Sol da Caparica – Lotação esgotada ao terceiro dia

SReportagem de Tânia Fernandes e António Silva
 

Ao terceiro dia, O Sol da Caparica teve de encostar a porta para não deixar entrar mais ninguém: lotação esgotada. Um olhar mais perspicaz pelos festivaleiros desvendava a razão: a atuação do cantor angolano Anselmo Ralph. O cantor não desiludiu e deu o espetáculo que todos queriam ver. Para o ano, há mais Sol da Caparica, prometeu o Presidente da Câmara Municipal de Almada, que também pisou o palco principal para dar a boa nova.

Ana Matos Fernandes, mais conhecida como Capicua fez-se ao palco com garra. A rapper portuense não tem papas na língua e convenceu desde o primeiro minuto. Sempre em diálogo com o público, foi falando sobre cada um dos temas apresentados, sem deixar nada por dizer. Grande parte das pessoas poupavam ainda as pernas pela zona verde do recinto, mas foi com entusiasmo que receberam esta senhora que não se cansou de pedir “façam barulho!!!”. Interpretou “A Mulher do Cacilheiro”, “Casa no Campo” e “Mão pesada”, entre outras. Mostrou-se contente com a reação às palavras que foi deixando e incentivou as mulheres a afirmarem-se: “Mãos no ar para todas as mulheres que têm coragem de ser como são”.

Seguiu-se Sensi no palco Blitz. Um som dançável, que funciona muito bem ao vivo. Passou por “Identidade”, “Dia-a-dia” e o mais conhecido “Não dá para fugir” em que pôs toda a gente a cantar. O próprio sabia que tinha como missão ajudar os presentes a “aquecer os tornozelos para Anselmo Ralph”, mas conseguiu surpreender com uma atuação dinâmica. Para “Introspeção” trouxe dois convidados: Frankie Chavez que iria atuar de seguida e Selma Uamusse.

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Ceuzany trouxe o calor de Cabo Verde ao palco principal. Cantou e espalhou a sua graça. “Alguém sabe dançar funaná?” perguntou. E houve quem aproveitasse para dar um pé de dança. A cantora cedeu o lugar a António Zambujo, que trocou as mornas pelas suas canções alentejanas. O cantor, que não estava particularmente falador trouxe o grande êxito “A lambreta” mas também “Flagrante” e “Não me dou longe de ti”.

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David Fonseca entrou cheio de energia, mas ao segundo tema ficou literalmente sem pio. Detentor de uns nervos de aço, ainda continuou como se nada fosse, improvisou com o que se ouvia, até ter mesmo de interromper para ver o que se passava. Só à terceira tentativa é que conseguiu avançar com um poderoso “Cry 4 love”. “Superstars”, “Stop 4 a minute” e “The 80’s” couberam num alinhamento ainda mais curto, pela falha técnica que encurtou a apresentação. Pelo meio, uma breve alusão aos The Buggles com “Video killed the radio star”.

O concerto de Rita Red Shoes atrasou quase uma hora em relação ao previsto, fazendo com que a multidão já se estivesse a fixar junto ao outro palco. Tocou assim, para poucos, mas animados. “Woman, Snake”que segundo a cantora foi composto “num ataque de febre brutal no Senegal”, seguido de “Choose love” e “Captain of My Soul”.

O entusiasmo de Andreia e Zaida era grande, antes do início do concerto de Anselmo Ralph. Contaram-nos que chegaram à entrada do recinto às 11h00 e mal abriram as portas correram para as grades, onde permaneciam desde as 16h00. Munidas de cartazes e cachecóis de Anselmo Ralph cumprem este ritual de devoção a cada concerto que o artista dá. E tal como elas, muitas outras se fizeram ouvir quando o cantor pisou o palco. Abriu com “Sem ti”, entre acrobatas e explosão de confetis. Sempre com palavras doces e conselhos sobre o amor, o cantor deixou a plateia em êxtase com temas como “És a única mulher”, “Aplausos para ti” e “Estás no ponto”. A repetição de “Não me toca” em encore desfez as fans em emoção.

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Hoje o recinto abre as portas logo de manhã e é para os mais pequenos que o Festival se destina. O Avô Cantigas, As canções da Maria ou o Palhaço Companhia são as estrelas do cartaz. As portas abrem às 11h00 e o bilhete custa 2 euros.





 

 

 

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