Sines: Festival Músicas do Mundo despediu-se do Castelo a dançar

Por Ângela Nobre

Oito dias de tango argentino, jazz, blues, rock, pop, folk, morna cabo-verdiana, música electrónica e popular, hip hop, reggae, dub, com uma envolvência de várias culturas musicais fundidas ou de outras mais tradicionais de vários pontos do mundo, conduziram o Castelo de Sines para uma última noite de concertos terminada “ao rubro”, com toda a gente a dançar ao som dos congoleses Jupiter & Orkwess International, que encerraram no sábado (28) os concertos entre muralhas do 14.º Festival Músicas do Mundo.

No último fim-de-semana de espetáculos, que tem sido sempre o “mais concorrido” pelo público, um mar de gente voltou a passar não só pelo Castelo de Sines, como pelas ruas do centro histórico da cidade.

Este é o festival de todos e para todos, que chega, através da música a uma miscelânea de gente, amantes da música, especialistas ou apenas curiosos, desde crianças acompanhadas pelos pais, adolescentes, séniores e avós, residentes locais e das redondezas, turistas portugueses e estrangeiros.

Este foi mais um encontro de músicas, línguas, gentes e culturas que atraíu milhares de pessoas a Sines para uma semana de “boa onda”, segundo fez questão de salientar o diretor artístico do certame, Carlos Seixas, que destacou também a qualidade dos músicos que passaram este ano pelo festival.

“Foi muito bom, até mais forte do que no ano passado, na minha opinião, em relação ao público e a tudo, a festa correu muito bem”, disse aos jornalistas ainda durante a última noite de concertos, que só terminou no palco do pontal, já ao nascer do dia, ao som do afrobeat do Bailarico Sofisticado.

Para o diretor do festival, como para o público, foi difícil definir um só “favorito”.

Otis Taylor Band, Bombino, Frigg, Marc Ribot, Tony Allen, Dead Combo, Oumou Sangaré & Béla Fleck, Astillero, os “repetentes” Staff Benda Bilili, Fatoumata Diawara, Dubioza Lolektiv, Dhafer Youssef Quartet, Hugh Masekela ou ainda os explosivos Jupiter & Orkwess International estão entre os espetáculos mais destacados por quem por ali andou a ver, a ouvir e a dançar.

“Aqui não há uma questão de palco principal e de palco secundário, são dois palcos com as mesmas condições, para que o público usufrua de um festival com qualidade e a música revela aquilo que é: uma festa”, sublinhou Carlos Seixas, fazendo referência ao facto de haver sempre um palco em recinto, com entradas pagas, e um palco junto à praia, de acesso livre.

Agora é tempo de olhar em frente. O diretor do festival está já “de olhos postos” na 15.ª edição, que vai decorrer em 2013.

“Temos exemplos de outros festivais que não duram tanto tempo, acho que este festival já está muito inserido na comunidade, que gosta, e no público, que vem sempre”, disse, adiantando já que o atual formato, que “divide” o festival por dois fins-de-semana, é para manter.

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