Ainda que o público alvo da peça de teatro Tom Sawyer sejam as crianças, quem aguarda ansiosamente o inicio do espetáculo são os adultos. No tempo em que os desenhos animados passavam na televisão a horas certas e com minutos contados, as aventuras do miúdo que vivia numa pequena localidade na margem do Mississípi constituíam o momento alto do dia. A byfurcação teatro pegou neste clássico dos anos 80 e levou-o ao palco do Teatro Villaret, conseguindo uma boa síntese das principais aventuras do herói.
Os diálogos são muito atuais e adequados ao exigente público de palmo e meio. Com boas piadas pelo meio, a geração que chegou a mundo dominado pelo digital, tem contacto com as brincadeiras de faz de conta, as juras do “para todo o sempre”, as incursões ao desconhecido como a gruta ou o cemitério. Tom Sawyer, o seu grande amigo Huckleberry Finn, a amada Becky, o vilão índio Joe, a Tia Polly e o tonto Cid fazem parte deste espetáculo, que peca apenas pela ausência de cenários. A determinada altura é colmatada com a introdução de vídeo, que vem dar algum ambiente, ainda assim, aquém do esperado.
Baseado no famoso livro do escritor americano, Mark Twain, Tom Sawyer tem encenação de Paulo Cintrão e interpretação de Gonçalo Lima, Fábio Ferreira, Flávia Ferreira, Stephanie Silva, Ricardo Karitsis.
Está em cena no Teatro Villaret até dia 30 de março, com sessões aos sábados e domingos às 11h00. A peça tem duração de cerca de 60 minutos é para maiores de 6 anos. Os bilhetes encontram-se à venda nos locais habituais e custam 8 euros. A entrada é gratuita para menores de 3 anos, desde que acompanhadas com um adulto portador de bilhete válido e ao colo ao qual devem sentar-se.