A Energia Contagiante de Jessie J no MEO Arena

jessieJAs luzes no MEO Arena apagam-se e ouve-se “Uptown Funk”, de Mark Ronson e Bruno Mars, que coloca a dançar toda uma plateia já impaciente para ver Jessie J subir ao palco. Silêncio. Sem demoras e no horário combinado, numa explosão de luzes e cores ao som de “Ain’t Been Done”, aparece Jessie J no seu estilo inconfundível, irreverente, provocante, sorridente e cheia de uma energia positiva contagiante.

Num um palco simples com muitas luzes coloridas e sem ecrãs gigantes, puxou de imediato de um dos seus maiores sucessos ‘Domino’. Estava iniciada a etapa portuguesa da “Sweet Talker Tour”, que serve de apresentação do seu último álbum com o mesmo nome, com um público variado a ovacionar a inglesa de 27 anos.

A interação com o público, uma constante durante todo o concerto, começa com “Seal Me With a Kiss”, cantando grande parte da música sentada no palco com as pernas cruzadas a baloiçar, bem junto dos fãs em delírio. Não deixando de ser cool ao dizer que «Sinto falta de Lisboa. Nunca vi fãs como vocês antes!», mostrou um ar mais ternurento ao salientar um cartaz de um fã com a frase «Your voice is my best gift», cantando-lhe ‘Happy Birthday’.

Com músicas como “Nobody’s Perfect” e “Who You Are”, Jessie J mostra o seu lado humano, de amiga e conselheira de cada um dos seus fãs, e da razão de dizer que não faz as músicas «para que as pessoas se sintam bem, mas para que se sintam bem com aquilo que sentem», dando ênfase para que nunca se esqueçam que «It’s okay not to be okay» ou «Just be true to who you are». Nada de complexos.

Em jeito de autobiografia, recorda a música que levou a uma bem sucedida audição para uma girls band, “I Have Nothing” de Whitney Houston, dedicando ao público presente, pois são a razão pela qual regressa a Lisboa e sem o qual não teria nada, acabando por ser um dos momentos altos da noite.

O vulcão de energia que é Jessie J volta a rebentar com “Flashlight”, com o recinto iluminado com as luzes dos telemóveis a seu pedido, e com ‘Sweet Talker’. Aqui, e em jeito de brincadeira, fez questão de primeiro pedir a quem fosse solteiro(a) que levantasse a mão, para depois de forma descontraída sugerir «Se viram alguma cara bonita com a mão no ar, vão ter com ela e cantem esta música bem juntinho». Por esta altura nas bancadas, eram poucos os resistentes que ainda se mantinham sentados, indiferentes aos ritmos e à energia que vinha do palco.

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Antes de colocar o MEO Arena em modo “Burnin’Up”, deixou o desabafo triste por vir «A Lisboa no único dia de chuva do ano aqui. Esperava bom tempo e muito sol», que resultou numa gargalhada geral do público.

Regressou ao seu lado mais rebelde e irreverente, de boné, ao explicar de como um bar que frequentava quando tinha 18 anos a inspirou para a música “Do It Like a Dude”. No decorrer desta colocou na prática a letra da música ao ficar em roupa interior quando retirou a t-shirt preta que apresentava desde o início do concerto com a palavra ‘Lisbon’ estampada. No final  da música, a t-shirt voou para a plateia, para alegria do felizardo que a conseguiu agarrar.

A pausa necessária para que Jessie J fosse vestir outra roupa, acabou por servir de preparação para o encore, que começa com “Price Tag”, outro dos seus grandes sucessos, já com a bandeira de Portugal presa ao pescoço, qual capa de super-herói.

Antes de “Masterpiece”, a interação final com o público mais e menos jovem presente na plateia, desde uma rapariga de 12 anos que estava às cavalitas do pai (que também mereceu os elogios da artista), até dar um autógrafo num desenho feito por um fã. Tudo isto porque Jessie J, a amiga e conselheira Jessie J, gosta de conversar com aqueles que a seguem e de saber quais os seus sonhos e objectivos na vida, pelos quais os motiva a lutar e a não desistir até serem alcançados.

“Bang Bang”, talvez o maior sucesso do último álbum, ao qual não são indiferentes as presenças de Ariana Grande e Nicki Minaj na versão original, contagia qualquer um a abanar o corpo e fez as delícias finais de todos os que marcaram presença no concerto da noite de ontem no MEO Arena.

A primeira parte do concerto esteve a cargo dos portugueses Átoa.

Texto de Pedro Fonseca
Fotos Everything is New/Alexandre Antunes

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