20 Anos Dos Placebo Em Festa No Coliseu

Reportagem de Tânia Fernandes (Texto) e Sara Santos (Fotos)

Os Placebo estão em modo de celebração, com a digressão que comemora os 20 anos de carreira. A festa passou ontem por Lisboa e deixou o Coliseu em brasa.

Às 21h35 era já muito difícil conseguir por os dois pés na plateia do Coliseu. A temperatura elevada aumentou as solicitações aos vendedores de cerveja. As luzes baixaram e ouviram-se os acordes de “Every You, Every Me”. Os telemóveis subiram no ar, na ânsia de registar a entrada da banda em palco, mas neste primeiro tema foram apenas projetadas imagens da banda nos ecrãs de fundo.

“Pure Morning”, “Loud Like Love” e “Jesus Son” são os primeiros três grandes êxitos a abrir. Uma amostra do que veio a ser a noite: o melhor dos Placebo, ao longo de 20 anos de carreira e oito álbuns de estúdio lançados entre 1996 e 2016. “Happy Placebo day! Welcome to our party” diz Brian Molko, numa das poucas vezes que dirigiu a palavra ao público. Poupou em palavras mas deu de forma generosa em riffs e poses. Ainda que o som não estivesse no seu melhor, com demasiada distorção para deixar impor a voz de Molko, esta consegue-se destacar pela sua intensidade, por vezes cortante, noutras melancólica. Um esbracejar constante do vocalista, a fazer sobressair o tom de desespero. É ao coração dos presentes que canta e estes fazem-se ouvir, acompanhado-o nas letras das canções.

Seguiram-se “Soulmates”, “Special Needs” e “Lazarus”. Em “Too Many Friends” Stefan, o guitarrista e baixista passou para as teclas, num modelo desproporcional ao seu tamanho. Brian brincou com ele e chamou-lhe a “rainha da Suécia”. As imagens dos músicos vão sendo reproduzidas nos ecrãs de fundo, muitas vezes distorcidas por filtros coloridos.

Mais à frente “Protect Me from What I Want” é mais declamada do que cantada e as palavras chegam carregadas de força. “Without You I’m Nothing” é um dos momentos altos do concerto. O tema é de 1998 e contou com a participação de David Bowie, cujas imagens se vêm projetadas no ecrã.

Depois de “36 Degrees” (uma versão mais lenta) e “Lady of the Flowers” o vocalista anunciou que havia terminado a fase melancólica do concerto e a verdade é que a festa seguiu em crescendo até ao final com “Slave to the Wage”, “Special K”, “Song to Say Goodbye” e “The Bitter End” a fechar a primeira parte do concerto. No primeiro encore, duas mensagens mais políticas. A primeira, de apoio à causa LGBT, com Stefan Olsdal a levantar com orgulho uma guitarra com as cores do arco iris no inicio e fim de “Nancy Boy”. A segunda, de repúdio à governação de Donald Trump em “Infra-red”, com a imagem deformada do presidente dos EUA impressa em maços de tabaco, com o aviso “Seriously harms you and others around you”.

Um último regresso para uma despedida emocionante com “Running up That Hill”, a versão do conhecido tema de Kate Bush teve direito a ovação. Depois, foi numa espécie de transe hipnótico que deixaram o palco. Uma noite feita de hinos e recordações, que parece ter agradado a todos os que cantaram e dançaram os grandes êxitos dos Placebo.

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