À Descoberta De Saïdia E Dos Seus Segredos

Reportagem de Elsa Furtado

Celebra-se hoje o Dia Nacional de Marrocos, também conhecido por Dia do Trono, embuídos do espírito das Mil e Uma Noites, propomos uma viagem a Saïdia, na parte oriental do Norte de Marrocos.

Com um ar um pouco selvagem, e pouco alterada pela influência ocidental e pela modernidade, Saïdia é uma das regiões marroquinas menos conhecidas dos portugueses. Com cerca de 14 quilómetros de praia, que vão desembocar no estuário de Oued Moulouya, uma reserva natural, protegida, que serve de abrigo a muitas espécies de aves migratórias, a região é dominada por uma beleza selvagem, e um toque mediterrânico. Destaque ainda para as Cidades de Oujda e a província de Nador, e a fronteira com a Argélia ali tão próxima.

Saïdia é o destino ideal para quem gosta de praia, e ao mesmo tempo para quem gosta de descobrir outras paragens (algumas mais selvagens) e outras culturas, uma semana pode parecer muito, ou pode parecer pouco, depende do programa.

Começamos por nos alojar num dos resorts da região, de frente  praia, aqui próximo fica a moderna marina, com várias lojas e restaurantes. Na parte mais antiga da cidade, destaque para a Medina que data de 1834, rodeada por muralhas em terracota. De regresso ao exterior das muralhas, numa das várias portas, uma feira, tão semelhante a tantas outras que encontramos no nosso país, e onde os habitantes locais fazem as suas compras.

Saidia - Marrocos
Saidia – Marrocos

Segunda paragem do nosso programa: Oudja – uma cidade de contrastes, entre o moderno e o antigo, com avenidas largas e edifícios de estilo ocidental. Entramos pela porta Bab Sidi Abdel Wahab, mas também podemos optar pela Bab El Gharbi, aqui é obrigatório uma visita aos Parques Lalla Aïcha e Lalla Meryem, e à Mesquita antiga, construída em 1298, à Medersa (Escola Corânica), ou ainda ao palácio Dar Sebti.

saidia_marrocos2013 (4)No interior da Medina podemos deambular pelas ruas estreitas e entre as casas típicas. Aqui, encontramos várias retrosarias e lojas com trajes típicos, e nas ruas, homens esticam e preparam os fios de seda coloridos, que depois são utilizados no fabrico dos bordados,  que posteriormente são costurados nas belas roupas típicas. Paragem obrigatória, é uma “padaria” com bolos quentinhos e com cheiro a erva-doce e pão típico.

Antes de deixarmos a cidade, passamos pelo Souk, como não podia deixar de ser, ourivesarias, lojas de artesanato e recordações, não faltam. Entre os típico cachimbos de água, velas, chinelos, lenços, jóias, essências, não falta por onde escolher.saidia_marrocos2013 (2)

Para quem quiser partir à descoberta de outras paragens, pode fazê-lo de comboio, à partida da estação que fica no centro da cidade, nós prosseguimos de carro, agora para o interior da região.

Se passear por esta zona num domingo, não se admire com o movimento. Tafo­ralt, a cerca de 35 quilómetros de Oujda, no meio dos mon­tes de Beni Snas­sen é destino de passeio e de visita de muitas das famílias de Ber­kane, neste dia da semana.

Na rua principal são muitos os restaurantes típicos, onde as famílias almoçam o tão apreciado borrego (guisado ou grelhado), do outro lado do passeio, entre um mercado pequeno e vendedores ambulantes, pode-se comprar especiarias, ervas aromáticas, fruta fresca e seca e até provar caracóis acabadinhos de fazer. E o programa de domingo não fica complete sem um mergulho na gruta do Camelo, a alguns quilómetros de distância, no meio das montanhas.

O tempo é quente, e nas árvores da região, as nêsperas abundam, pelas estradas é possível encontrar vários vendedores improvisados, a tentar vender este belo e doce fruto, que os portugueses também conhecem e apreciam.

Depois de uns dias de descanso, seguimos à descoberta da região, desta vez vamos até Trois Fourches e à costa, quase sempre com a linha de água no horizonte. São quase 100 quilómetros de viagem, mas vale a pena, o Cap Trois Fourches é um dos segredos mais bem guardados de Marrocos, com as suas águas cristalinas, em tom de azul turqueza.

saidia_marrocos2013 (10)Pelo caminho passamos pela Lagoa Mar Chica, perto da cidade marítima de Nador, separada do mar por uma extensão de 24 quilómetros de dunas, e pela cidade de Melilla, sob administração espanhola. Os segredos a descobrir são vários.

No resto da semana, entre mergulhos, passeios de jeep, barco e moto, ou uma partida de golfe, não faltaram distracções. Nós optámos por recarregar baterias, antes de voltar ao corropio da cidade e do dia-a-dia. Aproveitar a praia, a piscina e o spa do resort, beber um chá de menta e provar a oferta gastronómica do restaurante Al Andalous, onde se destacam os típicos tagines. A rematar a noite, uma ida até ao bar do resort ou uma ida ao night club L’Alcazar, na zona da marina, com cantores marroquinos ou argelinos.

saidia_marrocos2013 (6) saidia_marrocos2013 (7) saidia_marrocos2013 (5)

 

Como ir:

Saïdia fica a 50 quilómetros do aeroporto de Oujda e no verão há charters de Lisboa para lá. O vôo dura apenas uma hora e meia.

Uma semana, em regime de Tudo Incluído, com viagem e transfers, pode custar desde 558 euros por pessoa, com a Soltrópico – por exemplo.

O C&H viajou para Saïdia a convite do Turismo de Marrocos

 

Artigo anteriorPalavra de Mulher – Festival das Artes de Coimbra encerra com chave de ouro 
Próximo artigoArabian Days invadem Sintra em Agosto

Leave a Reply