junto ao rio, porque era o espaço maior e porque foi lá que o festival encerrou cada noite. Na primeira, com a Ana Moura e António Zambujo e na última noite com uma pérola de Alfama – Carminho. As palavras de Carminho sintetizam o sentimento de todos os artistas que passaram pelo festival: “Nem imaginam a emoção que é estar aqui em Alfama, com este mar de gente, a cantar o fado num Festival de fado. É muito emocionante (…).”

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O Palco Caixa teve ainda outras presenças de cartaz: Kátia Guerreiro que abriu o palco desta edição na noite de sexta e Ricardo Ribeiro que se deixa chamar de Vasquinho, que denunciou o aniversário do Zambas (António Zambujo) e que espalhou alegria quando ilustrou os tiques de fadistas conhecidos. Na noite seguinte, a abertura foi de Gonçalo Salgueiro a que se seguiu Jorge Fernando – mestre de temas de fado.

Pelos outros palcos, passaram muitas outras vozes com fado na alma: no palco Amália: Ana Lains, Lenita Gentil, Marco Rodrigues e Maria da Fé; no largo das Alcaçarias, os Urbanos, Cuca Roseta com convidados, as Urbanas e Aldina Duarte; no Grupo Sportivo Adicense: Ana Bacalhau estreou-se no fado, e também por lá passaram Vicente da Câmara e Anita Guerreiro. Os mais fogosos – ou bem calçados – que conseguiram subir até ao Centro Cultural Dr. Magalhães Lima foram priveligiados com os concertos de Gisela João (com orquestra) e Pedro Moutinho na primeira noite. Na segunda, foi o Tributo a Fernando Maurício. Mais perto do Palco Caixa, a esplanada do Museu do Fado recebeu Ana Maria, Cláudia Picado, o pianista Júlio Rezende – que tinha sido convidado de Cuca Roseta na noite anterior, Filipa Cardoso e Maria Ana Bobone.

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A lista de artistas não se esgota nos nomes acima, além de todos os guitarristas e instrumentistas que deram corpo e música a este festival. Não era possível chegar a todos.

Esta segunda edição do Caixa Alfama foi mais um êxito e por tal, um pronúncio de que para o ano há a terceira edição. É ou não é?

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