Com a Páscoa a chegar, impõe-se uma escapadinha a dois ou em família, para recarregar baterias e passar uns momentos divertidos. Que tal uma viagem para um lugar tranquilo, belo, e mágico, não muito longe? Estamos a falar da Ilha de S. Miguel, nos Açores.

Começamos a nossa viagem pela zona mágica das Furnas, onde o verde domina, e os vapores das caldeiras dão um toque muito especial à atmosfera. Por aqui, podemos nos “perder” entre parques e lagoas, deixando o percurso ao acaso do destino.

A nossa aventura começa pelo Centro da Povoação e pelo deslumbrante Parque Terra Nostra, onde a flora e a vegetação existente são tão ricas e variadas, que nos leva a deambular pela imaginação, como se estivéssemos num dos jardins de Eduardo Mãos de Tesoura, de Tim Burton, ou mesmo de Alice no País das Maravilhas.

Uma das atracções principais do Parque é sem dúvida alguma a piscina de água quente, com propriedades medicinais, . Nada como chegar de um passeio às sete horas da noite e mergulhar nestas águas quentes e relaxantes (mesmo com o seu aspeto barrento e aparentemente pouco convidativo). O difícil depois é sair.

A Poça da Dona Beija é outra das atracções da povoação, que merece uma visita, mas incontornável mesmo é a visita ao Parque das Furnas, onde se cozinha o famoso cozido das Furnas, e se pode ver o vapor das caldeiras naturais no ar.

Numa das margens da Lagoa do parque das Furnas, a Capela de Nossa Senhora das Vitórias, mandada erguer por José do Canto em 1862, (embora a obra só tenha tido início em 1877), de estilo neo-gótico, como as grandes catedrais europeias, tem 13 janelas em ogiva decoradas com vitrais que representam cenas bíblicas,  e o parque envolvente dão-nos a sensação de termos viajado até à Irlanda ou ao País de Gales, e a um dos cenários das Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley, inspirado na lenda do Rei Artur, ou a um dos cenários do filme Senhor dos Anéis com a estátua em madeira de Gandalf a dar as boas vindas aos visitantes. Aqui, a tranquilidade é tão grande, que nos abstraímos do resto do mundo, que nem apetece partir, mas a zona das caldeiras constantemente em ebulição espera-nos, e é um cenário que vale mesmo a pena ver.

 

Dois dias passaram e ainda temos o resto da ilha para descobrir, com o tempo contado, há que escolher muito bem o que fazer e visitar. Se é fã de passear pela Natureza, sem hora para voltar, então sugerimos uma visita à Caldeira do Fogo com caminhada incluída, uma paragem na Lagoa de Santiago e para terminar, a obrigatória e incontornável visita à icónica e deslumbrante Lagoa das Sete Cidades, com as suas águas de duas cores (azul e verde, formada a partir das lágrimas do casal de apaixonados que aqui se encontrou e amou segundo a lenda). Aqui descontraia e desfrute da paisagem, esqueça o relógio, afinal, estamos na Ilha Verde e a Natureza é a rainha, e o máximo de trânsito que pode apanhar é uma manda vacas a passar de um campo para o outro, à hora da ordenha.

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Mas na Ilha Verde há mais para ver que a vegetação e as lagoas, se é fã do mar, e não quer deixar de vir ao arquipélago sem dar um passeio pelo Atlântico e observar os seus habitantes principais – os Cetáceos, que dominam e dão a fama ao mar dos Açores, então embarque num barco de observação dos vários operadores existentes em Ponta Delgada, junto às Portas do Mar, e parta em busca de golfinhos, baleias e cachalotes. Pode ser que tenha sorte e consiga ver um destes belos e imponentes animais – nós tivemos, mas atenção, se não tem estômago de marinheiro prepare-se para enjoar, pois o mar aqui não é fácil.

Para quem gosta de programas mais calmos, a ilha tem outras e variadas ofertas. Em Vila Franca do Campo podemos apreciar o património arquitectónico, as suas inúmeras igrejas e o casario revestido a pedra vulcânica. O mercado e degustar uma queijada típica.

No centro de Ponta Delgada são inúmeros os museus, as igrejas e conventos, e palacetes visitáveis e que dominam no Centro Histórico. À noite, pode sempre ir ao teatro, a um concerto (seja de jazz ou de música portuguesa), ou dar um passeio à beira da marina, opções é que não faltam.

Se é fã dos produtos regionais, então recomenda-se uma visita a uma das várias queijarias da ilha, às fábricas de tigeladas, ou de licores (as marcas Ezequiel e Capote têm visitas abertas ao público com degustação de licores), e claro, à fábrica e plantação de chá Gorreana, um dos produtos mais conhecidos da região, já para não falar das plantações de ananás – produto único dos Açores.

Mas vir aos Açores é mais do que passear pelos trilhos verdes e mergulhar nas águas férreas e termais, é também experimentar a Gastronomia local, as cracas grelhadas, o peixe fresco oriundo das águas circundantes, o famoso cozido (feito numa única panela e cozido ao vapor durante horas, num buraco do chão), ou um bife de vaca bem alto e tenrinho são alguns dos pratos a provar, acompanhe com um vinho açoreano. Para rematar, escolha uma queijada, uma sobremesa fresca de ananás ou um pudim de chá e termine com um cálice de um dos saborosos licores da região.

O tempo esgota-se e tanto ficou para ver e fazer, partimos com as baterias carregadas, a alma cheia e com um enorme desejo de voltar, seja por que motivo e época do ano for.

Informações Úteis:

Onde Ficar:

Para terminar deixamos algumas sugestões de alojamento. Nas Furnas recomendamos o Terra Nostra Garden Hotel, do grupo Bensaude. De estilo Déco e renovado recentemente, este hotel familiar, tem 86 quartos espaçosos e modernos, alguns com vista para o Parque. Localizado próximo do Parque Botânico Terra Nostra, a que tem acesso direto. Tem piscina interior e exterior, um spa, um bar, um restaurante – onde se pode provar o famoso Cozido Nas Caldeiras à moda das Furnas, serviço de aluguer de bicicletas e ainda comida embalada para piqueniques.

No Centro Histórico de Ponta Delgada recomendamos o Hotel do Colégio, de aspeto familiar e acolhedor. Instalado num edifício do século XIX, que mantém algumas características originais, desde a alta fachada e torreão central às decorações dos janelões, portas principais e escadaria, que em tempos já foi uma escola, com quartos simples, e de estilo clássico. Tem uma piscina no pátio interior, um bar e um restaurante. A sua localização é ideal para quem pretende conhecer a zona histórica, os museus e ir até às Portas do Mar, de dia e de noite.

Onde comer:

Na zona das Furnas pode provar o cozido em qualquer restaurante, ou os pratos de peixe. O bife também é uma especialidade na maioria dos estabelecimentos – destacamos o do restaurante O Museu, no centro histórico. Já as lapas, é só procurar em qualquer estabelecimento na zona da marina (por exemplo).

Como Ir e Andar:

Do continente para as ilhas a TAP tem voos todos os dias, a várias horas, alguns em code-share com a SATA.

Para visitar a ilha com toda a liberdade possível, recomendamos o aluguer de uma viatura. Se ficar num dos hotéis do Grupo Bensaúde pode optar pelo pacote com aluguer de viatura, da Varela Rent a Car. Se viajar com crianças, não se esqueça de pedir a cadeirinha no momento da reserva.

O C&H agradece o apoio da TAP, do Grupo Bensaúde, Hotel do Colégio, Varela Rent-a-Car e Futurismo para a realização desta reportagem 

 

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