A gala teve como base o primeiro palco do mundo composto por areia (cerca de 300 toneladas) e um cenário com esculturas em areia, da autoria de 20 escultores internacionais. O espetáculo, dividido em 7 atos, teve como título A Mensagem, numa homenagem aos descobrimentos e praias nacionais e contou com números de dança, novo circo, e música, com a participação especial de Aurea e dos Expensive Soul, sendo os vencedores anunciados no final.
Na categoria Praias de Arribas foi eleita a de Odeceixe, no concelho de Aljezur, distrito de Faro, na de Praias de Albufeiras e Lagos foi escolhida a Ribeira – Albufeira do Azibo, no concelho de Macedo de Cavaleiros, distrito de Bragança, e na de Praias de Uso Desportivo ganhou o Guincho, no concelho de Cascais, distrito de Lisboa.
Na categoria de Praias de Dunas ganhou Porto Santo, no arquipélago da Madeira, e a Lagoa do Fogo, no concelho da Ribeira Grande, em São Miguel, nos Açores venceu na categoria de Praias Selvagens.
As 7 Praias Maravilha ®:
Adornada por um cordão dunar que a protege da terra, a Praia das Furnas desenvolve-se numa extensa língua de areia fina, onde a influência marítima proporciona uma atmosfera e ambiente muito particulares. A qualidade da água e do seu areal tem sido certificada com os galardões “Bandeira Azul” e “Praia Acessível”, desde 2008.
É uma praia vigiada, com boas condições de acessibilidade ao areal, mesmo para pessoas com mobilidade condicionada. Existem zonas de circulação automóvel, áreas de estacionamento e apoio de praia.
A praia apresenta uma elevada qualidade paisagística e de biodiversidade, com uma paisagem de rara e enorme beleza do topo das arribas. Estas constituem o habitat privilegiado para a avifauna, proporcionando excelentes condições para a observação de aves, como a cegonha branca, o falcão-peregrino ou a gralha-de-bico-vermelho. É aqui o único local do mundo onde é possível observar as cegonhas que nidificam nos rochedos marítimos.
A praia é detentora de um cordão dunar sustentado por diversas espécies de plantas indígenas, e as suas águas cristalinas e amornadas, de um azul-turquesa irreproduzível. As areias da praia do Porto Santo são formadas por microfósseis e pequenos fragmentos de algas calcárias, conchas de moluscos e outros restos fossilizados de organismos marinhos. São registos de um passado com cerca de 30 mil anos de história, de imensa produtividade biológica e que chegou até aos nossos dias.
Apresenta atributos terapêuticos e medicinais que se devem às propriedades físicas, químicas e térmicas das suas areias carbonatadas biogénicas, importantes para o tratamento de doenças do foro ortopédico e reumático, entre outras enfermidades. Este areal tambén é importante para as culturas frutícolas e hortícolas, onde crescem as inigualáveis e doces uvas, o melão, a melancia, os figos e o tomate, este último, pela doçura e aspecto que apresenta, é aqui tido mais como um fruto, do que um legume.
De areal fino que se mistura com algum rochedo, a praia convive com o movimento das marés, que deixam a descoberto uma maior extensão de areal que convida à descoberta dos seus recantos e ao exercício físico. Aqui pratica-se surf, bodyboard, mergulho e pesca desportiva. Do alto da falésia a paisagem é deslumbrante. Trata-se de uma praia vigiada que oferece boas acessibilidades, também a pessoas com mobilidade condicionada, zonas de circulação automóvel e áreas de estacionamento e instalações sanitárias.
A qualidade da água e do seu areal tem sido reconhecida desde 2008 com a atribuição dos galardões “Bandeira Azul” e “Praia Acessível”.
Situada no centro da ilha a 575m de altitude, com uma profundidade máxima de 30m, a Lagoa do Fogo, encontra-se rodeada por densa vegetação endémica e ocupa a enorme caldeira do vulcão do fogo, de forma elíptica e dimensões aproximadas de 3 x 2,5km, apresentando paredes com desníveis máximos de 300m.
Desaguam na lagoa do Fogo, cerca de 18 cursos de água e um total de 41 linhas água, com percursos, em geral, muito curtos, na ordem dos 150 a 300 m de extensão, com excepção da ribeira mais hierarquizada desta bacia de drenagem, localizada mais a norte da bacia, que por si só reúne cerca de 40% do total dos cursos de água existentes. Como a caldeira da Lagoa do Fogo é aberta do lado Sul, não se desenvolvem cursos de água representativos nesta zona da bacia de drenagem.
No interior da caldeira, ocorreu uma erupção de natureza traquítica no ano de 1563. Nos flancos deste vulcão existem diversos cones de escórias, domos traquíticos e crateras de explosão hidromagmática (maars) bem como uma cobertura espessa de depósitos piroclásticos pomíticos e, ainda, zonas com actividade hidrotermal.
Na vertente Norte do vulcão, ocorrem manifestações de vulcanismo secundário, como nascentes de águas minerais, águas quentes férreas, fumarolas e um campo geotérmico, utilizado para a produção de energia eléctrica.
Em relação aos habitats, assinala-se nesta área a existência de 10 tipologias constantes na Directiva Habitats,Charnecas macaronésicas endémicas; Águas oligo-mesotróficas; Charcos temporários mediterrânicos; Cursos de água alpinos e sua vegetação rípicola; Charnecas macaronésicos endémicos; Formações de Euforbiáceas; Prados mesofiticos maraconésicos; Turfeiras altas degradadas ainda suscetíveis de regeneração natural; Turfeiras de coberturas; Laurissilva dos Açores.
Dentro do perímetro da Reserva Natural, destacam-se algumas espécies de plantas endémicas dos Açores como o Cedro-do-mato (Juniperus brevifolia),o Louro (Laurus azorica), o Sanguinho (Frangula azorica), o Trovisco-Macho (Euphorbia stygiana) e a Urze (Erica azorica).
Nesta área, podem-se observar aves marinhas como a Gaivota (Larus cachinnans atlantis), e o Garajau Comum (Sterna hirundo) e aves terrestres como o Milhafre (Buteo buteo rothschildi), o Melro-Preto (Turdus merula azorensis)ou o Pombo-torcaz-dos-Açores (Columba palumbus azorica). De destacar ainda a presença do único mamífero endémico dos Açores, o morcego (Nyctalus azoreum).
Reza a lenda que, no século XIII, foi a partir destas areias que ecoou pela povoação toda o “guincho” de uma donzela que anunciava a conquista de Alcácer do Sal aos mouros pelo exército de D. Afonso II, onde combatia o seu noivo. Daí para cá, a “Praia do Guincho”, não mais parou de ser cantada em músicas e poemas, tem sido palco de filmes e mesmo estrela de cinema, como no mundialmente famoso “007- Ao Serviço de Sua Majestade”.
A praia é orgulhosamente ventosa, vaidosamente selvagem, despreocupada se o gelado e temperamental Atlântico inibe visitantes de irem a banhos, o Guincho é das mais genuína das praias. Onde contrasta a aspereza das rochas com as areias finas que preenchem o sistema dunar. Transformou-se numa meca mundial para o surf, windsurf, kytesurf e outros desportos náuticos.
A Praia do Guincho tem um intrínseco valor geológico atestado pela chaminé vulcânica e pelas rochas milenares das falésias. Tem valor biológico inquestionável nas aves marinhas, na vegetação abundante e num sistema dunar único. E tem valor histórico na sua rede de fortes onde, desde há séculos, se ergue a primeira barreira de defesa da barra do Tejo.
Texto de Clara Inácio e Elsa Furtado Fotos de Elsa Furtado, Sara Matos, Ângela Nobre, Vanessa Teixeira, e 7 Maravilhas – Praias de Portugal®