67 Mil A Cantar Com Bruce Springsteen Na Primeira Noite De Rock In Rio

Reportagem de Tânia Fernandes e António Silva

Bruce Springsteen regressou ao Parque da Bela Vista, na primeira noite de Rock in Rio e comprovou que mantém uma vitalidade imparável, traz consigo uma banda de estrelas e consegue ter repertório suficiente para fazer quase três horas de concerto, sem quebras, com o público sempre a cantar com ele.

Conseguiria acrescentar outros temas, sem perder ritmo mas, a quem assiste, não sobra energia para aguentar a maratona. Desta vez, foi encadeando sucessos recebendo sempre a aprovação do público. E poucas pausas ou intervalos fez, limitando-se a contar “1, 2, 3, 4…” antes de mudar o disco.

Abriu com “Badlands” e continuou com temas fortes como “No Surrender”, “Cover Me”, “Hungry Heart”, “Downbound Train”, “I’m on Fire”, “Darlington County” ou “Working on the Higway”. Mergulhou várias vezes ao nível do publico, percorreu o corredor central, deixou-se abraçar pelos fans e cantou, sentado no chão, para quem teve o privilégio de ficar nas primeiras filas. Eram muitos os cartazes com pedidos de músicas, ou de outro género e de de uma dessas incursões, Springsteen trouxe um que dizia “The Promissed Land” que agitou, e interpretou de seguida. “The River” foi cantado de forma intensa, quase como se fosse a primeira vez e, apesar do adiantado da hora, o entusiasmo só poderia crescer com “Because The Night”, o tema pedido de emprestado a Patti Smith.

Estrelas são também os membros da E Street Band que o acompanham há largos anos. Patti Scialfa, Roy Bittan, Nis Lofgren, Steven van Zandt, Garry Tallent, Max Weinberg e mais recentemente Jake Clemons, Soozie Tyrell e Charles Giordano. A longevidade da banda tem, no entanto, deixado pelo caminho alguns elementos, que foram recordados no final do concerto, no único momento em que a música foi acompanhada de imagens vídeo. Uma homenagem bonita e carregada de sentimento.

Para a reta final, outra mão cheia de momentos inesquecíveis: “The Rising”, “The Thunder Road”, “Born in the USA”, “Born to Run”, “Glory Days” e “Dancing in the Dark”, com direito a lotaria que saiu à rapariga que foi puxada para ir para cima do palco, dançar com o Boss.

Bruce Springsteen é incansável na entrega em palco e na forma como envolve milhares de pessoas , de forma repetida. Muitos já terão tido a oportunidade de o ver ao vivo, em Portugal, e depois deste concerto, quem não fica com vontade de o voltar a ver, pelo menos, “One more time”?

A despedida foi em modo bem agitado, com um encadeamento de “Twist & Shout”, a canção escrita por Phil Medley e Bert Russell, com um toque de “La Bamba” de Los Lobos. Regressou ainda para “The Hard Land”, quando o ponteiro das horas se encostava às 2h30 da manhã e os presentes ganhavam consciência de que a semana ainda tinha mais um dia útil pela frente.

Antes de Bruce Springsteen, o Palco Mundo contou com os Xutos & Pontapés, presença já quase obrigatória em todas as edições do Rock in Rio Lisboa e a festa fez-se, como sempre, de forma efusiva, com temas como “Contentores”, ou “Maria”.

Os Stereophonics, banda galesa, atuaram pelas 20h30 também no Palco Mundo. Trouxeram temas de Keep the Village Alive, num rock pop limpo, acompanhado de uma boa imagem gráfica nos ecrãs. Apresentaram-se, certamente, a muitos que não os conheciam.

A abrir a Eletrónica a atuação surpreendente dos Fandango o projeto de Gabriel Gomes e Luís Varatojo. À mesma hora que os Xutos mobilizavam o Palco Mundo, neste canto do recinto, eram muitos os que dançavam ao som da batida combinada com acordeão e guitarra.

No palco Vodafone, numa linha de música mais independente que se impôs nesta edição, abriram os The Sun Flowers, Keep Razors Sharp e depois os Black Lips.

O Rock in Rio continua a ser, no entanto, muito mais do que apenas música e uma das grandes novidades deste ano, são as Pool Parties, junto à eletrónica entre as 18h00 e as 20h00. Ainda que a força do sol estivesse intimidada pelo vento, mergulhava-se nas águas transparentes da piscina, sob o olhar atento das nadadoras salvadoras.

A animação promovida pelas marcas ocupa o tempo dos visitantes, durante a tarde e mantém-se as filas intermináveis para os sofás insufláveis vermelhos que, durante a apresentação do Musical “mobilaram” o recinto. Os embaixadores das marcas, presentes nos espaços, também provocam avalanches de pessoas, que não querem perdem a oportunidade de tirar uma selfie com o artista. Junto à Oriflame, eram muitos os telemóveis apontados à atriz Rita Pereira que veio promover a nova gama Eco Beauty.

A Rock Street, este ano inspirada no Brasil, tem samba e capoeira. Serjão Loroza Canta a Malandragem Carioca e Mart’nália canta Martinho da Vila. Regressam esta sexta-feira.

O Rock in Rio volta a abrir portas hoje às 16h00. No palco mundo atua Fergie às 20h30, Mika às 22h00 e Queen + Adam Lambert às 23h45.

Os bilhetes diários de acesso ao Rock in Rio Lisboa encontram-se à venda nos locais habituais e têm um custo de 69 euros.

 

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