Sebastião Salgado Traz Génesis a Lisboa

genesis_sebastiaosalgado-018Depois de 15 anos, um dos maiores fotógrafos da atualidade e reconhecido mundialmente, Sebastião Salgado, está de regresso a Lisboa, para apresentar a sua mais recente exposição na Galeria Municipal do Torreão Nascente da Cordoaria Nacional – Genesis. A curadoria é de Lélia Wanick Salgado, esposa e companheira de toda uma vida de exploração e aventura que o levou nos últimos 8 anos a percorrer os últimos redutos, naturais e humanos do planeta.

Génesis é composta por 245 fotografias de grande formato e é uma visão pessoal do fotógrafo sobre os “ambientes intocados” que ainda existem no nosso planeta ameaçado. Divididas por 5 seções: Sul do Planeta, África, Santuários, Terras a Norte e Amazónia e Pantanal – cinco ecossistemas em imagens que resultam de uma viagem de oito anos que percorreu mais de 30 países do globo. Estas imagens, que já estiveram em exposição em dezenas de países, e já forma vistas por mais de 2 milhões de pessoas, mostram ao público ambientes que até agora conseguiram escapar às transformações impostas pela sociedade moderna.

O núcleo Sul do Planeta conta a história da Antártida, das suas paisagens geladas e das suas zonas costeiras, com a sua perseverante fauna, pinguins, leões-marinhos e baleias, nomeadamente as fotografadas no seu território de reprodução, na Península Valdés. Depois as ilhas Geórgia do Sul, as Malvinas, o arquipélago Diego Ramírez e as ilhas Sanduíche do Sul, onde numerosas espécies de pinguins, albatrozes, petreís gigantes e cormorões fazem a sua vida.

Já o núcleo África oferece uma enorme variedade de paisagens, desde a vida selvagem do Delta do Okavango, no Botswana, aos gorilas do Parque Nacional de Virunga na fronteira da República Democrática do Congo com o Ruanda, Congo e Uganda; dos povos Himba da Namíbia e das tribos Dinkas do Sudão, ao povo San do Deserto do Kalahari no Botswana; das tribos do vale de Omo no sul da Etiópia, às antigas comunidades cristãs do norte da Etiópia. África desvela uma notável panóplia de desertos; as suas diferentes tonalidades, as suas texturas do arenoso ao rochoso; alguns, planos como oceanos, outros, interrompidos por montanhas áridas. Ainda assim, em algumas paisagens da Líbia e da Algéria, para além de cactos há também sinais de vida e arte rupestre datada de há milhares de anos.

A seção dedicada aos Santuários traz-nos as inigualáveis paisagens vulcânicas e fauna das ilhas Galápagos e inclui as ancestrais populações da Nova Guiné e da Papua Ocidental, os Mentawai da ilha Siberut da província indonésia de Sumatra, assim como as paisagens, vida selvagem e vegetação dos diversos ecossistemas de Madagáscar.

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Em Terras a Norte, vemos as paisagens do Alasca e do planalto do Colorado, nos EUA, paisagens do Parque Nacional Kluane e vida selvagem na ilha Baffin, no Canadá. O norte da Rússia, incluindo o território de reprodução do urso polar na ilha de Wrangel, assim como as populações indígenas do norte da Sibéria e da Península de Kamchatka.

Na Amazónia e Pantanal conhecemos o rio Amazonas e os seus afluentes, vistos do ar, assemelham-se a uma gigante árvore da vida, com braços e mãos estendidos do coração do Brasil até aos países vizinhos. A norte regista os Tepuis Venezuelanos, a mais antiga formação geológica do planeta, assim como a vida selvagem do Pantanal em Mato Grosso, no Brasil.

Há ainda imagens da tribo índia Zo’é, descoberta apenas há duas décadas, e das tribos mais assimiladas da bacia do Alto Xingu, também no Brasil.

A exposição pode ser vista até 2 de agosto, de domingo a quinta-feira, das 10h00 às 19h00, e à sexta-feira e sábado das 10h00 às 21h00. Os bilhetes custam entre os 3 e os 5 euros e podem ser adquiridos no local.

Em simultâneo vai ser ser exibido entre nós o documentário O Sal da Terra, que também vai ter edição em DVD. Realizado por Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado (filho do fotógrafo), o filme segue o trabalho de Sebastião Salgado, que “embarcou recentemente numa viagem à descoberta dos territórios virgens, fauna e flora, das paisagens grandiosas num enorme projecto fotográfico que presta tributo à beleza do planeta”.

Por Susana Lopes (Texto) e Elsa Furtado (Fotos)

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