7 Maravilhas – Praias de Portugal® destacaram praias a Sul

As 7 Maravilhas – Praias de Portugal®  já são conhecidas, as vencedoras foram anunciadas numa gala em Tróia, com transmissão em direto na RTP como já vem sendo habitual e que este ano contou com a presença de Áurea, que apresentou o seu novo trabalho “Scratch My Back” e o destaque foi para as praias do Sul de Portugal.

A gala teve como base o primeiro palco do mundo composto por areia (cerca de 300 toneladas) e um cenário com esculturas em areia, da autoria de 20 escultores internacionais. O espetáculo, dividido em 7 atos, teve como título A Mensagem, numa homenagem aos descobrimentos e praias nacionais e contou com números de dança, novo circo, e música, com a participação especial de Aurea e dos Expensive Soul, sendo os vencedores anunciados no final.

A iniciativa deste ano contou com 621.802 votos, recolhidos entre 6 de maio e 7 de setembro, e as vencedoras foram: na categoria Praias de Rios – Vila Nova de Milfontes – Furnas e na de Praias Urbanas – Zambujeira do Mar, ambas em Odemira, distrito de Beja.

Na categoria Praias de Arribas foi eleita a de Odeceixe, no concelho de Aljezur, distrito de Faro, na de Praias de Albufeiras e Lagos foi escolhida a Ribeira – Albufeira do Azibo, no concelho de Macedo de Cavaleiros, distrito de Bragança, e na de Praias de Uso Desportivo ganhou o Guincho, no concelho de Cascais, distrito de Lisboa.

Na categoria de Praias de Dunas ganhou Porto Santo, no arquipélago da Madeira, e a Lagoa do Fogo, no concelho da Ribeira Grande, em São Miguel, nos Açores venceu na categoria de Praias Selvagens.

As 7 Praias Maravilha ®:

A Praia das Furnas (Furnas-Rio) em Vila Nova de Milfontes, Odemira, Alentejo foi a vencedora na Categoria Praia de Rios. Inserida no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, localiza-se na margem sul da foz do Rio Mira, na freguesia de Longueira/Almograve. Milfontes, vila conhecida como “Princesa do Alentejo” é a frente de rio. Aqui é possível praticar atividades desportivas e recreativas, como a Canoagem ou Windsurf.

Adornada por um cordão dunar que a protege da terra, a Praia das Furnas desenvolve-se numa extensa língua de areia fina, onde a influência marítima proporciona uma atmosfera e ambiente muito particulares. A qualidade da água e do seu areal tem sido certificada com os galardões “Bandeira Azul” e “Praia Acessível”, desde 2008.

É uma praia vigiada, com boas condições de acessibilidade ao areal, mesmo para pessoas com mobilidade condicionada. Existem  zonas de circulação automóvel, áreas de estacionamento e apoio de praia.

A Praia da Ribeira, na Albufeira do Azibo, em Macedo de Cavaleiros ( Trás-os-Montes e Alto Douro) foi a vencedora na Categoria das Praias de Albufeiras e Lagoas. Está integrada na Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo. Com excelentes comodidades, nela harmoniza-se a prática balnear e a natureza. Ostenta a Bandeira Azul, sinónimo da qualidade deste espaço e das diversas iniciativas de educação ambiental realizadas junto dos banhistas – é um concelho Eco XXI. O areal está integrado numa extensa área verde e ajardinada. É possível praticar canoagem e btt e voleibol, existe também um parque infantil, uma biblioteca volante, barracas de artesanato e de produtos regionais, um bar e roulotes de apoio. Este cenário oferece ainda uma paisagem rica, refúgio para muitas espécies animais e onde florescem orquídeas selvagens.

Na Categoria Praias de Arribas, a vencedora foi a Praia de Odeceixe, em Aljezur, Algarve. A praia de Odeceixe localiza-se no extremo norte do concelho de Aljezur, tem a particularidade de conter uma praia fluvial, pois é limitada a nascente e a norte pela Ribeira de Seixe, que faz fronteira natural com o Alentejo. Na mesma praia pode tomar banho de mar ou de rio. A ribeira pode condicionar a forma e a dimensão desta praia, encaixada entre altaneiras arribas de xisto e grauvaques, característicos desta região.

A praia apresenta uma elevada qualidade paisagística e de biodiversidade, com uma paisagem de rara e enorme beleza do topo das arribas. Estas constituem o habitat privilegiado para a avifauna, proporcionando excelentes condições para a observação de aves, como a cegonha branca, o falcão-peregrino ou a gralha-de-bico-vermelho. É aqui o único local do mundo onde é possível observar as cegonhas que nidificam nos rochedos marítimos.

A Praia Porto Santo, na Madeira foi a vencedora na Categoria Praia das Dunas. São 9 quilómetros de um extenso e contínuo areal de areias finas e douradas, que apelidou a ilha de “Ilha Dourada”. Foi justamente este manto amarelo voltado a Sul, que em 1418 recebeu os descobridores portugueses que, no meio de uma tempestade, encontraram ali o seu “porto santo” e assim o baptizaram.

A praia é detentora de um cordão dunar sustentado por diversas espécies de plantas indígenas, e as suas águas cristalinas e amornadas, de um azul-turquesa irreproduzível. As areias da praia do Porto Santo são formadas por microfósseis e pequenos fragmentos de algas calcárias, conchas de moluscos e outros restos fossilizados de organismos marinhos. São registos de um passado com cerca de 30 mil anos de história, de imensa produtividade biológica e que chegou até aos nossos dias.

Apresenta atributos terapêuticos e medicinais que se devem às propriedades físicas, químicas e térmicas das suas areias carbonatadas biogénicas, importantes para o tratamento de doenças do foro ortopédico e reumático, entre outras enfermidades. Este areal tambén é importante para as culturas frutícolas e hortícolas, onde crescem as inigualáveis e doces uvas, o melão, a melancia, os figos e o tomate, este último, pela doçura e aspecto que apresenta, é aqui tido mais como um fruto, do que um legume.

Nas Praias Urbanas a vencedora foi a Praia da Zambujeira do Mar. Inserida no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, a Praia da Zambujeira do Mar encontra-se anichada numa alta falésia, em que a aldeia parece espreitar o areal. Localiza-se entre arribas e vale sendo atravessada por uma linha de água que desagua no mar.

De areal fino que se mistura com algum rochedo, a praia convive com o movimento das marés, que deixam a descoberto uma maior extensão de areal que convida à descoberta dos seus recantos e ao exercício físico. Aqui pratica-se surf, bodyboard, mergulho e pesca desportiva. Do alto da falésia a paisagem é deslumbrante. Trata-se de uma praia vigiada que oferece boas acessibilidades, também a pessoas com mobilidade condicionada, zonas de circulação automóvel e áreas de estacionamento e instalações sanitárias.

A qualidade da água e do seu areal tem sido reconhecida desde 2008 com a atribuição dos galardões “Bandeira Azul” e “Praia Acessível”.

A Lagoa do Fogo foi a vencedora na Categorias das Praias Selvagens. A Lagoa do Fogo foi classificada em 1974 como Reserva Natural, na sua grandiosidade e beleza dramática, com água de um azul que vai do escuro anil ao turquesa, contornada aqui e ali por praias de areia branca e rodeada por margens cobertas de vegetação que não consegue ocultar os efeitos das poderosas forças vulcânicas que lhe deram origem. Para além de estar inserida na Rede Regional de Áreas Protegidas, esta área encontra-se classificada como Sítio de Importância Comunitária da Rede Natura 2000 e área RAMSAR.

Situada no centro da ilha a 575m de altitude, com uma profundidade máxima de 30m, a Lagoa do Fogo, encontra-se rodeada por densa vegetação endémica e ocupa a enorme caldeira do vulcão do fogo, de forma elíptica e dimensões aproximadas de 3 x 2,5km, apresentando paredes com desníveis máximos de 300m.

Desaguam na lagoa do Fogo, cerca de 18 cursos de água e um total de 41 linhas água, com percursos, em geral, muito curtos, na ordem dos 150 a 300 m de extensão, com excepção da ribeira mais hierarquizada desta bacia de drenagem, localizada mais a norte da bacia, que por si só reúne cerca de 40% do total dos cursos de água existentes. Como a caldeira da Lagoa do Fogo é aberta do lado Sul, não se desenvolvem cursos de água representativos nesta zona da bacia de drenagem.

No interior da caldeira, ocorreu uma erupção de natureza traquítica no ano de 1563. Nos flancos deste vulcão existem diversos cones de escórias, domos traquíticos e crateras de explosão hidromagmática (maars) bem como uma cobertura espessa de depósitos piroclásticos pomíticos e, ainda, zonas com actividade hidrotermal.

Na vertente Norte do vulcão, ocorrem manifestações de vulcanismo secundário, como nascentes de águas minerais, águas quentes férreas, fumarolas e um campo geotérmico, utilizado para a produção de energia eléctrica.

Em relação aos habitats, assinala-se nesta área a existência de 10 tipologias constantes na Directiva Habitats,Charnecas macaronésicas endémicas; Águas oligo-mesotróficas; Charcos temporários mediterrânicos; Cursos de água alpinos e sua vegetação rípicola; Charnecas macaronésicos endémicos; Formações de Euforbiáceas; Prados mesofiticos maraconésicos; Turfeiras altas degradadas ainda suscetíveis de regeneração natural; Turfeiras de coberturas; Laurissilva dos Açores.

Dentro do perímetro da Reserva Natural, destacam-se algumas espécies de plantas endémicas dos Açores como o Cedro-do-mato (Juniperus brevifolia),o Louro (Laurus azorica), o Sanguinho (Frangula azorica), o Trovisco-Macho (Euphorbia stygiana) e a Urze (Erica azorica).

Nesta área, podem-se observar aves marinhas como a Gaivota (Larus cachinnans atlantis), e o Garajau Comum (Sterna hirundo) e aves terrestres como o Milhafre (Buteo buteo rothschildi), o Melro-Preto (Turdus merula azorensis)ou o Pombo-torcaz-dos-Açores (Columba palumbus azorica). De destacar ainda a presença do único mamífero endémico dos Açores, o morcego (Nyctalus azoreum).

Nas Praias de Uso Desportivo a vencedora foi a Praia do Guincho, em Cascais. O percurso inicia-se em  Cascais, ao longo do percurso, as águas da Costa do Sol separam-se e a pacatez da baía cede à agitação do mar aberto. Primeiro entre um rendilhado de falésias que contam histórias e guardam mitos, como a Boca do Inferno, e depois surgem as dunas, conduzindo à praia do Guincho. É lá que se estende o areal por oitocentos metros, como um longo tapete dourado aos pés da serra de Sintra-Cascais.

Reza a lenda que, no século XIII, foi a partir destas areias que ecoou pela povoação toda o “guincho” de uma donzela que anunciava a conquista de Alcácer do Sal aos mouros pelo exército de D. Afonso II, onde combatia o seu noivo. Daí para cá, a “Praia do Guincho”, não mais parou de ser cantada em músicas e poemas, tem sido palco de filmes e mesmo estrela de cinema, como no mundialmente famoso “007- Ao Serviço de Sua Majestade”.

A praia é orgulhosamente ventosa, vaidosamente selvagem, despreocupada se o gelado e temperamental Atlântico inibe visitantes de irem a banhos, o Guincho é das mais genuína das praias. Onde contrasta a aspereza das rochas com as areias finas que preenchem o sistema dunar. Transformou-se numa meca mundial para o surf, windsurf, kytesurf e outros desportos náuticos.

A Praia do Guincho tem um intrínseco valor geológico atestado pela chaminé vulcânica e pelas rochas milenares das falésias. Tem valor biológico inquestionável nas aves marinhas, na vegetação abundante e num sistema dunar único. E tem valor histórico na sua rede de fortes onde, desde há séculos, se ergue a primeira barreira de defesa da barra do Tejo.

Texto de Clara Inácio  e Elsa Furtado
Fotos de Elsa Furtado, Sara Matos, Ângela Nobre, Vanessa Teixeira, e 7 Maravilhas – Praias de Portugal®

 

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