Muitas Estrelas no Céu Iluminaram os 35 Anos de Carreira de Rui Veloso na MEO Arena

Rui VelosoA casa esgotada fez o tributo a Rui Veloso na noite de 6 de novembro, por sinal, uma noite quente de outono. Celebraram-se os 35 anos de carreira com grandes temas, novos arranjos, muito regozijo, muita luz e convidados surpresa.

“Boa noite. Boa noite pessoal. Muito obrigado por terem vindo” foram as primeiras palavras de Rui Veloso, visivelmente agradado pela casa cheia. O palco ainda estava preenchido com os elementos do coro ESMIL (Escola Superior de Música de Lisboa) que, além da introdução, também o acompanhou no primeiro tema: “Praia das Lágrimas”.

“Má fortuna” e “A gente não vê” foram os temas seguintes, numa homenagem aos pais que, com 91 anos, não puderam estar presentes no concerto mas que, por gostarem tanto do “Auto da Pimenta”, o filho resolveu começar por ali. Anunciando a continuação com músicas do século passado – “são quase todas!” – disse entre risadas sentidas, a sala rendeu-se aos primeiros acordes do “Sei de uma camponesa” encerrada ao som da harmónica. O mesmo som nos acordes de “O prometido é devido” fez elevar os uivos e palmas da MEO Arena, que não mais abrandaram. Foram palmas, ooohs e uuuhs ampliados pela intervenção seguinte:

“Eu vou dizer-vos uma coisa: Eu ‘tou …, assim…. muito taralhoco, mas vocês ficam muito bem desse lado. Ohhhh…Coisa liiiiiinda! Muito bom, muito bom. Gosto de vocês, é verdade. Esta é uma canção dedicada a vocês”, referindo-se a  “Já não há canções de amor”.

E foi um crescendo de aplausos com “Nunca me esqueci de ti”, “Todo o tempo do mundo”, “Porto Covo”, “Logo que passe a monção” e “Lado lunar”. Rui Veloso agradeceu todo o tempo que têm para ele. “É muit’a bom. Oh, vocês nem imaginam! Uuuhh!” 

António Serrano, o músico das harmónicas que tocou com Paco de Lucia, contribuiu para que a interpretação do “Porto Sentido” fosse ainda mais arrepiante e o primeiro dos temas que fez levantar quase todo o público das cadeiras.  A convidada seguinte – Mariza – teve o mesmo efeito, no dueto de “Não queiras saber de mim”, na “Tasca da Mouraria” e sobretudo na revelação de que, na amizade que mantém com Rui Veloso, há muito muito tempo não o via tão feliz.  Estava mesmo.

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Seguiram-se “A Ilha” e os “Irmãos de sangue” – este último escolhido pelo filho Manel, porque nestas coisas dos alinhamentos das canções, o Rui pede sempre ajuda – antes do medley:  “Should be dancing” anunciou “A rapariguinha do Shopping”, “Esta mulher é a minha ruína”, eu não quero ir à  “Máquina Zero”, “Negro do rádio de pilhas” (onda média), “morena de azul”, “Comunhão solene” e “Fio de beque”.

“Sayago Blues” trouxe António Serrano de volta ao palco e o anúncio de que “Tá quase! Estamos quase a chegar ao fim. Quase, quase…. mas ainda falta o quase”.

O emblemático “Chico Fininho” não podia faltar – claro – e os “Oh oh” foram cantados pela assistência que também abanava a cabeça. Para o fim ficaria o poema musicado “Do meu país” novamente com o coro EMIL em palco.

Ninguém se mexeu à espera do encore. “Ainda querem mais?” – perguntou. Palmas e gritos foram as respostas. “A ver o qu’a gente tem p’a dar…”

Foram seis temas em forma de cereja. Um “Jura” escutado em suspenso e corroborado no a menos que valha a pena, um vê se pões a gargantilha do “Fado do ladrão enamorado”, um quero o meu “Primeiro beijo”, o mesmo sabendo que não gostavas da “Paixão”, o “Não há Estrelas no Céu” a dourar o caminho porque as lanternas dos telemóveis ziguezagueavam tons prata no pavilhão e o “Baile da Paróquia” para o regresso a casa.

“Obrigado. Não consigo acreditar(…) Muito obrigado. Obrigado pessoal. Voltem sempre porque a gente gosta de vos ver, caramba!” .

Reportagem de Madalena Travisco (Texto) e Joice Fernandes (Fotos)

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