A noite do rock duro no Rock in Rio Lisboa

 
rReportagem de António Silva e Tânia Fernandes
 

Noite do rock duro, ontem, no Parque da Bela Vista, com maior afluência da faixa etária mais jovem. A repetição da dose de new metal no cartaz parece não dissuadir. De acordo com a organização, entraram ontem, até às 23h00, 68 mil pessoas na Cidade do Rock. Linkin Park deram um concerto onde se percebe o que leva o público a voltar a vê-los consecutivamente e Steve Aoki foi o grande mobilizador da multidão da noite. Poucos foram os que saíram antes do último concerto e quem ficou foi mesmo para vibrar, de braços no ar, com os ritmos do DJ.

O sol, ontem à tarde, já se sentia bem, na cidade do Rock. E apesar do vento ter levantado ao final do dia, o recinto esteve bem “quente” durante toda a noite. No palco Vodafone Salto, trouxeram a pop do norte e foram seguidos pelo groove dos Blood Orange.

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O palco Mundo abriu com o rock brasileiro dos Capital inicial. A banda já com longa carreira no Brasil admitiu algum receio nesta estreia, mas foi bem recebida pelo público. Tocaram músicas deles, “Primeiros Erros” tema deles que foi gravado por Tim dos Xutos e Pontapés, mas também “Should I Stay or Should I Go” dos Clash com um polvo gigante a preencher o palco.

O rock bem duro dos Queens Of The Stone Age ocupou de seguida o Palco do Mundo. Depois de atuarem no festival Super Bock Super Rock em 2013, com grande sucesso, regressam a Portugal. Abriram com “Millionaire” e trouxeram temas fortes como “Smooth Sister” e “Go With The Flow”. Com “One Knows” e “Dead” fecharam o alinhamento. Os fãs seguiram o concerto com atenção, mas os menos atraídos pelos sons mais duros aproveitaram para circular pelo recinto.

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Pela Rock Street, a animação é grande. Acompanhámos parte da apresentação dos Terra Celta, que puseram uma grande multidão a dançar frente ao palco, levantado uma nuvem de pó gigante. A banda brasileira, que se inspira no visual britânico anima, não só com a performance como com as letras das músicas. Ensaiam o público de forma a tê-lo a cantar o refrões de “A branca-de-neve casou com o anão”. Terminaram com o tema “Ressaca” que agrada aos presentes:  “E se eu levantar/pró bar vou voltar/ai essa ressaca/ é lá que eu vou cura”.

Ainda que repetentes neste Festival, os Linkin Park continuam a ser uma boa aposta para a organização, pois há sempre quem não queira perder a oportunidade de os ver ao vivo, mais uma vez. Numa mistura de rock duro, rap e a tocar algum pop mais romântico, eles cativam vários grupos de seguidores. As fãs, são daquelas mesmo acérrimas e alinham na primeira fila. A banda sabe como lidar com a emoção dos fans e não descura pormenores como a bandeira portuguesa pendurada nas teclas, ou os cds com o novo tema “Wastelands” atirados ao mar de gente por Mike Shinoda. Pela amplitude de sons que produzem conquistam também algum público mais velho, que não se importa de ir ao bar nos temas em que o vocalista mergulha em rugidos, mas acompanha o coro nos temas mais RFM. Dividido em três atos, e um encore, este foi o primeiro concerto da digressão da banda, tal como partilhou Chester Bennington no final. A componente visual é forte, com ecrãs a emitir padrões em movimento. Parcos em palavras, entregam-se de corpo e alma ao espetáculo. E cabe de tudo neste alinhamento. Uma excecional combinação de “Leave Out All The Rest” com “Shadow of the day” a terminar em “Iridiscent”. “Burn it Down” foi para deitar a casa abaixo, “Numb” o extase e “In The End” uma despedida quase perfeita. Steve Aoki fez uma incursão ao palco em “A Light that Never Comes”, tema que gravaram juntos.  A banda despediu-se em grande com “Bleed it Out”
A entrada de Steve Aoki foi precedida de uma explosão de papelinhos a voar. Este DJ não se limita a misturar músicas. A sua performance, em palco, cativa e arrastou consigo a massa de gente que não se retirou depois do brilhante concerto dos Linkin Park. De braços no ar, ele controla o som e comanda a multidão. Sobe para cima da mesa de mistura e pede que o público o acompanhe. É contagiante, a forma como interage e incita a multidão. Os cartazes erguidos a pedir bolos prova que o DJ tem seguidores em Portugal. E ele não desiludiu. No final da apresentação, andou a fazer pontaria à cara dos “sortudos” que estavam na primeira linha. Abriu ainda algumas garrafas de champanhe que partilhou com o público e antes de se retirar, fez questão de descer ao pé dos faz e tirar selfies com muitos.

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A noite de rock alternativo faz-se hoje com Arcade Fire a fechar o Palco Mundo. Antes atuam Lorde, Ed Sheeran e a Homenagem a António variações a abrir o 4ª dia de rock no Parque da Bela Vista. Ainda há bilhetes à venda.

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